O resultado dos principais candidatos da zona sul de São Paulo

O resultado das urnas mostrou uma mudança significativa nos quadros gerais eleitorais em todo o Brasil. Na zona sul de São Paulo, a performance dos candidatos revelou uma mudança na decisão dos eleitores.

Exemplo maior para a região de Interlagos, Cidade Dutra, Grajaú e região foi a derrota do Goulart (PSD), que está há 30 anos na vida pública. Em 2014, abandonou a Câmara de Vereadores por ter sido eleito deputado federal, mas este ano não conseguiu a reeleição, amargando pouco mais de 62 mil votos. 

Goulart ficará de molho até certamente tentar uma vaga para a Câmara Estadual ou tentar voltar para a Câmara dos Vereadores. Na tribuna federal, agradeceu os votos recebidos, os amigos que fez e declarou sensação de dever cumprido.

Ricardo Nunes (MDB) também tentou uma vaga na Câmara dos Deputados e não conseguiu. Acumulou pouco mais de 47 mil votos e não foi eleito deputado federal. Talvez tenha ido com muita sede ao pote, afinal, tem feito um ótimo trabalho como vereador de São Paulo (SP) e poderia tentar implantar mais CPIs, como a CPI da Dívida Ativa. 

Uma grande surpresa foi Tábata Amaral (PDT), a sexta deputada mais votada de São Paulo (SP) com 264 mil votos. Moradora da Vila Missionária, Tábata estudou na Escola Estadual Prof. Isaltino De Mello e foi campeã em diversas olimpíadas do conhecimento, chamando a atenção de instituições particulares e se formando em Harvard, nos EUA.

Alfredinho, do PT, teve 62 mil votos para Federal, e também não foi eleito. Arnaldo Faria de Sá, que possui escritório político no Jabaquara, também não foi eleito. 

Gilberto Natalini, da região de Santo Amaro, tentou se eleger pelo Partido Verde e obteve 27.316 votos – não foi eleito.

OS ELEITOS FEDERAIS

Alexandre Leite (DEM) foi eleito federal com 116.416 votos – filho de Milton Leite (DEM), da Câmara dos Vereadores de São Paulo (SP). Vicentinho (PT) foi eleito com 70.645 votos. 

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SP

Carlos Gianazzi (PSOL), que possui escritório político na Av. Jangadeiro, foi eleito com 218.705 votos. 

Milton Leite Filho (DEM), também filho de Milton Leite, vereador de São Paulo, foi eleito com pouco mais de 105 mil votos.

Enio Tatto (PT) foi eleito com 86 mil votos. 

Caruso (MDB), que sempre faz dobradinha com Goulart na região, foi eleito com pouco mais de 83 mil votos.

Jooji Hato (MDB) não foi eleito com seus 41 mil votos. Zé Turin tentou novamente mas não conseguiu uma vaga na Assembleia, obteve 19 mil votos pelo PHS.

“Pessoas em situação de rua precisam de serviço de melhor qualidade”, diz Ricardo Nunes

O vereador Ricardo Nunes defendeu que os investimentos voltados à população em situação de rua sejam melhor aplicados. “Os gastos são altos e não se percebe a eficácia das ações desenvolvidas”, disse o parlamentar durante reunião desta quarta-feira (9/9) da subcomissão instalada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo para analisar os impactos dos programas de assistência social no município para pessoas nessa situação.

O investimento da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social para população em situação de rua é de R$189 milhões para todos os serviços oferecidos, como o acolhimento. “O trabalho da assistência é basicamente de recursos humanos, onde gastamos 75% para pagar profissionais, como psicólogos, assistentes sociais e orientadores socioeducativos”, explicou a coordenadora de proteção social especial, Isabel Bueno.

O vereador Ricardo Nunes acredita que o trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento social tem sido fundamental e os serviços melhoraram, no entanto, ele defende que seja feito um trabalho em conjunto com as secretarias. “É necessário avaliar todas as informações que conseguiremos durante o trabalho dessa subcomissão para saber quanto custa um morador de rua para a cidade para assim conseguir entender quais tipos de serviços ele precisa e qual é a melhor maneira de oferecer um atendimento de qualidade”, declarou o vice-presidente da subcomissão.

Ricardo Nunes

Durante a reunião do colegiado, os vereadores ainda discutiram a efetividade do Censo da População em Situação de Rua, elaborado a cada nova gestão. De acordo com a pesquisa, São Paulo tem 15.905 pessoas em situação de rua e a taxa de crescimento anual caiu pela metade na comparação com os períodos de 2000-2009 e 2009-2015, de 5,14% para 2,56%.

“O censo é realizado em todas as regiões da cidade e envolve 180 pessoas. O objetivo é fornecer um número universal para subsidiar a ação do poder público”, explicou a integrante da equipe de coordenação do censo da População de Rua da Fipe, Maria Antonieta da Costa Vieira.

Para o coordenador da Pastoral da População de Rua, padre Júlio Lancelotti, os dados dessa pesquisa tem influência direta nas ações desenvolvidas pelo poder público. “O censo é apenas uma aproximação do que de fato acontece, os números não são absolutos e de certa forma nos da uma visão distorcida da realidade”, sinalizou. “Isso faz com que alguns moradores de rua não tenham atendimento, por exemplo, se temos um número menor de pessoas nessa situação vamos ter menos consultórios de saúde nas ruas”, acrescentou.

O vice-presidente da subcomissão concorda com Lancelotti e defende que o censo seja feito de uma maneira mais abrangente. “A pesquisa nos mostra apenas números e não mostra ações que poderiam ser realizadas para resolver o problema. Poderíamos pensar em um censo que faça essa contagem, mas com um objetivo. Os gastos são altos e não se percebe a eficácia das ações desenvolvidas”, disse.

Aprovada lei que permite aumento de creches e escolas na capital

Esta semana foi aprovado, em primeira votação, o projeto de Lei 863/2013 de autoria do Executivo que permite regularizar e construir novas escolas, creches e centros de saúde e assistência na capital. A Lei 11.228 de 1992 é considerada ultrapassada e estabelece um conjunto de regras para a construção e concessão de alvarás a estes equipamentos públicos. No entanto, principalmente em bairros da periferia, muitos terrenos e edifícios disponíveis não atendem aos dispositivos da lei atual em vigor. Era preciso adequar a Lei para a realidade atual.

Ricardo Nunes

“A legislação traz inúmeras dificuldades para ampliação das vagas em escolas e creches, criação de postos de saúde e centros de assistência, pois além de ultrapassada, estabelece parâmetros difíceis de alcançar. Com o novo projeto de Lei poderemos construir uma escola em uma rua sem saída, áreas verdes e loteamentos, por exemplo, o que a legislação atual não permite”, disse o Vereador do PMDB.

Agora a nova lei segue para sanção do prefeito Fernando Haddad e assim que publicada no Diário Oficial passa a valer em toda a cidade.

No âmbito da educação, Ricardo Nunes foi relator do orçamento da cidade e conseguiu ampliar em R$ 20 milhões, o orçamento para o Transporte Escolar Gratuito em 2015, estimado em R$ 148 milhões. Entre outras ações do vereador estão a parceria com entidades sociais para a ampliação de vagas em creches na cidade.