Tomar a vacina contra a Covid-19 é uma responsabilidade, não uma obrigação, destaca especialista

O geriatra Dr. João Toniolo falou sobre as pesquisas e previsão para a chegada da vacina durante palestra em evento da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP), transmitida pelo www.youtube.com/cnspoficial

Quando chegará a vacina contra a Covid-19? Como avaliar a qualidade das vacinas chinesa e russa? Seremos obrigados a tomar a vacina? E a eficácia? Estas e outras dúvidas sobre o novo Coronavírus e as vacinas em testes foram respondidas pelo médico geriatra e CEO do Grupo Toniolo Saúde, Dr. João Toniolo, durante o segundo dia da Semana do Servidor Público, evento online promovido pela Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP).

De acordo com o especialista, ter informações sérias e verdadeiras é um ponto bastante importante no combate à doença. “Essa oportunidade é muito importante para os servidores e também para a população em geral, pois passar as informações de forma correta é essencial em tempo de pandemia. E há muitas divergências e fake News que mais confundem do que explicam. Sem dizer que este é um tema que interessa a todos”.

Dr. Toniolo explicou didaticamente o que é o novo Coronavírus e o que se espera das vacinas testadas. Ele falou sobre as fases no processo de concepção de uma vacina e as diferenças em casos de pandemia. “Quando começam a estudar uma vacina nova, o processo, geralmente, tem cinco etapas e, por isso, leva entre 4 e 5 anos para ser finalizado. Em caso de pandemia, algumas etapas acontecem simultaneamente. É muito importante deixar isso claro: as etapas não deixam de existir. Elas apenas ocorrem de forma conjunta, de maneira que o processo é acelerado para que a resposta para a população mundial seja breve. Afinal, o interesse é coletivo”.

A importância da vacinação também foi destacada pelo médico. “Não vou entrar numa discussão sobre ser ou não obrigatória. O que acredito é que tomar a vacina é uma obrigação de responsabilidade com a própria saúde e com a saúde das pessoas queridas à nossa volta. Não tem a ver com governos. Não tomar a vacina é escolher colocar em risco quem gostamos”.

Sobre o tempo para a vacina chegar à população, o Dr. Toniolo acredita que os brasileiros começarão a ser imunizados nos primeiros meses de 2021. “De acordo com o que temos observado e as informações que recebemos, acredito que a população brasileira comece a ser vacinada no primeiro trimestre do próximo ano. Estão sendo feitos ajustes, definições de acordo com as respostas recebidas dos voluntários em mais de um estudo. A partir disso, a produção começará para que a vacina chegue para a população o quanto antes. Em saúde não há atalhos”.

A palestra completa está disponível no Youtube (https://www.youtube.com/cnspoficial) da Confederação Nacional dos Servidores Públicos.

Anvisa autoriza ampliação de mais 5 mil voluntários para estudo da vacina Covid 19 de Oxford no Brasil

Para Unifesp, coordenadora do estudo no país, aumento permitirá mais robustez dos dados relativos à segurança e eficácia da vacina para Covid 19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta terça, 15, a ampliação de mais 5 mil voluntários para participarem da fase 3 do estudo clínico do estudo da vacina de Oxford. Com a permissão, ao todo o país terá 10 mil voluntários participantes dessa que é a última etapa de desenvolvimento da vacina, antes de sua aprovação e posterior registro.

O recrutamento de voluntários e a aplicação da vacina acontecerão em Natal (RN), pelo Centro de Pesquisas Clínicas de Natal (CPCLIN), em Porto Alegre (RS), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e em Santa Maria, também no estado gaúcho, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Não haverá uma divisão exata do número de voluntários em cada local. Será livre recrutamento, até alcançar o número de cinco mil selecionados. A coordenação de todo o estudo no Brasil é da Universidade Federal de São Paulo, através do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie/Unifesp). A pesquisa já conta com a parceria da Rede D’Or, que realiza o recrutamento e a aplicação da vacina em Salvador, pelo Hospital São Rafael, e no Rio de Janeiro, pelo Instituto D’OR de Pesquisa e Ensino (IDOR).

Podem participar do estudo adultos acima de 18 anos, que sejam profissionais de saúde atuantes diretamente na linha de frente do combate à covid-19, além de trabalhadores que desempenhem funções em ambientes com alto risco de exposição ao novo coronavírus, como motoristas de ambulância, seguranças de hospitais e agentes de limpeza desses estabelecimentos. A novidade é que agora não há mais limite de idade.

“Nessa etapa, podem entrar no estudo idosos, pessoas acima dos 60 anos que façam parte do perfil acima descrito. Isso é extremamente importante, porque incluímos nessa fase pessoas que sabidamente têm risco mais elevado de complicações à Covid-19 e, assim, o estudo pode refletir ainda mais a realidade. Isso, além de ampliarmos bastante o número de participantes, o que dará ainda mais robustez na análise de dados relacionados à segurança e eficácia da vacina”, destaca a professora Lily Weckx, coordenadora do CRIE e responsável por liderar o estudo da vacina de Oxford no Brasil.

Com a autorização da Anvisa, a partir de hoje os centros participantes podem iniciar o processo de recrutamento desses novos 5 mil voluntários. Como já acontece com os outros 5 mil já recrutados, todos receberão duas doses da vacina e serão acompanhados de perto pelos pesquisadores.

Estudo aponta que 8 em cada 10 brasileiros aceitariam pagar entre R$ 50 e R$ 99 pela vacina contra a Covid-19

Levantamento da Levantamento da HSR Health mostra que 81% acreditam na eficácia imunológica da vacina.
Um terço da população buscaria clínicas particulares para ter acesso imediato à imunizaçãoHSR Health mostra que 81% acreditam na eficácia imunológica da vacina.

Segundo dados apurados pelo estudo Expectativas da Vacina contra a Covid-19, da HSR Health, empresa da holding HSR Specialist Researchers, 80% da população aceitaria pagar preços entre R$ 50 e R$ 99 pela aplicação de uma vacina contra a Covid-19, independentemente se acessará via SUS ou por clínicas privadas. Além disso, 81% da população acreditam na eficácia imunológica da vacina contra o vírus

De acordo com o estudo, que procura entender o comportamento do brasileiro sobre o acesso à vacina, 67% dos entrevistados disseram que esperariam o cronograma de prioridades do SUS para as campanhas de imunização. Já 33% buscariam imediatamente o acesso no setor privado. Após a disponibilidade, a população acredita que acessará a vacina em 71 dias em média na rede pública e em 31 dias em clínicas particulares, sem aguardar a programação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com maior morosidade para acesso à imunização na rede pública, há uma percepção de incerteza na capacidade de realizar a vacinação em massa, pois somente 38% entendem que o SUS está preparado, enquanto 64% acreditam que as clínicas particulares estão mais bem aparelhadas para isso. Os brasileiros do Sul são os que confiam mais na rede pública de sua região, visto que 43% entendem que as unidades locais são mais qualificadas. Esse índice é menor no Centro-Oeste, 30%, enquanto no Sudeste e no Norte/Nordeste chega a 38%.

“Por questão de hábito, o acesso à vacina por meio do SUS seria predominante, com procura por parte de dois terços dos brasileiros. Contudo, a população não rejeita completamente o pagamento pela imunização. Nesse sentido, o levantamento mostra que 80% da população aceitaria pagar entre R﹩ 50 e R﹩ 99 pela vacina. Embora hoje não haja dados que demonstrem comparativamente o percentual de outras campanhas de vacinação entre SUS e clínicas particulares, creio que quem pague não chegue a 33%, conforme observamos nos dados coletados”, sinaliza Bruno Mattos, diretor da HSR Health e responsável pelo estudo.

Metodologia – Para realizar a pesquisa Expectativas da Vacina contra a Covid-19, a HSR Health entrevistou, no final de julho, por meio de painel online, 1.509 pessoas homens e mulheres de todos estados brasileiros, de 18 a 65 anos, das classes A, B, C e D.