Pedro Parente assume presidência da Petrobras

Novo presidente anunciou que a companhia ultrapassou o pico de 1 milhão de barris de petróleo produzidos no pré-sal em um dia
O engenheiro Pedro Parente, que assumiu na manhã desta quinta-feira (2/6) o cargo de presidente da Petrobras, afirmou que tem como prioridade a recuperação econômica e financeira da empresa. Ele destacou três pilares que devem orientar sua administração: governança para recuperar a credibilidade; responsabilidade econômica e financeira; e gestão de risco.

“O primeiro pilar é a consolidação de uma nova governança corporativa, que seja capaz de garantir a plena recuperação e credibilidade da companhia junto aos acionistas, aos fornecedores, ao mercado, às autoridades públicas e judiciais, e ao conjunto da sociedade”, explicou. “O segundo pilar é a adoção da responsabilidade econômica e financeira em absolutamente todos os planos e ações da empresa”, disse, ressaltando que os investimentos e ações devem ter clara relação com a capacidade de gerar retorno econômico adequado. O terceiro pilar é o fortalecimento da gestão de riscos. “Riscos incluem não só os estratégicos e operacionais, mas também riscos de mercado, de crédito, de imagem, e com redobrada atenção para os riscos de segurança operacional e socioambientais”, disse.

Durante seu discurso, o presidente anunciou que a companhia atingiu, no dia 8 de maio, o pico diário de 1 milhão de barris de petróleo produzidos no pré-sal, menos de dez anos após a primeira descoberta nessa região. Para atingir a produção total de 1 milhão de barris de petróleo produzidos por dia, o país levou 45 anos, lembrou o executivo.

A exploração do pré-sal, segundo Parente, deve ser uma das prioridades da companhia. Para permitir o avanço mais rápido da exploração, o presidente informou que apoia o fim da obrigatoriedade de investimento mínimo de 30% nos campos do pré-sal, nos moldes do projeto que já está sendo discutido no Congresso Nacional . “Se essa exigência não for revista, a consequência será retardar, sem previsão, a exploração plena do potencial do pré-sal. E essa obrigação retira a liberdade de escolha da empresa, de somente participar na exploração e produção dos campos que atendam o seu melhor interesse”, disse.

Parente falou também do compromisso da companhia em continuar colaborando com as investigações em curso. “Continuaremos a contribuir de maneira irrestrita e incansável com a Operação Lava-Jato, pois, como vítimas, somos os maiores interessados na total elucidação de todos os crimes e na sua reparação. A Petrobras é hoje, sem sombra de dúvidas, um dos principais protagonistas na busca pela verdade. Mecanismos como o comitê especial autônomo, comandado com grande competência pela ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, as auditorias internas e os canais para recepção de denúncias contarão com meu total apoio”, garantiu.

O novo presidente destacou a importância do plano de desinvestimentos e reforçou que buscará uma relação adequada entre a dívida e o capital da companhia. Em fala dirigida aos empregados da Petrobras, ele pediu que sejam mantidos dedicação e empenho para que a Petrobras recupere-se: “Com afinco e trabalho sério, vamos conseguir trazer de volta essa empresa ao posto que ela merece: ser uma referência para o mercado, o emprego dos sonhos para os jovens e motivo de orgulho para todos os brasileiros”.

Participaram da solenidade na sede da companhia, no Rio de Janeiro, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o governador em exercício do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Luiz Nelson Guedes de Carvalho, além de membros da diretoria e executivos da Petrobras.

Petrobrás passa por cima da palavra da Presidente Dilma Rousseff.

PETROBRÁS ENTREGA OS MÓDULOS DOS REPLICANTES PARA A CHINA CONSTRUIR

 Se alguém no mercado ainda tem dúvidas que a Petrobrás está ignorando a política de conteúdo  nacional, pode tirar o cavalo da chuva. Ela acaba de decidir que quem vai fazer os módulos dos  navios replicantes que estavam confiados à IESA são as empresas chinesas Cosco e  BJCHI. A  decisão já estava tomada há dias, mas há informações de  foi costurado um acordo prévio que pode  ter envolvido uma flexibilização da ANP e o próprio Ministério das Minas e Energia. Com isso, as  esperanças da cidade de Charqueadas, no Rio Grande do Sul, foram por água abaixo. A população da  cidade vai mesmo ter que amargar prejuízos milionários causados pela suspensão do contrato entre a Petrobrás e a IESA, que está em recuperação judicial, reivindicando alguns milhões de reais em aditivos não pagos pela estatal.

A Petrobrás rompeu o contrato  e  abriu uma nova licitação para montagem dos 32 módulos. A estatal ainda tentou uma solução passando o contrato para a Andrade Gutierrez,  que acabou desistindo da operação. A empresa chegou a tomar a decisão de levar metade dos módulos para serem feitos na China, o que gerou muitas críticas de fornecedores locais, mas acabou não aceitando as imposições de corresponsabilidade incluídas no contrato.

A dura decisão de entregar para os chineses a construção destes módulos, vai causar um impacto profundo na vida de milhares de pessoas da cidade Charqueadas. Mil empregos diretos já haviam sido cortados. A Petrobrás reconheceu que a sua decisão causou transtornos na cidade, que tem 35 mil habitantes. E chegou a considerar a possibilidade  de  obrigar a empresa vencedora de uma nova licitação  a  montar os módulos na mesma área. Mas a realidade se mostrou madrasta da população de Charqueadas. Os módulos vão para China e quem vai comemorar são os chineses.

Com o pedido de recuperação judicial de seu controlador, o Inepar, a solução encontrada pela Petrobrás foi a entrada da Andrade Gutierrez, que assumiu 75% do contrato, recebendo um valor não divulgado para retomar as obras. Quando a IESA Óleo e Gás foi contratada, ela ficaria responsável pela montagem dos módulos de seis FPSOs replicantes. Com a entrada da Andrade Gutierrez, este número subiu para oito replicantes, sendo quatro módulos para cada plataforma. Seriam os seguintes módulos a serem construídos: Pacote 1, com módulos de compressão de CO2; Pacote 4, com Módulos de Compressão de Gás Natural; Pacote 6, com Módulos de Compressão de gás; e Pacote 7, com Módulos de Injeção de Gás.

Procurada, a Petrobrás ainda não se manifestou. Sua assessoria de imprensa informou que estava esperando uma manifestação da diretoria de Exploração e Produção.

Fonte: http://www.petronoticias.com.br/archives/70367