Fuja das dívidas: PROTESTE dá dicas para o consumidor não se endividar no Natal

Associação alerta para cuidados para começar 2018 sem gerar grandes dívidas

É comum ver a troca de presentes no fim de ano e, por isso, no mês de dezembro, o consumidor fica suscetível a gastar mais para encher a árvore de Natal e também a mesa da ceia.

No entanto, em tempos de crise, é preciso tomar cuidado com os gastos. Pensando no consumidor, a PROTESTE Associação de Consumidores separou algumas dicas que ajudam a evitar dívidas que vão comprometer o bolso ao longo de 2018:

• Proponha um amigo oculto artesanal – Combine com a família de cada um dar presentes de fabricação própria, como uma torta, um caderno com capa decorada, um álbum de fotos, uma bijuteria…

• Opte por bazares e feiras – Neles, há grandes chances de encontrar preços bem mais em conta do que em lojas.

• Faça uma feira de trocas – Defina o local e horário e convide amigos e parentes, pedindo que levem produtos que não têm mais interesse, como livros, roupas, bolsas e artesanato. Dê presentes a partir dessas trocas.

• Compre presentes à vista e peça desconto – Aproveite o 13º salário e peça descontos. Resista às compras parceladas porque elas vão comprometer o orçamento dos meses seguintes e, em geral, têm juros embutidos.

• Se comprar a prazo, opte pelo menor CET – Caso queira dar um presente mais caro para alguém especial, e só pode fazer isso parcelando, pergunte qual é o valor do Custo Efetivo Total (CET) – além dos juros, engloba todos os encargos do crédito – e escolha a loja que cobre o menor CET.

• Muito cuidado com o cartão de crédito – É fácil fazer compras com ele, mas difícil pagar a fatura depois. Por isso, só o use se tiver muito controle dos gastos. Senão, corre o risco de o total ficar alto demais e você não conseguir pagar a vista a fatura, e precisar entrar no crédito rotativo, que tem taxas de juros absurdas.

52 milhões de brasileiros usam o cartão de crédito

Um terço dos usuários de cartão não sabe o limite; 96% desconhecem 
as taxas  de  juros  mensais, e  93% admitem o risco de gastar mais do que podem

 

O  cartão de crédito é uma das principais modalidades de pagamento usadas pelos consumidores em todo o mundo e, no Brasil, já são quase 52 milhões de usuários. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz em todo o Brasil sobre os hábitos de compra do consumidor e as vantagens e desvantagens do cartão de crédito. O estudo revela que 53% dos entrevistados possuem cartão, com uma média de quase dois por pessoa.

Desse total, quase metade (47%) parcelam as compras com esse meio de pagamento pelo menos uma vez ao mês, principalmente no caso de roupas (48%), calçados (44%) e eletrodomésticos (44%).

Um terço dos consumidores não sabe o limite do cartão
Foi identificado na pesquisa que um terço (34%) dos entrevistados que possuem cartão de crédito não sabem qual o limite para compras. Entre os que sabem, o limite médio é de R$ 1.401,00. Esse número aumenta entre as mulheres (47%) e as pessoas que não possuem renda própria (77%).

96% não sabem as taxas de juros dos cartões de crédito
Quase todos os usuários de cartão de crédito (96%) disseram não ter conhecimento sobre a taxa de juros mensal quando opta por pagar o mínimo. Esse número aumenta ainda mais entre as mulheres e pessoas das classes C, D e E (99%). “Em 2015, a taxa do cartão de crédito chegou a cerca de 300% ao ano, a maior desde 2011. Grande parte dos consumidores desconhece esses altos valores praticados e não sabe o quanto perde dinheiro ao utilizar o cartão sem colocar todas as contas no papel”, diz a especialista do SPC. “Se tomarmos como exemplo uma dívida de mil reais no cartão de crédito, em um ano, esse valor mudará para quatro mil reais, ou seja, o valor quadriplica.”
Outro dado importante analisado no estudo é que 38% já pagaram apenas o mínimo da fatura do cartão de crédito.

Não precisar andar com dinheiro é a principal vantagem
A pesquisa do SPC também investigou quais as principais vantagens e desvantagens do uso do cartão de crédito. Entre os usuários dessa modalidade, 34% apontam a segurança como principal vantagem do cartão de crédito, uma vez que não é necessário andar sempre com dinheiro ou cheque. Em seguida, os entrevistados citaram poder parcelar o valor das compras (25%); poder comprar mesmo quando não tem dinheiro (13%) e terem um prazo maior para pagar (12%).

 

Já entre as desvantagens, a principal é o risco de comprar mais do que pode (93%), o descontrole ao usar o cartão, realizando compras não planejadas e por impulso. “Quando utilizado de forma consciente, o cartão de crédito é um importante aliado na gestão do orçamento. Porém, os benefícios de parcelamento podem induzir o consumidor a um comportamento arriscado, o que pode resultar no endividamento e até mesmo inadimplência devido às altas taxas de juros”, analisa a economista-chefe.

19% pedem cartão emprestado a terceiros
Segundo o estudo, 19% dos entrevistados costumam pedir um cartão de crédito emprestado a outras pessoas, principalmente para pais e amigos, e duas em cada dez pessoas compram parcelado no cartão de terceiros. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o risco de emprestar o cartão de crédito é bem alto.
“Ao utilizar o cartão, a dívida fica pendente com a empresa credora e no final das contas quem tem que pagar muitas vezes é o parente ou amigo que emprestou”, explica Kawauti. “Cerca de 15 milhões de consumidores ficaram ou ainda estão com o nome sujo por emprestarem o cartão de crédito e o cartão de loja”, conclui.

Baixe a pesquisa na íntegra e a metodologia clicando ao lado direito superior no link https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas