Escola ensina inglês com aluno jogando futebol

Chileno, radicado no Brasil, criou método diferente de ensinar idioma; aulas acontecem em São Bernardo do Campo
Jogar futebol é um prazer que reúne diariamente milhões de pessoas em todo o mundo. Imagine aliar esse momento de satisfação coletiva ao aprendizado de um idioma. Será que daria certo?

O chileno, radicado no Brasil, Eleazar Villavicencio, 33 anos, prova com números e fatos que dá muito certo. Ele criou um método inovador de ensinar inglês, longe da sala de aula, fazendo crianças e adolescentes aprender um novo idioma, enquanto jogam futebol.

Os alunos pedem a bola, reclamam, comemoram – tudo em inglês. No campo de futebol society, eles são acompanhados, durante toda a partida, por um professor. Depois do jogo, em casa, os alunos fazem a lição, correspondente àquilo que eles aprenderam em campo.

A empresa Higher Bridge foi criada oficialmente por Eleazar há um ano. Ele tem 800 alunos matriculados, que frequentam as aulas de futebol e inglês, ministradas no Parque dos Pássaros, em São Bernardo do Campo.

Eleazar participou, em setembro, de um evento de inovação, promovido pelo Sebrae Grande ABC. Ele acredita ter criado um método que pode ser único no Brasil. “Não conheço outra escola de inglês que funcione nos mesmos moldes que a minha”, diz o empreendedor, que é formado em filosofia e possui mestrado em pedagogia.

O gerente do Sebrae Grande ABC, Arthur Achôa, disse que há dois tipos de empreendedores: “O primeiro empreende por necessidade pessoal, por ter perdido o emprego, por exemplo. E o segundo é aquele que vislumbra uma oportunidade de negócio, que é a forma correta de empreender”. Para o gerente do Sebrae Grande ABC, Eleazar enquadra-se na segunda categoria: “Ele viu uma oportunidade e está atendendo uma determinada necessidade de seus clientes, fugindo da mesmice”.

Cresce na rede estadual procura por aulas de idiomas além de inglês e espanhol

Os estudantes da rede estadual estão ampliando o repertório de idiomas. Levantamento feito pela Secretaria da Educação de São Paulo revelou um aumento de 25% do número de matrículas em cursos de francês e italiano. Os dados são referentes ao período de 2014 e 2015. As aulas são oferecidas, de forma gratuita, nas 223 unidades do Centro de Estudos de Línguas (CEL) da capital, região metropolitana e interior paulista. A programação do segundo semestre começa agora em agosto.

Entre fevereiro e junho, 3.557 estavam em classes de francês, contra 2.837 no ano passado. Já o número de alunos de italiano chegou a 1.071, ante 845 em 2014. As aulas no CEL são abertas a estudantes a partir do 7º ano do Ensino Fundamental e têm duração de seis semestres (ou três anos). O foco do programa é ensinar os conceitos da língua, da gramática à pronúncia correta das palavras, e aperfeiçoar a conversação. Além do francês e italiano, há turmas também de inglês, alemão, espanhol, japonês e mandarim.

Para incentivar os alunos a estudar outros idiomas, a Secretaria também aposta em materiais complementares. Vídeos, música e até quadrinhos são utilizados em sala de aula junto com livros textos e exercícios. A ideia é dar autonomia aos estudantes e propor uma metodologia de ensino que privilegie situações do cotidiano (entrevista de emprego, viagem, troca de e-mails) e também os aproxime da história de alguns países.

“Os Centros de Estudo de Línguas são espaços de ampliação de conhecimento na rede estadual. As aulas são oferecidas sempre no contraturno (manhã ou tarde) e contribuem para a construção de um currículo e  da própria bagagem cultural. Ao fim dos módulos, todos os alunos recebem certificados e podem dar continuidade aos estudos aqui no Brasil ou até fora do País”, explica a coordenadora do CEL, Valéria Tarantello.

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