Selur acredita que somente a aplicação da legislação relativa ao crime de depredação, que inclui multas e detenção, pode resolver o problema
Segundo um levantamento do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur), existem atualmente na cidade, 3.764 pontos viciados de descarte de lixo.
Isso é inaceitável, uma vez que o descarte irregular de resíduos, por parte da população, contribui diretamente para o aumento de focos de infestação do mosquito da dengue na cidade de São Paulo.
E não se está abordando acúmulos de resíduos domiciliares comuns; a irresponsabilidade faz chegar a esses pontos todo tipo de materiais e utensílios que seus donos julgaram inservíveis: móveis, fogões, vasos sanitários, entulho, pallets. E por que pontos viciados? Porque são pontos de atração; uma vez encontrado no local o primeiro descarte, os demais se sucedem como ali fosse permitido despejar qualquer coisa sem sentimento de culpa. Afinal, quem começou nem isso teve.
Mais: esse fato é comum para todas as cidades brasileiras, em maior ou menor grau. Esse comportamento que se generaliza pode ser a afluência de um traço negativo da população representado pelo descaso pelo espaço do outro, quando o outro são todos os demais?
E as prefeituras, através das empresas que executam os serviços, tem que diariamente providenciar equipes exclusivas para a limpeza desses locais, usando gente, máquinas, equipamentos, veículos, e custando caro. Como a proliferação desses pontos é rápida, não dá para limpá-los ao mesmo tempo; alguns aguardam dias para sofrer a limpeza. É um trabalho que precisa ser feito, mas que não tem nenhuma razão para sua ocorrência, a não ser o descaso de uma parcela da população com o espaço público que é de todos.
“Enquanto toda a mídia está engajada em campanhas para o combate do mosquito, alguns cidadãos ainda colaboram com a proliferação da doença, acumulando lixo nos mesmos pontos que o Poder Público, através das empresas, não se cansa de limpar. Somente a aplicação da legislação relativa ao crime de depredação, que inclui multas e detenção, pode resolver esta questão”, explica Ariovaldo Caodaglio, presidente do Selur.