Especialistas alertam para crise climática e apontam energias renováveis como alternativa para reduzir emissões

Brasil tem ainda muito o que avançar em energias renováveis. Menos de 1% da matriz energética no país provém da energia solar

Embora a bandeira tarifária de energia elétrica esteja verde no mês de maio, o que significa que os reservatórios de água do Brasil estão com a capacidade suficiente para gerar energia sem sobrecarregar o sistema, é preciso repensar o uso e a produção de energia. Oficialmente, a maior parte do país entra na época de seca e com o consumo de água em alta pelos cuidados provocados com a pandemia da Covid 19, os índices dos reservatórios podem sofrer nos próximos meses.

Estudos mundiais apontam que o foco na sustentabilidade energética deve representar o “novo normal” para alcançar a independência energética e prevenir futuras crises climáticas apontadas por diversos especialistas.

O Fundo Monetário Internacional, inclusive, recentemente fez uma recomendação para investimentos em produtos e serviços de baixa emissão. A consultoria Climate Ventures, por exemplo, analisou 552 negócios que geram impactos positivos no clima e promovem a economia regenerativa de baixo carbono. As energias renováveis são apontadas como principais iniciativas com 34% dos bons negócios pelo clima na América Latina.

“Aqui no Brasil não percebemos a finitude da água, já que é tudo em abundância. Mas vivemos em uma crise hídrica constante. O nosso planeta já deu alertas sobre isso, estamos vivendo no máximo dos nossos recursos. Precisamos virar a chave da consciência. Procurar energias renováveis é um caminho para reduzir o impacto ambiental e acabar com esse fantasma de acréscimo da conta de luz. A radiação solar está disponível para todos, mas é preciso pensar a longo prazo”, pondera Alcione Belache CEO da Renovigi, uma das fabricantes líderes de sistemas fotovoltaicos no Brasil.

Mas o que são energias renováveis, afinal?

Energias renováveis são aquelas diretamente regeneradas ou reabastecidas pela natureza, nos seus processos normais, tendo, a maioria delas, a grande vantagem de gerar menos impacto ambiental. Elas apresentam-se como alternativas sustentáveis ao uso de fontes tradicionais como gás natural, centrais hídricas, carvão mineral e petróleo.

“Ano passado a humanidade atingiu a data limite de esgotamento dos recursos naturais. Significa que, a partir de agora, todos os recursos usados para a sobrevivência entrarão ‘no vermelho’, uma espécie de crédito negativo para a humanidade. Os números do relatório da Capgemini são um alerta. É preciso repensar a forma como o mundo consome energia, principalmente as provenientes de combustíveis fósseis e fontes esgotáveis, como a água. Precisamos de políticas públicas comprometidas com o meio ambiente, mais financiamentos e conscientização”, alerta o executivo.  

Alcione vai além e explica “com essa mudança, o mercado continuará a abrir-se para a produção de energia limpa e sustentável. Soma-se à redução do impacto ambiental e da dependência desses recursos, a economia de até 95% do valor gasto com energia utilizando os sistemas solares nas residências, empresas e no campo”.

Energia solar

Ao instalar um sistema solar, o medidor de energia elétrica é trocado por um medidor bidirecional, que registra a quantidade de energia que foi injetada na rede (produção solar) e a quantidade de energia consumida. Esta compensação consta na fatura de energia elétrica e pode ser abatida da conta nos meses seguintes, compensando os meses de menor radiação solar.

Os consumidores que utilizam os sistemas da Renovigi conseguem acompanhar, em tempo real, a geração de energia do seu sistema, por meio de um aplicativo de monitoramento, que mostra o quanto cada painel está gerando.

Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão responsável por realizar estudos sobre o setor energético, apenas 0,6% de toda a matriz energética do Brasil provém da energia fotovoltaica.

O Brasil tem uma das melhores radiações do mundo. O Atlas Brasileiro de Energia Solar constatou que o pior lugar no Brasil para produção de energia fotovoltaica é ainda 30% mais eficiente para a produção de energia do que na Alemanha, por exemplo. O interior do Nordeste e o norte de Minas Gerais são as áreas que possuem maior irradiação solar, ou seja, são as regiões que possuem maior capacidade de geração de energia.

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Por que investir em energia solar em Cuiabá

A alta procura por energias sustentáveis tem dado destaque para algumas capitais do Brasil que possuem maior probabilidade para geração dessas energias. É o que acontece com a capital do Mato Grosso. O alto investimento em energia solar em Cuiabá tem sido significativo e destacou a cidade como um dos polos brasileiros de energia limpa.

As secas no Brasil continuam de forma crescente e os aumentos na conta de luz também. Além disso, há uma grande demanda para que a matriz energética do país seja variada. Tudo isso contribui para que o investimento em energia solar só cresça a cada ano.

Alta radiação solar na região

A região Centro-Oeste do país tem uma insolação bastante alta durante todo o ano, o que favorece a utilização de placas solares não só em Cuiabá como em todo o estado. A utilização dessas placas é mais comum em prédios comerciais, usinas e residências. Porém, a energia solar já é muito utilizada em áreas rurais do Mato Grosso.

Como o estado possui muitas fazendas de gado e plantações, o uso dessa energia torna-se uma ótima opção de economia para agricultores. Se a tecnologia avança cada vez mais, não é difícil imaginar que ela também já atinja áreas rurais. Isso faz com que esses locais passem a consumir muito mais eletricidade.

Cuiabá possui clima favorável para implantação de energia solar

Em Cuiabá, o clima predominante é o tropical. A cidade é conhecida pelas suas altas temperaturas, classificada como uma das mais quentes do país. A temperatura média da capital é de 26ºC, não sendo difícil de chegar aos 40ºC ao longo dos dias mais ensolarados. Diante disso, é possível concluir o quanto a energia solar em Cuiabá é favorável, tanto para o bolso de quem vai utilizar quanto para o meio ambiente, pois será obtida através de uma fonte inesgotável.


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