Associação avaliou 15 marcas vendidas em todo o país e constatou que o consumidor pode estar colocando no prato sódio e conservantes sem necessidade.
A tapioca ganhou as mesas de todo o país recentemente. Além de ser um alimento versátil, pode ajudar a manter a forma. Não é à toa que o consumo do produto industrializado (goma pronta) vem crescendo no mercado. Por conta disso, a PROTESTE, Associação de Consumidores, testou, pelo segundo ano consecutivo, 15 marcas para o consumidor saber o que anda colocando no seu prato.
Os resultados foram positivos e nenhum produto teve classificação tão baixa a ponto de ser eliminado do teste,porém, ainda é preciso que os consumidores fiquem de olho para não comprar uma tapioca com muito sódio e conservantes sem necessidade.
De acordo com o rótulo, a tapioca Dai Alimentos, por exemplo, traz 21 mg de sódio em 100 g, quase o dobro das marcas Sabor da Paraíba, Taeq e Delícia do Nordeste, com 12mg em 100g. Entretanto, quando comparamos a real quantidade de sódio no alimento com a informação que vem no rótulo, vimos que as marcas Dai Alimentos e Delícia do Nordeste trazem um valor bem superior ao descrito na embalagem.
A Delícia do Nordeste tem 85 mg de sódio em 100g do produto, ou seja, uma diferença de 608%. Já a Dai Alimentos apresenta, na verdade, 47mg em 100g, um total de 124% a mais do informado no pacote. Em função disso, se você tem tendência à hipertensão arterial – uma das principais doenças relacionadas ao consumo excessivo de sódio e sal –, é bom evitar esses produtos.
Apenas quatro tapiocas não continham sal nem conservantes: Da Terrinha, Beijubom, Pantanal e Gourmet Brasil. Embora a legislação não proíba a adição, a PROTESTE acredita que não há necessidade de acrescentá-los nesse tipo de produto, vendido com apelo saudável.
O acréscimo poderia ampliar a validade dessas marcas nas prateleiras, mas, segundo os resultados obtidos pelo teste, não há uma grande diferença entre o vencimento dos produtos com e sem conservantes. Mesmo em relação ao aparecimento de micro-organismos, a associação constatou que as substâncias não impedem a presença deles.
Na análise de higiene, apenas a marca Duduxo se destacou. Por outro lado, a Wrapioca obteve o pior resultado, principalmente pela alta quantidade de bolores e leveduras. Apesar de não oferecerem um risco direto à saúde, eles são fungos que podem denunciar condições higiênicas deficientes de equipamentos, matéria-prima com contaminação excessiva, falhas no processamento ou na estocagem do produto.
Já na avaliação de dados da rotulagem, foram identificados problemas em parte das embalagens. Algumas não informam, por exemplo, de forma clara e de fácil compreensão, que o alimento está pronto para consumo ou semipronto.
Na maioria dos casos, só é possível entender isso ao se ler o modo de preparo, como acontece com as marcas Taeq, Yoki, Bela Chef, Wrapioca e Gourmet Brasil. Quanto à porção descrita no rótulo, só Beijubom, Chinezinho, Dai Alimentos e Duduxo seguem o padrão de medida caseira (30g).
No que se refere à data de fabricação, ainda que não seja obrigatório mencioná-la, a PROTESTE acredita que seja importante para que o consumidor possa escolher os produtos mais frescos na compra. No entanto, as gomas Beijubom e Yoki não citam essa informação.
Em nossa avaliação final do teste, Dai Alimentos e Delícia do Nordeste se saíram pior por conta da falta de veracidade no rótulo em relação ao sódio no produto.
Diante desses resultados a PROTESTE denunciou as empresas que apresentaram problemas com a veracidade do rótulo ao PROCON-SP. Confira o teste completo no site: www.proteste.org.br