Mulher ganha até 38% menos que homem na mesma função

Levantamento mostra que houve melhora na posição da mulher no mercado de trabalho nos últimos seis anos, mas ainda assim os homens ganham mais

Apesar de terem conquistado muitos direitos, as mulheres ainda ganham menos que os homens em todos os cargos. É o que aponta o estudo realizado pela Catho, que avalia os salários de homens e mulheres em funções que vão desde o estágio até a presidência de uma empresa. Além disso, mulheres ainda são minoria ocupando posições nos principais cargos de gestão, como diretoria, por exemplo.

A Pesquisa Salarial realizada pela Catho em 2018 com 7.957 profissionais, mostrou que quando levamos em consideração o nível de escolaridade, as desvantagens que as mulheres têm aparecem com maior evidência em todos os níveis. Em alguns casos, elas chegam a ganhar quase a metade do salário dos homens. É o caso das que têm MBA, cuja diferença salarial é de 42%. O percentual é atenuado conforme a escolaridade vai diminuindo, mas ainda assim o salário dos homens é sempre superior.

Escolaridade

Masculino

Feminino

% que mulher ganha a menos

MBA

10.106,18

5.811,80

42,49%

Pós-Graduação/Especialização

7.339,94

4.768,06

35,04%

Formação superior

4.485,82

2.533,16

43,53%

Ensino médio

2.420,52

1.418,63

41,39%

Ensino fundamental

2.359,98

1.397,89

40,77%

Fundamental incompleto

1.861,25

1.466,36

21,22%

* Média salarial por escolaridade

 

As funções que se destacam com as maiores diferenças de valor são de gerente/diretor/presidente, em que as mulheres recebem 31% menos; e também na função de profissional graduado, com 33% de diferença salarial.

 

Atuação Profissional

Masculino

Feminino

% que mulher ganha a menos

Presidente | Diretor | Gerente

12.006,23

8.183,24

31,84%

Consultor

5.456,64

3.358,70

38,45%

Coordenador | Líder | Supervisor | Encarregado

5.242,42

4.091,50

21,95%

Profissional Graduado

6.163,62

4.070,74

33,96%

Analista

4.040,13

3.355,50

16,95%

Profissional Técnico

3.062,14

2.078,42

32,13%

Operacional

1.868,72

1.182,96

36,70%

Auxiliar | Assistente

1.704,19

1.564,11

8,22%

Trainee | Estagiário | Trainee

1.235,50

1.061,74

14,06%

*Média salarial por atuação profissional

Já em relação à distribuição das mulheres entre diferentes cargos, houve melhora desde 2011, mas as desigualdades ainda aparecem e aumentam à medida que o nível hierárquico sobe. No cargo de presidente, por exemplo, em 2011, 22,91% eram mulheres. Em 2017 esse número foi de 25,85%.

CARGO

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

Presidência

22,91%

23,85%

24,05%

24,64%

25,43%

24,50%

25,85%

Vice-presidência

19,32%

19,77%

21,01%

25,00%

27,06%

25,20%

27,46%

Diretor

23,40%

23,97%

24,33%

24,49%

28,42%

27,60%

27,95%

Gerente

35,26%

37,07%

38,25%

40,33%

40,37%

40,60%

41,99%

Supervisor

49,09%

48,13%

49,53%

52,41%

51,66%

52,20%

57,92%

Encarregado

54,99%

55,79%

56,37%

57,40%

58,37%

57,09%

61,57%

*Evolução da participação da mulher em cargos de gestão entre 2011 e 2017 (Dados Cadastro Catho)

 

Desigualdade salarial em todas as áreas

“O maior acesso à educação superior influenciou bastante na redução da desigualdade. A internet também tem papel de peso nesse processo, já que permite mais informação e contato com outras mulheres. No entanto, as diferenças ainda são significativas e a verdade é que estamos longe da equiparação salarial, como podemos observar na pesquisa. Em especial quando percebemos que elas ainda ganham menos que eles em todas as áreas de atuação consultadas”, ressalta Kátia Garcia, gerente de relacionamento com cliente da Catho.

Área de atuação

Masculino

Feminino

% que mulheres ganham a menos

Administração

R$4.814,14

R$3.177,04

34,01%

Agricultura, Pecuária e Veterinária

R$4.770,73

R$4.716,17

1,14%

Artes, Arquitetura e Design

R$5.380,80

R$3.189,17

40,73%

Comércio Exterior

R$4.750,32

R$3.874,91

18,43%

Comercial e Vendas

R$5.062,15

R$3.757,75

25,77%

Comunicação / Marketing

R$5.661,98

R$3.695,02

34,74%

Educação

R$4.794,97

R$4.362,79

9,01%

Engenharia

R$6.664,90

Nove em cada dez brasileiras buscam informações sobre saúde na internet

Pesquisa realizada pelo portal Minha Vida aponta as tendências do mercado de bem-estar online

A internet é considerada a principal fonte de informações dos brasileiros. Nela, são publicadas notícias com rapidez e dinamicidade, aumentando o poder de pesquisa dos usuários. Na área de saúde, não poderia ser diferente – a rede mundial é mais consultada do que os próprios médicos. É o que indicam os resultados da pesquisa Health Report, realizada pelo portal Minha Vida, maior site sobre saúde e bem-estar do país. O estudo aponta que nove em cada dez mulheres de classe C, com idade entre 25 e 59 anos, buscam informações de saúde na internet antes ou após a consulta médica. Esse dado é extremamente relevante, já que essas mulheres são as responsáveis pelas decisões de compra nos lares brasileiros.

Uma das tendências apresentadas pela pesquisa é a preocupação com o envelhecimento mais saudável e a mudança de hábitos para manter o corpo em forma e mais disposto. Durante as buscas pelo tema na internet, as mulheres costumam navegar por sites especializados (67,1%), blogs sobre saúde (53,6%), Facebook (46,0%) e buscadores on-line (43,9%). O coordenador das pesquisas Life Insights do Minha Vida, Rafael Duarte, ressalta o crescimento do uso das redes sociais: “O Facebook é a preferência das mulheres de todas as idades e, em segundo lugar, o YouTube. A diferença entre as duas redes sociais é bem pequena entre os mais jovens. Elas são fontes de informações sobre todos os temas, inclusive saúde e bem-estar. A pesquisa aponta que elas estão sendo mais utilizadas do que os buscadores”.

O Brasil está no quarto lugar do ranking mundial de número de usuários por país, com cerca de 120 milhões de pessoas conectadas, segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)1. Na área de saúde, os itens mais pesquisados são alimentação (69,3%), sintomas (68,2%) e doenças (64,9%). Os dados do Minha Vida mostram que 82,8% das entrevistadas buscam informações no momento da consulta médica, sendo que 59,6% delas pesquisam antes e depois de conversar com o especialista. “A jornada digital do paciente é uma etapa importante do processo de conscientização sobre uma condição de saúde e é essencial que os profissionais da área levem isso em consideração, principalmente atuando para reforçar os perigos do autodiagnóstico, caso a pessoa dispense a ajuda médica”, pontua Rafael Duarte.

Apesar de recorrerem aos sites, as mulheres não colocam as informações da internet acima da opinião médica. Os resultados apontam que 86% das mulheres não confiam em qualquer notícia encontrada na rede e dão preferência aos sites especializados em bem-estar e saúde. O coordenador do Minha Vida explica que “a partir do estudo, podemos interpretar que a busca nas redes é uma forma de trazer dúvidas ao consultório e, também, entender melhor o diagnóstico após a visita ao médico”. Outro insight apresentado pelo coordenador é a diferença entre as mulheres e os homens entrevistados: elas costumam pesquisar os sintomas, tendo um perfil preventivo; e eles buscam as doenças, provavelmente após ter o diagnóstico.

A jornada digital do paciente não se limita aos sites especializados e buscadores on-line. A internet pode ser facilitadora durante o diagnóstico e o tratamento de doenças. Ela já é utilizada para agendar consultas com especialistas e pode auxiliar os pacientes a tirarem dúvidas com seus médicos pelos aplicativos de mensagens instantâneas. “A saúde online é um mercado bastante promissor. Segundo o estudo, a inovação mais desejada na área é o acesso ao histórico médico em plataformas online (55,9%). Além disso, observamos um aumento nas compras de medicamentos pela internet, o que é mais rápido e cômodo para os pacientes”, finaliza Rafael.