Internet fixa limitada: Anatel só não contava com a voz dos consumidores

Por Lélio Braga Calhau

Nas últimas semanas passamos por uma torrente de notícias envolvendo a decisão da ANATEL, Agência Nacional de Telecomunicações, em apoiar as grandes empresas de telefonia no sentido de passarem a limitar o fornecimento da internet fixa no Brasil. A reação dos consumidores nos meios sociais foi avassaladora.

A imprensa em massa apoiou os consumidores nessa causa, congressistas saíram em defesa do povo, a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, se manifestou, o Ministério Público anunciou que iria instaurar investigações, ou seja, a medida desagradou a quase todo mundo.

Surgiu no horizonte mais uma “bolha” com centenas de milhares de ações judiciais por conta (mais uma vez) do sistema de telefonia e internet. A ANATEL recuou por tempo indeterminado.

Percebe-se que a medida foi adotada sem que fossem realizados estudos aprofundados sobre o impacto dessas mudanças e pior, se o foram, não levaram em conta o CDC (Código de Defesa dos Consumidores). A “revolta” da população com o as empresas de telefonia e a ANATEL é mais do que compreensível.

A maioria dos consumidores reclama da qualidade ruim desses serviços, atendimento precário e excessivamente demorado, dos preços, dos contratos alterados unilateralmente, etc.

Em 2014, a ANATEL publicou a Resolução 632 que trata do Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações. Em seu artigo 52 é dito que as prestadoras devem comunicar com antecedência mínima de 30 dias a alteração, ou extinção, de Planos de Serviço, Ofertas Conjuntas e promoções, a todos os consumidores afetados.

Já o artigo 3º, I, da resolução citada diz que o consumidor tem direito ao acesso e fruição dos serviços dentro dos padrões de qualidade e regularidade previstos na regulamentação, e conforme as condições ofertadas e contratadas. Dito isso, nada mais justo do que começar efetivando essa regra, já que, na verdade, estamos longe de uma realidade onde esses direitos básicos são realmente protegidos pela ANATEL.

Penso que a ANATEL deveria repensar sua baixa efetividade em proteger os consumidores, já que se o fizesse bem, não existiriam essas milhares de ações dos mesmos contra as empresas de telefonia e internet lotando os fóruns no Brasil. Devia, também, repensar o seu futuro, pois ou ela impõe efetivamente o respeito aos consumidores por parte das empresas de telefonia ou corre o risco no futuro de ter a sua existência até colocada em risco.

Os consumidores brasileiros exigem melhorias no sistema de telefonia e eles querem isso para ontem. Ficou bem claro para todo mundo. 

Lélio Braga Calhau é Promotor de Justiça de defesa do consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Graduado em Psicologia pela UNIVALE, é Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ e Coordenador do site e do Podcast “Educação Financeira para Todos”.

Sobre a Educação Financeira para Todos:

www.educacaofinanceiraparatodos.com

Criado e mantido por Lélio Braga Calhau, Promotor de Justiça do Consumidor no Ministério Público de Minas Gerais, o Portal Educação Financeira Para Todos promove conteúdo gratuito sobre planejamento financeiro. Sua missão é conscientizar os consumidores brasileiros através de artigos, cases, vídeos e reflexões sobre gastos sem planejamento.

MinC solicita que Anatel evite abusos em planos de banda larga fixa

Brasília, 14/04/2016 –  O Ministério das Comunicações (MC) encaminhou nesta quinta-feira (14) um ofício à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) solicitando que o órgão regulador adote medidas para que as operadoras de telefonia respeitem os direitos dos consumidores de banda larga fixa e cumpram os contratos vigentes.

No documento, o ministro das Comunicações, André Figueiredo, diz que acompanha com preocupação as notícias de que essas empresas iriam acabar com os planos ilimitados e passar a definir quantitativos máximos nos pacotes das conexões fixas, como já acontece na móvel.  “Nós sabemos que existe uma previsão regimental da possibilidade de limitar essa franquia, mas contratos não podem ter uma alteração unilateral. A Anatel precisa tomar ações que protejam o usuário”, destacou.

Banda Larga (EBC)

O ministro reforça ainda que o MC segue realizando diversas ações com vistas à ampliação do acesso da população brasileira à internet de alta velocidade, com destaque para o Brasil Inteligente, que substituirá o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Para André Figueiredo, a rede mundial de computadores é uma ferramenta essencial para contribuir com a inclusão social e o desenvolvimento econômico do país. “Seguimos investindo políticas públicas que universalizem o acesso ao pleno conhecimento em todas as regiões. É o Brasil mais justo e igual para todos”, concluiu.

Reclamação: Cliente quer cancelar serviço da Vivo e não consegue

Durante algum tempo tive uma assinatura do Vivo Fibra em meu antigo escritório (rua Cotoxó, 303, cjs. 81 e 82). Era independente de qualquer linha telefônica, apenas assinatura da banda larga fibra.

Ocorre que, ao término de abril, o escritório mudou do endereço acima para a Avenida Pompeia, 634, conjunto 401. Creio que foi por volta de 20 de março.

Na oportunidade, solicitei a transferência do serviço, me disseram que não seria possível, pois a fibra ainda não chegara ao novo endereço. Isso porto, solicitei cancelamento da assinatura.

Desde então, foram quase duas dezenas de ligações solicitando o cancelamento do serviço. Em todas elas, disseram que estava cancelado. Entretanto, as contas continuaram chegando. Veio a primeira, liguei de novo, escrevi para a Vivo e acionei a Anatel por meio do endereço eletrônico (https://sistemas.anatel.gov.br/sis/cadastrosimplificado/pages/acesso/login.xhtml?i=0&codSistema=649)

Nada foi resolvido. Recebi mais uma conta e novamente abri ocorrência na Vivo e na Anatel. Nada mudou.

Na data de hoje, mandarem uma carta dizendo que vão suspender o serviço por falta de pagamento e que mandarão retirar o equipamento. O absurdo é que provavelmente meu nome e de minha empresa irão para algum órgão de devedores, causando problemas legais e constrangimento.

Junto a esse e-mail, mando as contas recebidas indevidamente, assim como a carta que recebi hoje e imagens de minhas tentativas inúteis de obter ajuda da Anatel.

Solicito, por gentileza, que me ajudem, pois trata-se de um absurdo o que as empresas de telefonia fazem com seus clientes, agora, tudo indica, sob o olhar passivo da agência reguladora, a Anatel.

 

Obrigado, Francisco Damaso Vasconcelos Neto

Francisco Damaso Vasconcelos Neto Publicidade