Sindicalistas são recebidos com bombas pela PM na Rodoviário do Tietê

Sindicalistas reclamam de truculência e quebra de acordo da PM de São Paulo, após protesto pacífico nas ruas laterais e na parte interna do terminal.

São Paulo, 28 de abril de 2017 – Durante a manhã desta seixa-feira (28), sindicalistas e populares fizeram manifestações dentro do Terminal Rodoviário do Tietê como parte da Greve Geral realizada hoje em todo o País. Membros da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT), entidade filiada à Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), paralisaram a Marginal Tietê por alguns momentos e, após acordo com a Polícia Militar, dirigiram-se para a rua lateral do terminal. Após a retirada de alguns carros que estavam na via, a PM tentou dispersar manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.

“A PM descumpriu um acordo que tinha conosco. Estávamos protestando de forma pacífica, liberamos a retirada de carros da via para evitar qualquer tipo de incidente e, após a saída do último veículo, a polícia simplesmente resolveu agir com truculência, sem necessidade nenhuma. O direito à greve e aos protestos é legítimo e respaldado na Constituição. Esses policiais também sofrerão com as reformas trabalhistas propostas pelo governo”, afirmou Moacyr Roberto Tesch Auervald, diretor da NCST que estava no local.

As manifestações do setor rodoviário paulista começaram às duas da manhã, com reuniões em garagens em várias cidades, inclusive na capital São Paulo. A ordem da NCST e da CNTTT é para que seus sindicatos descumpram quaisquer liminares concedidas às empresas do setor para que elas funcionem normalmente. “A ordem é para que as liminares não sejam cumpridas e todas as empresas de transporte público rodoviários sejam paralisadas”, disse José Calixto Ramos, presidente da NCST. Além da cidade de São Paulo, todo o transporte intermunicipal e interestadual do estado foi paralisado. Rodoviários das cidades do ABCD e da Baixada Santista também aderiram à Greve Geral.

Protestos em frente à Previdência

Membros da NCST continuam os protestos contra as reformas trabalhistas por todo o País. Em São Paulo, às 15 horas, haverá uma panfletagem contra a Reforma da Previdência em frente ao prédio central da Previdência Social (R. Cel. Xavier de Toledo, 280).

Metalúrgicos intensificam luta contra demissões Ato reúne 10 mil no ABC. SP também amplia ações

Mais de 10 mil ocupam Via Anchieta contra demissões

Cerca de 10 mil metalúrgicos das fábricas da região do ABC, principal polo da indústria automotiva no Estado de São Paulo, ocuparam a Rodovia Anchieta na manhã da quarta (1º), para protestar contra as ameaças de demissão na categoria, desde que as montadoras de São Bernardo do Campo anunciaram um excedente de quatro mil trabalhadores na base.

Na terça (31), a Mercedes-Benz abriu um plano de demissão voluntária (PDV) para sua planta na cidade, destinado a reduzir o quadro atual de nove mil empregados em dois mil trabalhadores.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado á CUT, a maior preocupação é exatamente com a situação na Mercedes e na Ford, que já comunicaram a disposição de não renovar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

Dirigente – Em conversa ontem (2) com a Agência Sindical, o diretor executivo da entidade José Roberto Nogueira da Silva (Bigodinho) alertou que falar em demissões neste momento, em especial numa cadeia produtiva tão extensa como a automobilística, pode ser um perigoso combustível para agravar a crise na economia e na política do País.

“Nós sabemos que cada trabalhador demitido na linha de montagem representa ao menos quatro demitidos na cadeia. Isso gera um impacto gigantesco para as cidades, para a economia e para toda a população”, adverte.

Ganância – O diretor denuncia que as montadoras estão apenas pensando nos lucros, quando as demissões podem gerar uma mancha negativa para suas marcas depois dos generosos incentivos fiscais que receberam nos últimos anos.

“O PPE e lay-off são ferramentas importantes, que contam com a colaboração direta do trabalhador, enquanto a economia não se recupera. As montadoras, no Brasil, tiveram um período de bonança incrível que gerou muito lucro para suas matrizes”, defende Bigodinho.

Greve – O ato, com forte participação da categoria, foi um alerto às empresas. Na manifestação, os trabalhadores aprovaram por unanimidade o encaminhamento feito pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, de que, caso haja anúncio de demissões, haverá um forte movimento de resistência. “Se demitir, é greve”, garantiu.

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, filiado à Força Sindical, também reforçou a mobilização para fortalecer a luta contra o desemprego e retirada de direitos. A entidade realiza diariamente assembleias de mobilização nas fábricas da base.

“Estamos junto da categoria em todos os locais de trabalho, conversando, debatendo e levando informações para os trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Miguel Torres. Temas como o Programa de Renovação da Frota de Veículos, como medidas eficazes para gerar empregos e colaborar com o crescimento econômico, estão na pauta dos encontros.