Importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

SBC estima que cerca de 90% dos casos podem ser curados, desde que identificados em estágio inicial

 

O movimento Outubro Rosa foi criado no início da década de 1990, nos Estados Unidos, e logo ganhou notoriedade em todo mundo, por meio da promoção de diversas ações de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, que é o segundo de maior incidência no mundo e o primeiro no sexo feminino. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2017 surgirão 57.960 novos casos de câncer de mama.

“O Ministério da Saúde recomenda a realização anual da mamografia a partir dos 50 anos. Em mulheres com histórico familiar de câncer de mama deve ser a partir dos 40 anos. A ultrassonografia também é um recurso eficiente para investigar a doença. Mas um exame simples, atemporal, que auxilia na detecção de nódulos é o autoexame, que pode ser realizado ainda na adolescência. São métodos que contribuem muito para que o tratamento tenha êxito, desde que o câncer seja descoberto em sua fase inicial”, explica o Dr. Ricardo César Pinto Antunes, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).

Alguns dos principais fatores de risco que podem indicar relação com o surgimento do câncer de mama são: primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, não ter filhos (nuliparidade) e reposição hormonal por tempo prolongado pós-menopausa. Além de histórico familiar, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sobrepeso e obesidade.

“Visitas regulares ao médico e a realização do exame de mamografia, uma vez ao ano, a ultrassonografia, o autoexame e o exame clínico contribuem com a cura de cerca de 90% dos casos de câncer de mama”, comenta o vice-presidente da SBC.

 

Câncer de mama em homens

O câncer de mama não atinge somente as mulheres. A doença pode se desenvolver também no sexo masculino. A incidência, porém, é considerada baixa com cerca de 1% dos casos. Ou seja, cerca de 580 eventos, conforme número oficial do Inca.

“Nos homens o câncer se manifesta após os 50 anos e, na grande maioria dos casos, em apenas uma mama. Pode ser percebido com um simples toque e por meio de um exame de ultrassonografia”, acrescenta Dr. Ricardo.

 

Dicas de Prevenção

  • Realizar, pelo menos, 15 minutos de atividade física por dia (caminhar, subir e descer escadas são ações simples e benéficas).
  • Manter uma boa hidratação (ingerir pelo menos 1,5 litro de água por dia).
  • Dar preferência às carnes brancas (Peixes são mais recomendados).
  • Consumir vegetais de todas as cores
  • Dar preferência ao consumo de vegetais crucíferos, que ajudam na prevenção (couve flor e de Bruxelas, espinafre, rúcula, brócolis, agrião, por exemplo).
  • Abandonar o tabaco e não exagerar no consumo de álcool.

Especialista em câncer de mama fala sobre fatores de risco, tratamentos, mitos e lendas da doença

Em Oficina de Saúde organizada pela Notredame Intermédica, médico esclarece as principais dúvidas acerca do tema

     São Paulo, 05 de outubro – Considerado o segundo tipo de tumor mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, o câncer de mama volta a ser amplamente discutido nesse mês, quando vem à tona o movimento mundial “Outubro Rosa”, que visa chamar atenção para a importância do diagnóstico precoce. A detecção e o tratamento precoce da doença são essenciais para uma boa evolução do quadro clínico, onde a chance de cura pode chegar a 90%.

“O ideal seria que todas as mulheres tivessem acesso a mamografia de qualidade uma vez ao ano a partir dos 40 anos de idade”, aponta o especialista em Mastologia, Dr. Guilherme Novita, da NotreDame Intermédica. Ele explica que o câncer de mama é relativamente raro antes dos 35 anos. “Acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos”.

A mamografia é, hoje, o exame mais recomendado e permite detectar 90% de tumores malignos. “Qualquer exame de diagnóstico precoce evoluiu muito e são todos muito eficientes, mas o exame de mamografia é o mais importante de todos e deve ser feito com frequência normal estabelecida de acordo com as condições do paciente. “Com o passar dos anos, as imagens do exame de mamografia estão cada vez mais impecáveis oferecendo detalhes interessantes na consulta. Isso se dá também com os avanços tecnológicos dos aparelhos de TV”, ressalta o profissional da NotreDame Intermédica.

Sobre as melhores formas de prevenção, o especialista lembra que hábitos saudáveis são aliados importantes. “Não fumar, ingerir dieta rica em fibras e pobre em adiposidade, praticar exercícios físicos no mínimo três vezes por semana e evitar contato com agentes químicos cancerígenos podem, sim, contribuir para evitar a doença”, revela.

Atenção aos fatores de risco

Apesar de ainda não existir um conhecimento pleno sobre todas as causas do câncer de mama, alguns fatores de risco já são conhecidos e merecem atenção. São eles:

 

  • Predisposição genética hereditária
  • Idade avançada
  • Menopausa tardia
  • Radioterapia prévia na região do tórax
  • Mamas densas
  • Obesidade
  • Sedentarismo
  • Alcoolismo
  • Tabagismo
  • Uso da terapia de reposição hormonal.

Hoje, as terapias disponíveis para o câncer de mama incluem a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e, mais recentemente, a terapia alvo. “O profissional médico é o reponsável por determinar qual a melhor terapia a ser utilizada. Esta escolha depende de diversos fatores mas, principalmente, do estágio em que se encontra o tumor. Por isso, batemos tanto na tecla da importância da descoberta precoce, que certamente demandará um procedimento menos invasivo e, provavelmente, sem tantos efeitos colaterais”, explica.

 

Mitos e lendas

Não há estudos científicos que comprovem que o uso em excesso do desodorante e do telefone celular causam câncer de mama. O mesmo vale para o uso de silicone e anticoncepcionais”

Curiosidades

 

  • O nome “câncer” foi dado por Hipócrates, que avaliou um caso onde as infiltrações cutâneas tinham a aparência das patas de um caranguejo, do grego karkinos

 

  • Na idade média, descobriu-se que arrancar as mamas poderia curar da doença. Pode-se imaginar que o “procedimento cirúrgico” era extremamente doloroso, pois era feito sem anestesia.

Um alerta sobre o autoexame

Segundo o Dr. Guilherme Novita, o autoexame é importante, pode indicar alterações e muitas vezes é o alerta. “Mas é imprescindível dizer que as pacientes devem buscar sempre o diagnóstico médico e que o autoexame não substitui a mamografia, que ainda é o melhor método para a descoberta de tumores mamários”, finaliza.