Dicas para lidar com uma sala agitada

Uma das tarefas mais difíceis na jornada de um professor em sala é controlar sua turma, principalmente se ela é uma turma mais agitada. Afinal, cada aluno tem suas especificidades. Quando crianças, por natureza somos mais ativos e cheios de energia, o que dificulta a atuação do professor que não souber lidar com esses fatores. Já mais velhos, a luta é contra a dispersão, ainda mais agora, em tempos de tabletes e celulares.

Porém, segundo psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, quando entendemos esses aspectos e agimos da maneira correta, conseguimos controlar essa agitação e trazer o aluno para a aula que está sendo dada. “Nem sempre é fácil controlar nossos alunos, principalmente quando não temos muita experiência, mas quando entendemos isso e buscamos alternativas, fica muito mais fácil acalmá-los e dar uma boa aula”, comenta a especialista.

Para Ana Regina Caminha Braga, cinco dicas simples podem fazer toda a diferença dentro da sala de aula:

Planeje

A primeira coisa que deve ser feita antes das aulas começarem é um bom planejamento. Verifique o tempo das atividades, como elas serão feitas e selecione conteúdos interessantes. Com crianças menores, por exemplo, o ideal é planejar atividades mais rápidas que não tenham nenhum tipo de interrupção, já que elas costumam perder o foco com mais facilidade. Com os mais velhos, planeje atividades que sejam do seu interesse e que tenham relação com o conteúdo da aula.

Deixe claro sua postura

É importante já no primeiro dia de aula deixar claro aos alunos o que será trabalhado, como serão as aulas e quais comportamentos serão ou não aceitos. Se você é professor do ensino fundamental, crie formas mais lúdicas de estabelecer essas regras, assim as crianças vão conseguir assimilar com mais facilidade o que está sendo conversado. Incentive-as a participar das aulas e sempre lembre-as das regras. Agora, se você for professor de aluno mais velhos, eles já têm maior capacidade de assimilação, conseguem controlar melhor seu comportamento. Explique vai funcionar a dinâmica em sala, estabeleça limites logo no início, deixe claro o que pode e o que não pode ser feito naquele momento.

Alunos percebem tudo

 

Sim, eles são peritos em percepção, seja criança ou não, nossos alunos percebem nosso estado de espírito. Se você demostrar nervosismo ou ansiedade, eles vão perceber na hora, o que pode deixá-los da mesma maneira, dificultando a aula. Mantenha-se calmo, respire fundo, fale em um tom ameno, interaja com eles de forma natural e tranquila. Não tente se impor, conquiste o respeito. Evite gritar ou demostrar descontrole da situação, assim você conseguirá manter sua autoridade como professor de forma natural.

Transtornos de aprendizagem podem afetar o andamento da aula

Às vezes uma a causa da agitação em sala é algo mais sério e pode estar relacionado a algum tipo de transtorno. Entre os mais comuns nas crianças agitadas demais estão o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a ansiedade. No primeiro caso, quem sofre desse tipo de transtorno é naturalmente mais impulsivo, teimoso e tem maior dificuldade em desenvolver seu processor motor (escrita) e a linguagem. Já crianças com ansiedade, podem ser ou estar agitadas por algum motivo, seja ele medo ou expectativa do que irá acontecer. Nosso papel, junto com a família, é identificar esses casos e ajuda-los, quanto mais cedo isso acontece, melhor será o seu desenvolvimento.

Faça atividades variadas

Variar o tipo de atividade elaborada em sala ajuda a controlar a agitação da turma. Proponha atividades fora das do dia a dia, faça com que os alunos interajam com você e com os demais alunos, troquem experiências. Com o avanço da tecnologia, proponha aulas com ela a seu favor. Peça para que os alunos façam pesquisas online, exiba filmes, mostre sites úteis, utilize jogos que ajudam no aprendizado, isso tudo faz diferença e mantém os alunos interessados na aula.

 

Professor por vocação

Luiz Gonzaga Bertelli*

 

A figura do professor é emblemática na educação. Não se pode pensar em qualidade de ensino sem refletir na necessidade da valorização das carreiras pedagógicas e na melhoria dos salários e da infraestrutura, para que os docentes possam preparar aulas mais atrativas e exercer suas funções com qualidade e segurança. Mesmo com todas as dificuldades, milhares de professores enfrentam os obstáculos pela paixão de ensinar. É uma vocação que impulsiona o desejo de transmitir conhecimentos aos jovens, formando-os e preparando-os para a vida.

O CIEE, instituição com 53 anos de experiência na inclusão de jovens no mercado de trabalho, desde 1997, celebra o Dia do Professor com uma célebre homenagem a uma figura de destaque do meio social que tenha dedicado boa parte de sua vida a arte do ensino, com a outorga do Prêmio Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação Ruy Mesquita. Neste ano, o agraciado é o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, ex-ministro de Agricultura, Pecuária e Pesca, e uma das maiores autoridades de agronegócio e cooperativismo.

Seu amor pela arte de ensinar deu-se dois anos depois de formado, em 1967, quando começou a dar aulas voluntárias, na recém-fundada Faculdade de Agronomia da Unesp, em Jaboticabal, interior de São Paulo. Foram mais de 30 anos, passando por várias gerações de alunos que aprenderam muito com sua experiência como presidente de importantes associações nacionais e internacionais ligadas às cooperativas agrícolas e com sua atuação na secretaria de Agricultura de São Paulo, além do ministério no governo Lula.

Os conhecimentos aprofundados do Professor Emérito sempre o transformaram em um especialista acima das políticas e das ideologias. Ele é respeitado tanto na direita quanto na esquerda, e foi um dos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento do agronegócio no país. Gosta de dizer que, apesar da crise econômica que assola o país, nenhum dos 14 milhões de desempregados vem do agronegócio.

 

*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.