Fim das aulas e calor, quando a dieta fria é mais aceita na recuperação, explicam aumento de 30% de cirurgias de amígdalas na estação
As amígdalas são pequenas glândulas na região da faringe e sua principal função é atuar como uma barreira de defesa natural contra agentes nocivos, como vírus e bactérias. “Tanto a amígdala palatina, situada no início da faringe, como as amígdalas faríngeas, também conhecidas como adenoides, são alvos constantes destes agentes e, por isso, a amigdalite é a principal complicação de gripes e resfriados, especialmente para crianças até sete anos”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero Matsuyama.
Caracterizada por sintomas como forte dor de garganta, febre e mal-estar, a amigdalite atinge principalmente os pequenos e pode evoluir para abcessos locais, com secreção purulenta e, em casos mais raros, evoluir para sépsis, quadro de choque com necessidade de extração imediata e febre reumática, atingindo as válvulas cardíacas. Para evitar estas complicações, a cirurgia de remoção das amígdalas é recomendada, sobretudo para crianças suscetíveis a crises frequentes. “Se não há obstrução noturna, apneia e infecções bacterianas de repetição, a cirurgia é recomendada só após os dois anos de idade, quando o sistema imunológico da faringe já concluiu seu desenvolvimento”, explica o especialista.
O pós-operatório exige até 10 dias de repouso e uma dieta fria pelo mesmo período; por isso, para não faltar às aulas, muitos pais escolhem as férias de verão para a cirurgia, quando o sorvete e os alimentos frios são mais bem aceitos. Engana-se, porém, quem pensa que as amigdalites atingem somente os pequenos: os adultos jovens também são susceptíveis à conhecida “inflamação da garganta” e, não raro, precisam extrai-las quando já estão crescidos. “No verão, as pessoas fazem uso maior de bebidas geladas, sorvetes, abusam do ar-condicionado e outras situações que levam a um aumento da incidência de infecções das vias aéreas superiores: tudo isso produz aumento dos casos de amigdalites agudas bacterianas, que são mais severas. Se as crises são recorrentes, o indicado é fazer a cirurgia”, finaliza o médico do CEMA.