Orçamento do FGTS prevê geração de 6,7 milhões de vagas de trabalho até 2021

Proposta aprovada pelo Conselho Curador do Fundo define investimentos em habitação, infraestrutura urbana e saneamento até 2021, impulsionando o mercado de trabalho no país 

 

Os investimentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) gerarão 6,7 milhões de empregos diretos no Brasil, nos próximos quatro anos. A previsão faz parte da Peça Orçamentária 2018-2021, apresentada durante reunião do Conselho Curador do FGTS, na terça-feira (24), em Brasília. “Esses recursos serão alocados de forma a contribuir significativamente na retomada do crescimento do país, ajudando na recuperação da economia e da geração de empregos para os trabalhadores brasileiros”, afirmou o ministro do Trabalho e presidente do Conselho Curador, Ronaldo Nogueira.

Durante o encontro, na sede do Ministério do Trabalho, foram aprovados os orçamentos operacional, financeiro e econômico do FGTS para 2018 e o orçamento plurianual de aplicação para o período 2019-2021. Juntos, os investimentos chegam a R$ 330 bilhões nas áreas de habitação, saneamento e infraestrutura urbana (veja em  http://trabalho.gov.br/noticias/5164-fgts-vai-injetar-r-330-bilhoes-na-economia-em-4-anos).

Segundo a proposta, a aplicação dos recursos gerará 1.749.891 empregos já em 2018. Nos anos seguintes, a estimativa é de 1.659.900 empregos para 2019, expectativa que se repete em 2020. Para 2021, o Conselho prevê a abertura de 1.648.350 vagas no mercado de trabalho, totalizando 6.718.041 empregos nos quatro anos. “São dados que também contribuem para a volta do otimismo nos setores produtivo, de comércio e de serviços, com a tendência consolidada de recuperação do mercado de trabalho”, disse Ronaldo Nogueira.

PAC e Habitação – A proposta aprovada pelo Conselho Curador considera as diretrizes e metas estabelecidas para a continuidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além de novas seleções de projetos que receberão recursos do FGTS.

No setor de habitação, em 2018, os recursos para o Programa Minha Casa, Minha Vida chegarão a R$ 52,5 bilhões, destinados à liberação de financiamentos a pessoas físicas e jurídicas. Outros R$ 9 bilhões se referem a descontos nos financiamentos para pessoas físicas; R$ 500 milhões são para o Programa Pró-Moradia; R$ 5 bilhões para o Programa Pró-Cotista; e R$ 1,5 bilhão para operações especiais.

O total atinge R$ 68,5 bilhões somente no ano que vem. Já os valores para o orçamento plurianual de contratações 2019-2021 na área de habitação somam R$ 203,5 bilhões. Juntos, esses recursos devem responder pela geração de 1,39 milhão de empregos em 2018; 1,36 milhão em 2019 e, também, em 2020; e mais 1,35 milhão em 2021.

Como a maioria dos recursos será para investimentos em habitação popular, o setor gerará a maior parte dos empregos, com estimativa de mais de 1,22 milhão de vagas anuais nos próximos quatro anos. “Os recursos estão sendo alocados principalmente para a habitação popular, que é o grande foco do FGTS. Portanto, esse setor deve viver um novo período de oportunidades de emprego nos próximos anos”, pontuou o ministro.

Mobilidade e transportes – Na área de infraestrutura urbana, o orçamento do FGTS é de R$ 7 bilhões para 2018, recursos que serão aplicados em empreendimentos de melhoria da circulação das pessoas e de qualidade do transporte público coletivo, de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana. O processo seletivo conta com previsão inicial de R$ 3,7 bilhões, tendo como público-alvo os governos municipais, estaduais e Distrito Federal.

Outros R$ 3 bilhões serão alocados no Programa de Renovação de Frota do Transporte Público Coletivo Urbano (Refrota), destinados à aquisição de ônibus pelo setor privado. O saldo restante, de R$ 300 milhões, destina-se a propostas, também do setor privado, para sistemas de mobilidade urbana.

No plano plurianual de contratações 2019-2021, o montante global da área de infraestrutura urbana é de R$ 21 bilhões, prevendo o fomento continuado em melhorias da mobilidade urbana no País com recursos do financiamento Pró-Transporte.

A expectativa é de que esses recursos do Fundo de Garantia impulsionem a abertura de cerca de 191 mil vagas, somente em 2018. Nos três anos seguintes, a previsão é de 164 mil empregos anuais em infraestrutura urbana.

Saneamento básico – Já a área de saneamento básico teve orçamento aprovado de R$ 6 bilhões para o próximo ano. Os recursos vão atender a um processo seletivo do setor público no valor de R$ 2,2 bilhões, que podem ser redefinidos em mais R$ 1 bilhão.

Ainda em 2018, devem ser atendidas demandas da ordem de R$ 1,65 bilhão, entre operações habilitadas, enquadradas ou em análise no Ministério das Cidades (MCidades). O Conselho Curador do FGTS também levou em consideração a crescente procura do setor privado, que já conta com aproximadamente R$ 1,16 bilhão em empreendimentos protocolados, pleiteando contratação.

Para os três anos seguintes, o orçamento do Fundo prevê R$ 18 bilhões a fim de atender à necessidade do Programa Saneamento para Todos. “São recursos importantes para dar continuidade ao fomento da política pública de saneamento no País e que também vão contribuir para a geração de empregos no setor”, disse Ronaldo Nogueira.

Segundo as estimativas do Conselho Curador, serão 151 mil empregos em 2018, refletindo os investimentos com recursos do FGTS em saneamento básico. De 2019 a 2021, a média prevista é de 132 mil vagas anuais.

 

INVESTIMENTOS DO FGTS – EMPREGOS GERADOS*

DISCRIMINAÇÃO EMPREGOS GERADOS
  2018 2019 2020 2021
1.     HABITAÇÃO 1.396.857 1.362.900 1.362.900 1.351.350
   1.1   HABITAÇÃO POPULAR 1.224.300 1.224.300 1.224.300 1.235.850
   1.1.1  PESSOAS FÍSICAS/JURÍDICAS 1.212.750 1.212.750 1.212.750 1.224.300
   1.1.2  PRÓ-MORADIA 11.550 11.550 11.550 11.550
       1.1.3  DESCONTOS CONCEDIDOS
   1.2  PRÓ-COTISTA 115.500 115.500 115.500 115.500
   1.3  OPERAÇÕES ESPECIAIS 34.650 23.100 23.100 0
   1.4  CARTEIRA ADMINISTRADA ** 22.407 0 0 0
2.     SANEAMENTO BÁSICO 151.074 132.000 132.000 132.000
   2.1  SANEAMENTO PARA TODOS 132.000 132.000 132.000 132.000
   2.2  CARTEIRA ADMINISTRADA ** 19.074 0 0 0
3.     INFRAESTRUTURA URBANA 190.960 154.000 154.000 154.000
   3.1  PRÓ-TRANSPORTE 154.000 154.000 154.000 154.000
   3.2  CARTEIRA ADMINISTRADA ** 36.960 0 0 0
4.  OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS 11.000 11.000 11.000 11.000
T O T A L 1.749.891 1.659.900 1.659.900 1.648.350

 

* Previsão da Peça Orçamentária 2018-2021 aprovada pelo Conselho Curador do FGTS em 23/10/2017;

** Orçamento remanescente das carteiras administradas.

FGTS vai injetar R$ 330 bilhões na economia em 4 anos

Conselho Curador aprovou volume de recursos do Fundo que serão destinados para habitação, saneamento e infraestrutura urbana no período de 2018 até 2021

 

O Brasil terá mais de R$ 330 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura nos próximos quatro anos, de acordo com orçamentos aprovados nesta terça-feira (24) pelo Conselho Curador do FGTS, na sede do Ministério do Trabalho, em Brasília (DF). A estimativa é de que esses investimentos beneficiem até 144,7 milhões de pessoas e gerem em torno de 6,7 milhões de empregos em todo o período. “É um bom orçamento. O Fundo está sólido e estável e continua sendo um importante instrumento para financiar o desenvolvimento do País”, comentou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

 

Durante a reunião, os conselheiros aprovaram os orçamentos operacional, financeiro e econômico do FGTS para 2018 e o orçamento plurianual de aplicação para o período 2019-2021. Somente no próximo ano, serão mais de R$ 85,5 bilhões para os três setores, valor superior aos R$ 77,5 bilhões do Orçamento de 2017. Já em 2019 e 2020, o volume de recursos será de R$ 81,5 bilhões por ano, com mais R$ 81 bilhões em 2021.

 

Para a área de habitação, considerada o carro-chefe do orçamento do FGTS, estão previstos R$ 69,4 bilhões em 2018, R$ 68 bilhões em 2019, outros R$ 68 bilhões em 2020, e R$ 67,5 bilhões em 2021. A maior parte desses recursos é para habitação popular, com estimativa de R$ 62 bilhões por ano até 2020 e R$ 62,5 bilhões em 2021. “Na habitação, a execução de recursos do FGTS já é boa e estamos mantendo os valores para os próximos anos”, avaliou Moura Neto.

 

Financiamentos – Ele lembra que, em meio à crise econômica, os bancos reduziram o volume de empréstimos com recursos da Caderneta de Poupança. “Os bancos, somados, financiaram 140 mil unidades nos últimos 12 meses. Só o FGTS financiou 470 mil unidades nesse período. Então, praticamente o FGTS é que está sustentando o mercado imobiliário”, observou o coordenador-geral do FGTS, Bolivar Moura Neto. A expectativa, porém, é de que nos próximos anos a Poupança se recupere e os bancos voltem a utilizar recursos dessa fonte para os financiamentos.

 

Moura Neto salienta que o FGTS para habitação atende a uma grande parcela da população – no primeiro semestre deste ano, foram destinados mais de R$ 31 bilhões para o setor. Por isso, o orçamento dos próximos anos prevê uma fatia menor do bolo para o programa Pró-Cotista, voltado para a classe média. “O Conselho manteve o valor de R$ 5 bilhões por ano, operado historicamente no Pró-Cotista, justamente para que os bancos voltem a operar com recursos da Poupança para a classe média, e o FGTS seja mais voltado para a habitação popular, que é o foco do Fundo”, explicou.

 

A previsão do Conselho é de que os recursos para habitação atendam a 528,3 mil pessoas no próximo ano; 525,8 mil em 2019 e, também, em 2020; com mais 525,3 mil em 2021. O total chega a mais de 2,1 milhões de moradias financiadas com o FGTS nos próximos quatro anos.

 

Saneamento e infraestrutura – No saneamento básico, o orçamento do Fundo prevê R$ 6,8 bilhões em 2018 e mais R$ 6 bilhões por ano até 2021. Já para a infraestrutura urbana, a estimativa é de R$ 8,6 bilhões no ano que vem, com outros R$ 7 bilhões por ano até 2021.

 

A expectativa é de que esses investimentos beneficiem 41,8 milhões de pessoas em 2018 e 34,3 milhões por ano, até 2021, totalizando um acumulado de mais de 144,7 milhões de brasileiros atendidos com melhorias em saneamento e infraestrutura.

 

Moura Neto destaca que os recursos do FGTS alocados pelo Conselho para esses dois setores não têm sido totalmente aproveitados, mas a expectativa é de reverter esse quadro. “Foram feitas algumas mudanças na seleção de projetos”, justifica. Além disso, ele cita programas como o Pró-Transporte, para investimentos em infraestrutura de transporte e mobilidade urbana, e o Pró-Frota, para renovação da frota de ônibus urbanos, que foram criados para auxiliar na utilização do dinheiro disponível.

 

Empregos – Os recursos do FGTS também devem movimentar o mercado de trabalho no País. Segundo os números do Conselho Curador do FGTS, os investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura urbana com dinheiro do Fundo vão responder pela abertura de mais de 6,7 milhões de novas vagas nos próximos quatro anos. A estimativa é de 1,7 milhão de empregos em 2018 e mais de 1,6 milhão por ano até 2021.

 

Os orçamentos aprovados pelo Conselho levam em consideração a estimativa de arrecadação do FGTS no período. Segundo Moura Neto, a expectativa é de que a arrecadação líquida volte a crescer, mas as projeções ainda foram conservadoras.

 

Ele explica que os números podem ser revistos, para mais ou para menos, dependendo de medidas que venham a ser adotadas pelo governo, ou aprovadas pelo Congresso Nacional, e que impliquem a utilização do Fundo. “Em 2017, foram utilizados R$ 45 bilhões só na liberação das contas inativas. Isso é quase 12% do volume total das contas”, lembrou.

 

 

ORÇAMENTO FGTS – 2018-2021 Em R$ mil
Discriminação 2018 2019 2020 2021
1. Habitação 69.470.000 68.000.000 68.000.000 67.500.000
1.1. Habitação popular 62.000.000 62.000.000 62.000.000 62.500.000
1.1.1. Pessoas físicas e jurídicas 52.500.000 52.500.000 52.500.000 53.000.000
1.1.2. Pró-Moradia 500.000 500.000 500.000 500.000
1.1.3. Descontos 9.000.000 9.000.000 9.000.000 9.000.000
1.2. Pró-Cotista 5.000.000 5.000.000 5.000.000 5.000.000
1.3. Operações especiais 1.500.000 1.000.000 1.000.000 0
1.4. Carteira administrada* 970.000 0 0 0
2. Saneamento básico 6.867.000 6.000.000 6.000.000 6.000.000
2.1. Saneamento para Todos 6.000.000 6.000.000 6.000.000 6.000.000
2.2. Carteira administrada* 867.000 0 0 0
3. Infraestrutura urbana 8.680.000 7.000.000 7.000.000 7.000.000
3.1. Pró-Transporte 7.000.000 7.000.000 7.000.000 7.000.000
3.2. Carteira administrada* 1.680.000 0 0 0
4. Operações urbanas consorciadas 500.000 500.000 500.000 500.000
Total 85.517.000 81.500.000 81.500.000 81.000.000

* Valores correspondentes ao orçamento remanescente das carteiras administradas.

JOVEM APRENDIZ

Ministério do Trabalho debate aprendizagem com Sistema S

Atualmente, existem cerca de 400 mil jovens aprendizes no país dentro do sistema S

Discutir a qualificação de jovens, buscar melhorias e ampliar o número de vagas para jovens no mercado de trabalho. Esse foi o objetivo do encontro entre o diretor de Política de Empregabilidade do Ministério do Trabalho, Higino Brito Vieira, as entidades que formam o Sistema S e a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Kátia Kátia Magalhães Arruda, nesta terça (21), na sede do Ministério do Trabalho (MTb). Hoje, há cerca de 400 mil jovens aprendizes em formação técnica no Brasil.

Fazem parte do sistema S: o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e o Serviço Social de Transporte (Sest).

De acordo com Higino Vieira, é importante avaliar e buscar melhorias na área da aprendizagem. “Um dos encaminhamentos foi o compromisso de todas as entidades envolvidas de criarem um indicador de empregabilidade. Dessa forma, teremos um panorama da efetividade dos cursos técnicos profissionalizantes oferecidos aos jovens dentro do sistema”, disse.

Durante a reunião, Senar, Senai, Senat, Secoop e Senac apresentaram os números de profissionais qualificados e os da aprendizagem pontuando que os cursos oferecidos atendem à demanda  dos empregadores. O Senai é responsável pelo maior número de jovens aprendizes contratados, são 127.951 matriculados cumprindo contratos em empresas.

A ministra do TST também falou sobre a necessidade de haver mais engajamento das empresas na política de aprendizagem e de se fazer uma avaliação dos resultados obtidos com os programas de qualificação ofertados pelas entidades. “Acredito que é hora de avançar e mostrar que a aprendizagem dá retorno aos empresários e à qualificação do capital humano brasileiro. As entidades poderiam incitar a demanda ao invés de esperar pela demanda dos empresários”, sugeriu a ministra.

Legislação – Criada no começo do século, a Lei da Aprendizagem (Lei 10.097/2000) influenciou a criação do programa federal Jovem Aprendiz. De acordo com a lei, empresas de médio e grande porte devem contratar jovens com idade entre 14 e 24 anos como aprendizes. O contrato de trabalho pode durar até dois anos e, durante esse período, o jovem é capacitado na instituição formadora e na empresa, combinando formação teórica e prática.