Caminhos: como pessoas comuns construíram histórias incríveis

Em meio a tantas vidas perdidas na pandemia e aos problemas sociais e econômicos decorrentes da covid-19, muitas vezes nos vemos sufocados diante de tantas notícias difíceis. Não por acaso, histórias de pessoas que conseguiram transformar suas vidas ou a realidade em que vivem emocionam e viralizam nas redes sociais – e ganham mais espaço até mesmo nas mídias tradicionais.

“Histórias inspiradoras são muito importantes. A ausência delas pode criar um deserto imaginativo, um empobrecimento da nossa capacidade de fantasiar e sonhar”, explica o psicanalista Christian Dunker.

Thauany Galvão conquistou uma bolsa de pós-graduação em Harvard – Caminhos da Reportagem/TV Brasil

Neste episódio, a equipe do Caminhos da Reportagem foi atrás de histórias de pessoas que enfrentaram grandes obstáculos, sejam sociais, físicos ou econômicos, e conseguiram romper essas barreiras. O que elas têm em comum?

“Há alguns estudos que apontam alguns traços naqueles que conseguem fazer esta virada. E um traço que eu acho muito interessante é que são pessoas capazes de prospectar o futuro”, afirma Dunker.

Dança foi ferramenta de inclusão da bailarina Vitoria Bueno – Caminhos da Reportagem/TV Brasil

As oportunidades que surgiram na trajetória dos nossos personagens fizeram toda a diferença para que suas histórias tivessem um final diferente.

Vamos contar a história da bailarina Vitória Bueno, que nasceu sem os braços e brilha nos palcos desde os 5 anos. Também vamos conhecer a modelo Maju de Araújo, primeira estrela com síndrome de down de uma gigante do mercado de beleza e, ainda, o fotógrafo Ranimiro Lotufo, que não deixou de praticar esportes radicais mesmo depois de perder uma perna em um acidente com um parapente.

A jornalista e fundadora da ONG Escola de Gente, Cláudia Werneck, lembra que devemos evitar o discurso simplista da superação ao contar essas histórias e lembra que a inclusão é um benefício para toda a sociedade – não apenas para o indivíduo com deficiência.

“A inclusão é utilizada, conceitualmente, de forma muito equivocada. É como se você fizesse inclusão pra alguém, inclusão é uma proposta sistêmica. Todo mundo ganha com a inclusão”, aponta.

Maju de Araujo é a primeira modelo com síndrome de Down a estrelar uma campanha da L´Oreal  – Caminhos da Reportagem/TV Brasil

Em Goiânia (GO), São Luís (MA) e Campinas (SP), vamos trazer a história de três brasileiros que, por meio da educação e do esporte, conseguiram transpor cenários de pobreza e vulnerabilidade social.

A farmacêutica Thauany Galvão conseguiu uma bolsa de pós-graduação em Harvard (EUA), e a oceanógrafa Lis Maria Matos partiu para um mestrado no Reino Unido. Ambas são ex-alunas de escola pública e transformaram suas vidas com muito esforço e dedicação aos livros.

E o educador físico Pablo dos Santos apostou todas as fichas no esporte para trilhar um caminho diferente do que lhe era oferecido na periferia onde vivia.

“É preciso muito cuidado com histórias inspiradoras, porque elas são, por definição, excepcionais, não são a regra. E elas podem criar mensagens do tipo ‘basta você se sacrificar, se esforçar, se dedicar, Mas não é bem assim por condições sociais, de desigualdade”, pondera Dunker.

Pablo dos Santos apostou no esporte para mudar sua realidade – Caminhos da Reportagem/TV Brasil

O programa Caminhos da Reportagem vai ao ar hoje (3), às 20h, na TV Brasil

A íntegra do programa fica disponível na internet. Clique aqui para saber como sintonizar a TV Brasil.

Agência Brasil – Read More

Exposição virtual traz fotografias de adolescentes migrantes

“Gosto muito das fotos que pude fazer, principalmente a que tirei do meu amigo Alejandro, quando ele pulou e estava no ar. A fotografia é uma coisa linda porque permite conhecer mais as pessoas”. É assim que Lisandro Parabacuto, 12 anos, descreve a imagem que capturou do amigo, que brinca em uma escultura de iguana em um parque de Boa Vista (RR). 

A fotografia faz parte da exposição Explorando um novo lar, realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com o Instituto Pirilampos. A mostra virtual foi lançada hoje (28) e pode ser acessada na internet.

As fotografias são fruto de oficina, realizada entre abril e julho deste ano, com 90 alunos venezuelanos e brasileiros de escolas públicas ou que vivem em abrigos para refugiados e migrantes em Roraima.

A intenção, segundo o consultor de Comunicação para o Desenvolvimento do Unicef, Marco Prates, é que os adolescentes, que muitas vezes se viram obrigados a deixar a própria casa e o próprio país, conheçam e se reconheçam no novo lar. “A fotografia leva a um reconhecimento do espaço”, afirma. 

Prates diz ainda que o público alvo da oficina – os adolescentes – foi escolhido a dedo. Vivem hoje no Brasil mais de 260 mil refugiados e migrantes da Venezuela. Um em cada três é criança ou adolescente. “Às vezes, os adolescentes ficam no meio, como público. Não são nem crianças, nem adultos. O objetivo é então fortalecer o olhar para o que esses adolescentes são capazes, mostrando individualidade, mostrando seu mundo e sua integração”, acrescenta. 

Na exposição, é possível conferir o olhar desses fotógrafos e acessar relatos de como foi o processo. Lisandro é um dos fotógrafos. Assim como ele fotografou o amigo, Alejandro também o fotografou na mesma escultura. “Eu não sabia nada de fotografia. Tem muitas coisas, mas você aprende aos poucos. Tirei uma foto do meu amigo Lisandro quando ele pulou da iguana. Ficou espetacular e emocionante”, conta Alejandro Figueira, 14 anos. 

Exposição em Roraima

Antes do lançamento nacional, a exposição Explorando um novo lar foi exibida em sete abrigos da Operação Acolhida, que é a resposta humanitária do governo brasileiro e parceiros a refugiados e migrantes da Venezuela, onde vive boa parte dos adolescentes que participaram da oficina. Além disso, foi exposta no Roraima Garden Shopping, em Boa Vista, onde foi vista por cerca de 3 mil pessoas.

Os adolescentes que participaram da oficina fotográfica integram a Rede de Jovens Comunicadores, um grupo ativo de 168 adolescentes que debatem, produzem e disseminam conteúdo em suas comunidades sobre temas diversos como saúde mental, fake news, xenofobia e prevenção à covid-19. Esse trabalho tem o apoio financeiro da Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (Asdi).

Agência Brasil – Read More

SP: egressos da prisão enfrentam barreiras na garantia de direitos

Pessoas egressas do sistema prisional da cidade de São Paulo e seus familiares apontaram barreiras no acesso à Justiça, mencionando as dificuldades de acessar informações sobre processos judiciais, seja por falta de compreensão das informações contidas neles ou pela morosidade no andamento dos processos. Demanda emergencial alimentar e dificuldade de acesso a trabalho e à saúde também são entraves apontados.

A conclusão é do estudo A liberdade é uma luta constante: efeitos e permanências do cárcere na vida de egressos e familiares pós-prisão na cidade de São Paulo, realizado pela Iniciativa Negra Por Uma Nova Política Sobre Drogas (INNPD) e divulgado hoje (23). O objetivo foi investigar o acesso a políticas e órgãos públicos por pessoas egressas pelo sistema de justiça criminal e familiares.

Como grande parte das demandas estava relacionada à orientação jurídica sobre os processos, a entidade concluiu que a maioria delas poderia ser solucionada por meio do acolhimento e da orientação à pessoa atendida, já que muitas vezes o que as pessoas buscavam correspondia a informações sobre o andamento dos processos judiciais.

Dentro do cárcere, onde também foi relatada escassez de informações processuais, as pessoas dependiam, em geral, do atendimento oferecido pela unidade prisional. No entanto, o INNPD aponta que esse atendimento é frequentemente insuficiente frente ao contingente carcerário. As pessoas encarceradas dependiam ainda da mobilização das famílias, que levavam informações principalmente durante as visitas.

Para o levantamento, entre dezembro de 2020 e maio de 2021, foram coletadas as experiências de 29 egressos e familiares; realizadas 26 entrevistas com trabalhadores das redes municipal e estadual de serviços direcionados a essa população; e contatados nove profissionais que atuam em serviços voltados para crianças e adolescentes.

No âmbito municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS) é o órgão público mais utilizado por essa população: 83% afirmam usar os serviços disponíveis dessa rede pública de cuidados e 48% declaram buscar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para resolver demandas relativas principalmente ao Bolsa Família e à obtenção de cestas básicas.

Já no âmbito estadual, 58% acessam os serviços do Poupatempo, onde se pode tirar e atualizar documentos. No entanto, a pesquisa mostra a dificuldade que essas pessoas têm para regularizar a documentação. E 45% mencionaram ter buscado a Defensoria Pública para resolver questões relativas ao sistema de justiça criminal.

Dificuldade no acesso a serviços

A pesquisa identificou ainda dificuldades gerais no acesso a serviços e políticas públicas, o que representa entraves na reinserção dessa população na sociedade. As pessoas egressas sentem que faltam informações disponíveis e fáceis para compreender os serviços existentes.

Há ainda a sensação de que, quando acessam um serviço público, muitas vezes a responsabilidade é transferida de um serviço para outro, sem necessariamente informarem o motivo.

Questões materiais, como a falta de dinheiro para se locomover até os serviços públicos, dificuldade de se alimentar fora de casa e a falta de redes de apoio são também obstáculos para essa população.

Os profissionais de saúde, do sistema de justiça e da assistência social entrevistados apontaram a falta de documentação pessoal dos egressos como uma dificuldade para o acesso a direitos básicos. As pessoas egressas relataram o receio de sofrerem abuso policial por não portarem documentos. Sem a documentação, além de impedir o atendimento e acesso a equipamentos públicos, eles não conseguem ingressar no mercado de trabalho.

A Iniciativa Negra avalia que muitas das dificuldades identificadas poderiam ser solucionadas se o município se colocasse como um ator chave para a solução desses problemas, já que, após a saídas da prisão, as pessoas buscam atendimento em órgãos públicos que estão sob a execução municipal, como é o caso do SUS e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). 

“Requer, ainda, uma atenção coordenada entre todas as esferas administrativas: apesar do governo do estado ser responsável pelas pessoas sob sua custódia, o município é ator-chave na garantia dos direitos dessa população após a saída da prisão, pois é no retorno à cidade que esse público volta a acessar a malha de políticas e equipamentos públicos que estão sob responsabilidade do município”, diz trecho do estudo.

O relatório acrescenta que “por isso, pensar o papel do município no acolhimento da população que passou pelo cárcere e de seus familiares se faz essencial para diagnosticar os gargalos e os não acessos aos serviços, localizar boas práticas e caminhos possíveis, e, a partir disso, (re)pensar a política colocada”.

Saúde e trabalho

Há dificuldade no acesso à saúde dentro e fora do cárcere. O levantamento aponta que a impossibilidade de acesso digno à saúde dentro do cárcere foi uma percepção que atravessou todas as falas dos entrevistados. Onze das 26 pessoas egressas entrevistadas relataram dificuldades no acesso a medicações de uso controlado, espera longa para a realização de cirurgias, recorrência de doenças respiratórias como tuberculose, devido à interrupção do tratamento.

Fora da prisão, as dificuldades se estendem inclusive pela falta de acesso ao prontuário médico de pessoas que passaram pelo cárcere por parte dos profissionais da saúde e da assistência. Isso pode afetar a continuidade do acesso a medicamentos e tratamentos de saúde do paciente, sendo necessário começar o atendimento de saúde do zero em muitos casos.

As dificuldades de acesso ao trabalho também foram citadas dos familiares e das pessoas egressas do cárcere, em decorrência do que foi classificado pelo estudo como estigma social. Isso significa que houve discriminação devido aos antecedentes penais, ou mesmo por terem familiares com passagem pelo sistema prisional, o que dificultou o acesso ao trabalho.

Segundo o relatório, tais situações são geradoras de contextos de graves dificuldades financeiras e de fome. Dessa forma, o estudo indicou que o exercício de atividades informais acaba sendo uma das principais formas de geração de renda para pessoas sobreviventes do cárcere. 

Recomendações

O relatório final do estudo apresenta recomendações direcionadas a serviços e equipamentos públicos municipais com o intuito de ajudar a solucionar os entraves na reinserção dessa população.

A INNPD destaca a necessidade de acompanhamento de pessoas que estejam em processo de saída da prisão ou Fundação Casa, de forma a preparar os serviços para seu posterior acesso, evitando exposição à condição de urgente vulnerabilidade quando deixarem a unidade.

O desenvolvimento de programas para inserção no mercado de trabalho e a realização de apresentações de educação em direitos sobre os serviços e distribuir materiais informativos sobre eles nas unidades prisionais também são listadas entre ações que mitigariam os gargalos existentes para essa população.

Além disso, as recomendações incluem a criação de protocolos de atendimento em todos os serviços para pessoas em cumprimento de pena, sobreviventes do cárcere e familiares, garantindo uma atenção integral para suas especificidades; oferta de suporte de saúde mental para egressos e familiares; e garantia da manutenção do vínculo entre mães privadas de liberdade e filhos em situação de acolhimento nos serviços municipais.

Agência Brasil – Read More

Operação Acolhida interiorizou mais de 54 mil venezuelanos

Mais de 250 mil venezuelanos já imigraram para o Brasil. Desses 54 mil foram interiorizados por meio da Operação Acolhida, um processo que envolve o recebimento, confecção de documentação, garantia a necessidades básicas, acolhida em abrigos e integração socioeconômica dessa população que deixou seu país em busca de uma esperança. 

Os dados são da secretária Nacional de Proteção Global, Mariana Neris, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, entrevistada do programa Brasil em Pauta que vai ao ar neste domingo (22) na TV Brasil. Segundo ela, existem projetos voltados para mulheres e crianças. 

“Nós atuamos no fortalecimento para que essas pessoas sejam documentadas, ingressem no mercado de trabalho de forma segura, para que elas não sejam exploradas para o trabalho, para o tráfico humano, que não sofram outras violações mais graves do que as com as quais elas vieram”, diz.

No programa, Mariana Neris falou sobre outros projetos da secretaria. Entre eles está o Vans do Direito, que, segundo ela, tem se concentrado em resolver, por exemplo, a situação de crianças sem registro. De acordo com Mariana, cerca de 2,8% das crianças não tem registro civil, o que impede essas pessoas de terem acessos a direitos básicos. Essas vans devem abranger áreas mais remotas como quilombolas e ribeirinhos.

A secretária também destacou  o trabalho de acolhimento que vem sendo feito com a população de rua e a criação de um decreto federal para estabelecer uma política federal dos direitos das vítimas de crimes. “Estamos olhando para isso, trazendo um olhar atento, um cuidado, apoio, suporte para assegurar justiça”, diz.

A entrevista completa você confere no Brasil em Pauta deste domingo (22) que vai ao ar às 19h30.

Agência Brasil – Read More

Brasil envia ajuda humanitária ao Haiti

Trinta e dois bombeiros e um representante do Ministério do Desenvolvimento Regional estão a caminho do Haiti, levando cerca de 7 toneladas de materiais e equipamentos de emergência, além de 3,5 toneladas de medicamentos e insumos estratégicos do Ministério da Saúde. A missão tem por objetivo ajudar o Haiti a amenizar os problemas decorrentes de terremotos que atingiram o país desde o dia 14 de agosto, resultando em mais de 2 mil mortes e 10 mil feridos até o momento.

O avião leva 10 toneladas de insumos- TV Brasil

O avião de transporte KC-390 Millennium decolou da Base Aérea de Brasília na manhã de hoje (22) e a previsão é de que, após paradas para abastecimento em Cachimbo (PA) e em Boa Vista (RR), desembarque às 19h25 (horário de Brasília) em Porto Príncipe, a capital haitiana. O retorno a Brasília está previsto para amanhã (23), às 08h20.

Pouco antes do embarque, em cerimônia na Base Aérea de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro lembrou que a solidariedade é uma marca do povo brasileiro. “Recebi o pedido e, com o apoio das Forças Armadas e do corpo diplomático, essa missão foi armada. Esse pequeno contingente terá grande missão e simbolismo”, disse o presidente.

– Missão humanitária do Brasil rumo ao Haiti. pic.twitter.com/XNx2ZtPPVi

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 22, 2021

 

Em meio às 3,5 toneladas de medicamentos e insumos enviados há, segundo o Ministério da Defesa, cinco kits que podem, cada um, atender até 10 mil pessoas em situações de desastre. Também foram enviados materiais de uso hospitalar disponibilizados pela Força Nacional do SUS, como macas, colares cervicais, biombos, além de insulina humana tipo regular, medicamento que tem ação rápida em casos de choque, ocasionado pela diminuição anormal do volume do sangue.

Agência Brasil – Read More

Projeções em monumentos marcam agosto como mês da primeira infância

Dez cidades brasileiras celebrarão, pela primeira vez, agosto como o mês da Primeira Infância. A proposta, organizada pela Rede Urban95, prevê projeções de mensagens em edifícios e monumentos urbanos, como estratégia de intervenção para “chamar atenção para a importância de políticas públicas que priorizem gestantes, bebês, crianças e cuidadores”.

De acordo com a organizadora, o Agosto Dourado foi precursor da agenda de incentivo à amamentação e do Dia da Gestante, comemorado em 15 de agosto. “Falar da primeira infância vai além de oferecer uma cobertura de pré-natal e apoio ao aleitamento materno. Pensar na infância é atender pais e cuidadores com serviços públicos de qualidade; é preservar os espaços públicos limpos e iluminados; é pensar em intervenções urbanas lúdicas como parte de todas as ruas”, justifica, em nota, a entidade.

Na avaliação da Rede Urban95, a escolha de um mês específico dá visibilidade à causa, de forma a ajudar na mobilização da sociedade civil, além de poder influenciar na criação de políticas públicas voltadas ao tema.

“O objetivo é promover, desenvolver e fortalecer programas e políticas públicas voltadas ao bem-estar e qualidade de vida das crianças de 0 a 6 anos nas cidades brasileiras. O projeto apoia os municípios na elaboração de diagnósticos locais sobre a experiência e o acesso do público infantil e seus cuidadores aos espaços urbanos, disponibilizando dados para embasar a construção de políticas públicas mais assertivas para a primeira infância e alinhadas a outras agendas estratégicas locais”, acrescenta a rede que é composta Fundação Bernard van Leer e Instituto Cidades Sustentáveis.

As projeções serão feitas a partir de hoje (22) no Congresso Nacional, em Brasília. Na sequência estão previstas projeções dia 23 no Paço Municipal de Campinas (SP); dia 24 na Ponte Torta, em Jundiaí (SP); dia 25 será na sede da Via Parque, em Caruaru (PE).

No dia 26 serão projetadas mensagens nos Arcos do Atalaia, em Aracaju (SE). No dia 27 as mensagens serão projetadas no Centro Cultural Belchior, em Fortaleza (CE); e no dia 28 as mensagens serão projetadas no Museu Histórico do Crato, em Crato (CE).

Os três últimos monumentos que terão a projeção de mensagens serão o MAC, em Niterói (RJ) no dia 29; a Praça Cel. Pedro Osório, em Pelotas (RS) no dia 30; e Praça Hugo Poli, em Brasiléia (AC), dia 31.

Agência Brasil – Read More

MS: combate à violência contra meninas indígenas é tema de audiência

A violência contra meninas e mulheres indígenas em aldeias em Mato Grosso do Sul foi discutida nesta quinta-feira (26) em audiência pública, em Dourados (MS). Representantes do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) apresentaram o Projeto Cuidar como uma das ferramentas para o enfrentamento a esse tipo de violência na região. A iniciativa, lançada pela em abril, prevê ações de conscientização sobre os efeitos do uso de álcool e outras drogas.

Durante audiência pública realizada pela prefeitura de Dourados foram discutidos os crescentes casos de violência sexual envolvendo moradores das aldeias de Bororó e Jaguapiru, localizadas nas proximidades da cidade. O mais recente, ocorrido em 9 de agosto, foi o da menina indígena Raissa Silva Cabreira, de 11 anos de idade. Após ser alcoolizada, ela foi estuprada e assassinada por cinco homens, entre eles o próprio tio.

“Nossos adolescentes estão, cada vez mais cedo, tendo acesso ao álcool e a outras drogas. Nós precisamos fazer o enfrentamento ao uso abusivo de álcool não só em aldeias. Colocar a culpa no índio que está bebendo é muito pouco para mim, a gente vai ter que fazer esse enfrentamento de maneira abrangente”, afirmou a ministra Damares Alves. O encontro também contou com a presença de parlamentares da bancada feminina da Câmara dos Deputados.

Violência

Informações da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) apontam que, em Mato Grosso do Sul, foram registradas 50 denúncias e 193 violações de direitos humanos contra indígenas. Em Dourados (MS), foram 13 denúncias e 50 violações. Já contra mulheres, foram registradas no estado 8.526 violações e contra mulheres indígenas 150 violações.

Agência Brasil – Read More

São Paulo lança atendimento móvel para população em situação de rua

A prefeitura de São Paulo lançou hoje (27) o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos da População de Rua, uma unidade móvel que utiliza um ônibus como estrutura física. O serviço, inédito na cidade e no país, visa o atendimento e a garantia dos direitos da população em situação de rua. O equipamento atenderá de forma itinerante em regiões de maior concentração do público-alvo, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h às 16h.

Segundo informações da prefeitura, o atendimento será feito por uma equipe multidisciplinar com experiência no atendimento de pessoas em situação de rua, composta por coordenadora, educadora, advogada e assistente social. Os profissionais farão o atendimento direto e, também, farão a busca ativa para ofertar escuta e atendimento. Além disso, serão desenvolvidas ações de formação e educação em direitos humanos para agentes públicos ou privados e atividades coletivas.

O atendido será avaliado e a equipe encaminhará a pessoa para os serviços públicos mais adequados às suas necessidades, explicando como eles funcionam e como eles podem ser acessados. Nos casos de violação de direitos, a manifestação será encaminhada para os canais apropriados por intermédio da Ouvidoria de Direitos Humanos.

“A entrega de um equipamento como esse, que garante atendimento acessível e itinerante às pessoas em situação de rua de São Paulo, entendendo suas necessidades e dialogando olho no olho com elas, é uma medida de fato transformadora. Política pública sólida e com olhar humano para todos os públicos vulneráveis é um traço importante dessa gestão. Fico muito grata por fazer parte”, avaliou a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto.

Nos primeiros dias de operação, o Centro atenderá na Avenida José César de Oliveira, altura do número 111, na Vila Leopoldina.

Guia PopRua

A prefeitura lançou ainda a publicação Guia PopRua, com informações sobre equipamentos disponíveis e direitos da população em situação de rua, indicando onde e como acessá-los. A versão digital pode ser acessada aqui.

Elaborada pela Coordenação de Políticas para População em Situação de Rua em parceria com a Prefeitura de São Paulo, a Unesco, e o Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua, a publicação tem o objetivo de democratizar as informações sobre a rede de serviços e de cuidado existente na cidade de São Paulo.

No guia será possível encontrar informações sobre a conduta profissional nas abordagens policiais, as formas de encontrar centros de acolhida, locais para alimentação e higiene, e serviços ofertados pelas políticas de assistência social, direitos humanos e cidadania. Há ainda descrição de parte dos serviços da rede e como buscar atendimento especializado, como, por exemplo, orientação a quem faz uso de álcool e outras drogas.

O material conta também com informação para públicos específicos como mulheres, pessoas idosas, crianças e adolescentes, população LGBTI e imigrantes. Apresenta os demais serviços de atendimento, dias e horários de funcionamento, locais de busca de emprego, educação, política de moradia e outros órgãos especializados.

“Nossa secretaria atua na articulação de políticas públicas permanentes, que vão além das ações emergenciais de apoio a essa população na pandemia. Estamos construindo redes de proteção fundamentais para que existam mudanças reais no dia a dia dessas pessoas e famílias. Me sinto muito honrada por fazer parte desse processo, que de forma tão democrática, deu voz a essa parcela da população”, comentou a coordenadora de Políticas para a População em Situação de Rua, Giulia Patitucci.

Agência Brasil – Read More

Ação do MJ identifica desaparecido vivo após mutirão de coleta de DNA

Uma pessoa em situação de rua, dada pela família como desaparecida, foi identificada graças à Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A informação divulgada nesta segunda-feira (30) foi confirmada por meio de exames de material genético entre familiares, realizados pela Polícia Científica de Pernambuco. Este foi o primeiro cruzamento de DNA da campanha que chega à identificação de um desaparecido vivo. 

De acordo com a pasta, Francisco, como era conhecido, vivia há anos no centro de Arcoverde (PE). Ele não tinha contato com familiares e nem documentos que comprovassem a sua real identidade. Foi a partir daí que voluntários da cidade começaram uma busca no estado. 

Com a campanha, a unidade de Polícia Científica do Sertão de Moxotó, em Pernambuco, apoiou a busca. Coletou o DNA do homem e chegou até uma mulher, moradora de Lajedo, mesmo estado, que procurava um irmão desaparecido há mais de 30 anos, chamado Cícero. Materiais biológicos foram coletados e encaminhados para o Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC), em Recife, que confirmou a identidade de Cícero. 

“Esse resultado mostra a relevância da Campanha de Coleta de DNA, idealizada pelo Ministério em parceria com os Estados. Com uma ferramenta eficiente de identificação, foi possível aliviar o sofrimento vivido pelos familiares há tantos anos. Seguiremos engajados na divulgação da Campanha para que outros resultados como esse sejam encontrados”, afirmou, em nota, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

Outros casos

Com a campanha do ministério, já foi possível que outras 23 famílias no país encontrassem os restos mortais de seus familiares desaparecidos. A identificação dos restos mortais foi constatada pelos bancos estaduais em Goiás (6), Maranhão (1), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (1), Rio de Janeiro (3) e Rio Grande do Sul (11). 

A ação foi realizada de 14 a 18 de junho em todo o país. Mais de 2 mil famílias de desaparecidos forneceram material genético. É importante ressaltar que familiares podem continuar buscando os pontos para doar seus materiais genéticos.

Agência Brasil – Read More

Negro tem 2,6 vezes mais chances de ser assassinado no Brasil

Em 2019, os negros representaram 77% das vítimas de homicídios no Brasil, com uma taxa de 29,2 por 100 mil habitantes. Entre os não negros, a taxa foi de 11,2 para cada 100 mil, o que significa que o risco de um negro ser assassinado é 2,6 vezes superior ao de uma pessoa não negra.

Entre os anos de 2009 e 2019, 623.439 pessoas foram vítimas de homicídio no Brasil. Destas, 333.330, ou 53% do total, eram adolescentes e jovens.

Os dados constam da edição 2021 do Atlas da Violência, divulgada hoje (31). A publicação foi elaborada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

Os números apresentados pelo estudo foram obtidos a partir da análise dos dados do Sistema de Informações sobre a Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, em período anterior à pandemia de covid-19.

Na análise dos dados da última década, os autores do levantamento observaram que a redução dos homicídios ocorrida no país esteve muito mais concentrada entre a população não negra do que entre a negra. Entre 2009 e 2019, o número de negros vítimas de homicídio cresceu 1,6%, passando de 33.929 vítimas em 2009 para 34.466 em 2019. Já as vítimas não negras passaram de 15.249 em 2009 para 10.217 em 2019, redução de 33%.

Homicídios femininos

Em relação aos homicídios femininos, o Atlas da Violência mostra que 50.056 mulheres foram assassinadas entre 2009 e 2019. Nesse período, o total de mulheres negras mortas cresceu 2%, ao passo que o número de mulheres não negras mortas caiu 26,9%.

A publicação também destaca mudança na distribuição dos homicídios femininos: enquanto a taxa de homicídios de mulheres dentro das residências cresceu 6,1%, a taxa de mulheres mortas fora das residências caiu 28,1%.

Segundo a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, o local do homicídio é importante para se compreender as dinâmicas de violência.

“Está largamente documentado que os assassinatos de mulheres dentro de casa estão associados à violência doméstica. Os homicídios de mulheres fora de suas residências, por outro lado, em geral, estão associados a dinâmicas de violência urbana. O crescimento dos homicídios de mulheres dentro do próprio lar nos últimos 11 anos indica o recrudescimento da violência doméstica no período”.

Aumento de mortes violentas

Outro dado que chamou a atenção dos autores do estudo foi o aumento de 35% das mortes violentas por causa indeterminada entre 2018 e 2019, o que, segundo a análise dos pesquisadores, pode se refletir em uma subnotificação dos 45.503 homicídios registrados no país no período.

De acordo com a pesquisa, a categoria estatística mortes violentas por causa indeterminada é utilizada para os casos em que não é possível estabelecer a causa básica do óbito, ou a motivação que o gerou, como sendo resultante de lesão autoprovocada (suicídio), de acidente como nos de trânsito ou de homicídios.

“O crescimento brusco desse índice nos últimos anos, como nunca antes observado na série histórica, acarreta sérios problemas de qualidade e confiabilidade das informações prestadas pelo sistema de saúde, levando a análises distorcidas, na medida em que geram subnotificação de homicídios”, disse o presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Daniel Cerqueira.

De acordo com o pesquisador, em média, 73% dos casos de mortes por causa indeterminada referem-se a homicídios, o que por si só já elevaria o número de mortes no país em 2019.

Segundo o Atlas da Violência , os números de notificações de violências registrados pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação entre 2018 e 2019, na variável orientação sexual, contra homossexuais e bissexuais, apresentam crescimento de 9,8%, passando de 4.855 registros em 2018 para 5.330 no ano seguinte. Os números de violência contra pessoas trans e travestis também cresceram, passando de 3.758 notificações para 3.967 episódios em 2019, aumento de 5,6% dos casos de violência física.

Armas de fogo

Segundo a pesquisa, entre 2009 e 2019, 439.160 pessoas foram assassinadas por arma de fogo, o que corresponde a 70% de todos os homicídios do período. O estudo apontou que, desde 2009, todos os dias,109 pessoas foram assassinadas a tiros no Brasil.

Em 2019, o país registrou 14,7 assassinatos por armas de fogo por 100 mil habitantes, entretanto, 16 estados tiveram taxas acima da média nacional. A maior taxa foi registrada no Rio Grande do Norte: 33,7 homicídios por 100 mil pessoas. Na sequência se destacaram, com as taxas mais elevadas: Sergipe (33,5), Bahia (30,9), Pernambuco (28,4) e Pará (27,2). As menores taxas foram registradas em Minas Gerais (8,9), no Distrito Federal (8,5), no Mato Grosso do Sul (7,8), em Santa Catarina (5,3) e em São Paulo (3,8).

Em 2009, do total de homicídios no país, 71,2% foram praticados com o emprego de armas de fogo. Em 2019, esse percentual caiu para 67,7%.

“Os desdobramentos da política armamentista que está em curso no Brasil produzem riscos de elevar os números de homicídios a médio e longo prazos. À luz das evidências científicas, essa política deve ser reavaliada o quanto antes, não apenas para que assim sejam reduzidos os danos trazidos na atualidade a toda a sociedade, bem como os riscos futuros contra a vida e a segurança dos brasileiros”, aponta o documento.

Agência Brasil – Read More