ESTÁGIO E APRENDIZAGEM VENCEM A CRISE

Balanço do CIEE revela que índice de contratação de estagiários e aprendizes atinge o mesmo nível que tinha antes da crise econômica. O número de contratos assinados no terceiro trimestre do ano comparado ao mesmo período de 2016 cresceu 2,05%. O número de novos beneficiados por programas de capacitação chegou a 78.624 em todo o Brasil.
A boa notícia não para aí. “A tendência é de um crescimento maior no fim do ano, principalmente no começo de 2018”, diz Marcelo Gallo, superintendente de Operações do CIEE. O resultado confirma a previsão do CIEE de que as empresas continuariam investindo em capital humano mesmo durante o desaquecimento da economia. “Desde que os gestores conheceram de perto o gargalo da falta mão de obra qualificada, sabíamos que aprimorariam seus quadros para quando os momentos de dificuldade passassem”, conta Gallo.
Entretanto, nem tudo é motivo para comemorar: o CIEE ainda tem 3 milhões de candidatos no banco de perfis aguardando uma oportunidade de estágio ou aprendizagem. Empresas e órgãos públicos interessadas em implementar esses dois programas de capacitação podem contar com o auxílio da entidade. Além do site com todos os serviços em formato digital, o CIEE conta com mais de 350 pontos de atendimento em todo o Brasil, com assistentes capacitados para fornecer todo o detalhamento técnico para a contratação.
“Jovens interessados em conquistar uma oportunidade não precisam se assustar com o tamanho da fila: nossos parceiros abrem vagas continuamente”, explica o superintendente do CIEE. O serviço para os estudantes é gratuito. Mais informações para futuros candidatos e para empresas ou órgãos públicos podem ser obtidos no site www.ciee.org.br.

 

Combate ao desemprego – CIEE

Em época de crise econômica, os jovens são sempre a parcela da população que mais sente os efeitos do desemprego. Enquanto a taxa total da população chega a 12%, o índice dos que não trabalham na faixa de 16 a 24 anos ultrapassa os 27%. A falta de experiência profissional e a baixa qualificação prejudicam ainda mais a recolocação no mercado de trabalho. Por conta disso, o CIEE insiste na capacitação prática por meio do estágio e da aprendizagem como instrumentos de valorização da força produtiva da juventude.

Participando do Aprendiz Legal – programa de formação profissional entre jovens de 14 a 24 anos –, os aprendizes são treinados na prática nas empresas, em contato com profissionais experientes, com carteira de trabalho assinada e os demais direitos trabalhistas como férias e 13.° salário. Além disso, um dia por semana, eles transitam pelos polos de capacitação do CIEE, no qual têm aulas teóricas sobre a modalidade em que está atuando, como Auxiliar de produção industrial, Auxiliar de alimentação, Arco administrativo, Arco bancário, Comércio e varejo, Logística, Telesserviços, Turismo e hospitalidade, e Telemática.

Os instrutores do CIEE passam por treinamentos rigorosos com educadores do CIEE e da Fundação Roberto Marinho, parceiro do programa e responsável pela elaboração do material didático das aulas. Os cursos modernizaram-se, aproximando os alunos da realidade do mercado de trabalho após uma recente reformulação na metodologia. Os que frequentam as aulas do Aprendiz Legal têm uniforme e lanche gratuitos e a experiência de um convívio com a informação que lhes serão úteis para toda a carreira profissional.

As vagas abertas pelo CIEE nas empresas de grande e médio porte – que precisam cumprir a cota, conforme as determinações da Lei da Aprendizagem (n.°10.097/2000) podem ser obtidas pelo portal CIEE (www.ciee.org.br) ou nas unidades espalhadas em todos os estados.  Para se candidatar às oportunidades, os jovens devem estar cursando o ensino fundamental ou médio ou que já ter concluído o ensino médio.

O Aprendiz Legal conta com acompanhamento de assistentes sociais que dão apoio, não só para o jovem que necessita como para a família. É um verdadeiro programa de cunho social, pois grande parte dos 72 mil aprendizes que estão em capacitação atualmente pertencem a famílias em áreas de vulnerabilidade social. Com o salário recebido, podem dar continuidade aos estudos e ajudar a família nas despesas de casa, afastando-se do mundo das ruas e criando mais responsabilidades. Um programa relevante que combate o desemprego e, sobretudo, resgata o direito à cidadania.

 

*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História (APH).