O coração dá o sentido do Natal

Estamos chegando no Natal. É um tempo sempre muito especial para as famílias, para o
coração humano, para o sentido da Vida. Nós poderíamos perguntar qual é o sentido
verdadeiro do Natal?

Quem dá o sentido é o coração humano, claro que historicamente ele
tem um sentido e é profundo. Por isso, para atualizar dentro do coração humano o verdadeiro
sentido do Natal é preciso compreender o que de fato o Natal celebra. Muitos de nós vamos
dizer: Feliz Natal. Mas é preciso explorar e revelar a riqueza que essa data pretende transmitir.
Ao compreender a história sobre o verdadeiro sentido no Natal, as pessoas podem viver uma
alegria mais profunda e não apenas uma festividade superficial.

O primeiro passo é entender o sentido e o significado da palavra Natal, que deriva do latim e
significa nascimento. Em inglês se fala de Christmas, uma evolução de Christi, que quer dizer
Missa de Cristo.

Portanto o Natal é, essencialmente, uma festa religiosa, cristã. O que
fundamenta o Natal é o nascimento de Jesus, a criança de Belém, e nós comemoramos todos
os anos. Por isso a tradição recorda a Festa da Natividade, a encarnação do próprio Deus. A
palavra se fez carne e habitou entre nós. Deus que desde sempre criou o mundo e cria o ser
humano e sustenta a criação se manifesta para todos nós em Jesus Cristo, na criança de
Belém.

Por isso, não é possível separar o sentido no Natal desse fato, para que a partir desse fato os
corações humanos encontrem o verdadeiro sentido, porque como eu disso no início nós
damos o sentido, o nosso coração dá o sentido.

Mas se o coração perde a referência da
encarnação de Jesus, então ele perde também o sentido. Por isso não dá para descaracterizar
essa festa, para que ela seja só comercial ou só mais um feriado. Sem entender o cristianismo
não se entende o Natal e também pode ficar muito vazia a troca de presente, porque o
presente mais importante é Deus quem dá para todos nós,

Ele dá seu filho Jesus para ser o
nosso salvador, para ser o Emanuel, o Deus conosco. Que o Deus de amor, o Deus da paz e o
Deus da luz, que se encarna em Jesus, que é o verdadeiro sentido do Natal, estejam no vosso
coração, na vossa família, na vossa casa, no vosso trabalho… Que você experimente de fato o
verdadeiro sentido do Natal.

As preocupações da vida…

Quando a gente conversa com pessoas, quase nunca se encontra pessoas interiormente
satisfeitas e relaxadas. Muitas se sentem sobrecarregadas de preocupações acerca do futuro.

A palavra preocupação pode ter o significado de apreensão junto com sentimento de aflição,
como se estivesse doente. Quem tem muitas preocupações, geralmente apresentam o rosto
perturbado e rugas na testa.

As preocupações são pensamento que vão nos torturando e
quase sempre vêm acompanhadas de medo. Quando uma pessoa sofre algum contratempo,
dizemos, por exemplo: ela está muito preocupada, preocupada com o filho que não fez o
exame, não dá conta de cuidar de seus afazeres. As preocupações nos roubam o sossego, não
nos deixam dormir em paz.

Um filósofo chamado Martin Heidegger diz assim: o homem é essencialmente preocupado
com a existência. Na compreensão dele, a vida é preocupação. Um outro significado de
preocupação é também esforço de alguém para prestar ajuda. Preocupo-me, por exemplo,
para que não mais ocorram mais panes, para que as coisas andem melhor, com a família, com
o trabalho, enfim, são vários níveis de preocupações.

No evangelho, Jesus nos convida a estarmos despreocupados. Esse é o convite de Jesus: “Não
vos preocupeis por vossa vida, com o que havereis de comer, nem com vosso corpo, com o
que havereis de vestir”. Como compreender essa palavra de Jesus? Ele nos lembra dos
pássaros do céu, que não se preocupam com o que precisam para viver e apesar disso são
alimentados por Deus.

Ele nos lembra dos lírios do campo que não trabalham nem fiam e, no
entanto, são vestidos maravilhosamente por Deus. Tem uma canção que diz assim: “Olhem os
lírios do campo, vejam como eles se vestem, nem Salomão que era rei, nem Salomão se vestia
tão bem, se o nosso Deus veste os lírios, e alimenta o cantor pra não perder a voz, muito mais
vai fazer por seus filhos, nosso Deus não se esquece de nós, nosso Deus não se esquece de
nós…” Pensemos nisso hoje.

Nas nossas preocupações e o convite de Jesus para não nos preocuparmos!

A importância de termos tempo de silêncio…

Todos nós necessitamos de tempos em tempos de um período de silêncio. Muitos, para se
recolherem, decidem passear, outros fazem algum retiro, outros reservam para si um dia
durante o qual se aprofundam, se concentram espiritualmente, sem precisar atender as
exigências do dia a dia. Outro já se recolhe no seu quarto, desliga o telefone para ninguém o
incomodar…

Cada um necessita de uma oportunidade para recolher-se, para encontrar algum
tipo de apoio interno, uma base firme que o sustente. Os monges antigos falavam desse
recolhimento como a água que se acalma. Uma história de monges conta que três estudantes
se tornaram monges, cada um propôs a si mesmo realizar uma boa obra.

O primeiro escolheu o seguinte: desejava reconduzir a paz àqueles que estavam brigando, orientando-se pelas palavras da escritura: a bem-aventurança será dos que zelam pela paz. O segundo monge
desejava visitar os enfermos e o terceiro monge foi ao deserto, para lá viver em paz.

O primeiro, que se empenhava por aqueles que estavam brigando, não pode curar a todos.
Tomado pelo cansaço, dirigiu-se ao segundo, que servia aos enfermos e percebeu que ele
também estava desanimado, pois também não conseguiu realizar plenamente o que planejou.

Sendo assim, os dois concordaram em procurar o terceiro, que havia saído no deserto. Falaram
de suas dificuldades para ele e pediram que este lhes dissesse sinceramente se foi bem
sucedido.

Ele ficou em silêncio por um tempo, despejou um pouco de água num recipiente e
pediu que olhassem para dentro dele. A água, no recipiente, encontrava-se ainda muito
agitada.

Após algum tempo pediu para que olhassem mais uma vez e disse: observem o
quanto a água se tornou mais calma agora. Olharam para ela viram os seus rostos como num
espelho.

Em seguida, continuou: assim se sente aquele que permanece entre os homens. A
agitação e a confusão não permitem que perceba os seus pecados. Quem, no entanto, procura
pela tranquilidade, e principalmente pela solidão, logo reconhecerá os seus erros.
Esta pequena história nos ajuda a perceber quão importante é encontrarmos tempo para o
silêncio e para a tranquilidade. Eu preciso deste tempo. Você precisa deste tempo.

Pensemos nisso.

Cultive pensamentos positivos e de confiança…

Todos queremos ser felizes. Não queremos o sofrimento. Experimentamos a dor, mas
queremos sair dela o mais rápido possível. A questão é que nem sempre conseguimos isso
rapidamente. Não existe uma varinha mágica. O que podemos é expandir nossa mente,
ampliar boas atitudes, buscar ajudar os outros, para que o sofrimento seja mais leve.

No
cristianismo apreendemos que o sofrimento precisa ser suportado, carregado. Jesus carrega a
cruz do sofrimento e nisso mostra sua solidariedade contínua com nosso sofrimento. No
budismo, a compaixão é definida como o desejo de que todos os seres se libertem do
sofrimento.

Se todos temos o desejo de felicidade e não queremos sofrer, todos também temos
potencial idêntico de desenvolver a paz interior. Embora sejamos diferentes fisicamente,
temos semelhança mental e emocional. Temos emoções positivas e emoções perturbadoras.

As positivas nos trazem força interior. As perturbadoras diminuem nossa energia e mexem
com nossa confiança. Diante da dificuldade, entregamos a Deus a nossa vida. Podemos
entregar a Deus o peso, dividimos com Ele o fardo e esse fica mais leve, mais suportável. O
budismo ensina a treinar a mente para aliviar o sofrimento.

Atitudes mentais positivas
possibilitam a paz interior mesmo diante das dificuldades. Se, porém, as atitudes mentais
forem negativas, influenciadas pelo medo, desconfiança, desamparo, aversão por nós
mesmos, paixões e ilusões não resolvidas, então, mesmo cercados dos melhores amigos, não
nos sentiremos bem e não desfrutaremos da alegria.

Claro, você deseja saber como fazer para ter o domínio da mente, bloqueando as
emoções negativas. Não é simples, mas é um exercício. Nesse caminho vamos substituindo em
nossa mente os arquivos negativos da memória e expandindo o pensamento para coisas boas,
positivas, que aconteceram conosco e que podemos fazer e viver.

Substituir o medo pela
confiança, o sentimento de baixa autoestima pela decisão que me faz perceber minhas
potencialidades e criatividades. Preciso me dar conta daquilo que me faz mal, me deixa
angustiado, limitado e triste e ir substituindo por ideias, ambientes e ações positivas e sadias,
que produzem alegria.


Padre Ezequiel Dal Pozzo

Deus pode falar nos seus sonhos…

Você já pensou sobre a importância de escutar os sonhos? Deus pode me falar nos sonhos. Ele
me encaminha para a verdade, para aspectos em mim que eu reprimi. Ele me indica sempre o
caminho que devo seguir.

Nos sonhos, Deus me dá instruções para meu caminho e Ele exige de
mim obediência às suas instruções. Mostra-nos como devemos decidir e ajuda-nos a encontrar
uma orientação em nossa vida.

Na instrução, é claro, há algo de libertador. O sonho não é uma
brincadeira de ideias, mas nos diz respeito, ele fala da nossa vida, ele tem efeito sobre o nosso
agir, ele se traduz em ações concretas deste mundo, ele determina realmente decisões e
coisas histórias importantes que aconteceram conosco e com a nossa vida. Ele coloca em
movimento um acontecer que tem consequências.

Há sonhos, nos quais me confronto com a própria verdade. Às vezes são sonhos religiosos, em
que brilha uma luz, ou em que Deus em dirige a palavra. Os sonhos me indicam que não basta
apenas viver corretamente, mas é preciso cultivar a riqueza e amplitude da minha alma,
deixando-me sempre de novo guiar por Deus e me colocar em Seu caminho. Os sonhos nos
dizem quando devemos partir para novas paragens e quando devemos voltar para casa. Por
isso escute os seus sonhos.

Às vezes nos aparece em sonhos um mundo bem diferente e cheio
de vidas e cores, exatamente para pessoas que vivem num ambiente apertado, que são
mandadas e maltratadas, abre-se tal amplitude que o sonhador se sente livre e cheio de
fantasias.

O sonho me mostra, nesse caso, o tesouro interior que ninguém nos pode tirar.
Caro leitor, muitas pessoas perguntam sobre os sonhos. O que eles querem dizer? É
importante ir cuidando os nossos sonhos e tentar descobrir o que eles querem nos dizer.
Muitas vezes temos uma vida reprimida e sufocada em muitos aspectos e o sonho vai, de certa
forma, manifestando. Por isso eu preciso perceber o que está acontecendo para ser livre.
Pense nisso, pense nos seus sonhos…

Padre Ezequiel Dal Pozzo

O silêncio que cura…

Você costuma fazer silêncio? Você é uma pessoa que consegue silenciar? O silêncio é, por
assim dizer, o caminho espiritual. No silêncio encontramos a nós mesmos e a nossa realidade
interior.

Mas o silêncio é, também, um caminho para nos livrarmos das ideias que nos ocupam
constantemente, preocupações, coisas que desgastam… Ali não se trata de um silêncio
exterior, é um silêncio do coração.

Mas o silêncio exterior pode ser um auxílio para que o
coração fique quieto, para que as emoções se acalmem e não mais nos governem. Colocar
para fora as feridas é certamente um bom meio de cura. Isso nos mostra muito claramente a
psicologia moderna.

Mas existe também a terapia do silêncio. No silêncio podem acalmar-se as
comoções interiores, pode assentar-se a poeira levantada, de modo que o íntimo se aclare
como o vinho turvo, que fica mais claro depois de quieta sedimentação.

Diante de um tempo que corre muito e em constante mudança, o ser humano precisa
encontrar um ponto firme para apoiar sua vida e seu futuro. Onde estará este ponto firme?

Provavelmente, o ser humano precisa dar-se conta de que na quietude e nos tempos de
silêncio que aprende a fazer, pode entrar em contato com sua interioridade, consigo mesmo e
ali encontrar a presença de Deus que habita nele. Deus mora em nosso interior. Ocorre, que
não é simplesmente natural dar-se conta dessa realidade.

Perceber Deus dentro de nós será o ponto firme, o fundamento mais seguro para o nosso tempo que anda muito depressa.
Acostume-se ao silêncio. Um pouco por dia.

Pode ser pouco no início, mas isso vai aquietando
nosso coração diante de tantas turbulências, de tanta agitação… O silêncio faz bem. Nos
conecta com Deus, com a nossa alma, com a nossa interioridade. Ali encontramos riquezas
maravilhosas. Pense nisso… Faça momentos de silêncio.

Quem vive apressado não se ama…

Quem vive muito apressado não gosta de si mesmo. Tem sentido isso? É melhor perder um
minuto na vida do que a vida num minuto, diz um provérbio. Este alerta aos que trafegam nas
estradas traz em si uma profunda verdade. Nós devemos ser os donos do tempo. Ele está a
nossa disposição, precisamos aproveitá-lo, precisamos vivê-lo conscientemente. Então nós nos
damos tempo, nós desfrutamos do tempo.

Quem não se dá tempo arruína sua vida e muitas vezes paga sua inquietação e pressa com a
vida. Quem vive apressado odeia a si mesmo, não viver para si, mas contra si. Ele confunde
vida com agitação e pressa. Isto leva, muitas vezes, a um derrame cerebral ou ao infarto. O
que alguém pretendeu ter conquistado com a pressa é, de repente, arrancado de suas mãos.
Mas quem se dá tempo tem mais tempo para aquilo que gostaria de realizar na vida, chegará
calmamente ao seu objetivo. Ele faz de sua caminhada pela vida um prazer e não precisa
recuperar-se após uma caminhada estafante. Toma para si a todos instante apenas o que
precisa para a vida.

Quem quer viver precisa dar-se tempo. Sem tempo não há vida. A vida se consuma no tempo.
Somente aquele que se conforma com o seu ritmo adequado de vida mergulha na vida que lhe
convém. A inquietação faz parte de nossa vida, ela no impele a prosseguir crescendo, a não
procurar cedo demais a inatividade, mas viver de fato com gosto. Mas, mesmo assim, há
necessidade de fases de repouso, em que algo possa sedimentar-se. Caso contrário, a
inquietação toma conta.

Às vezes, a inquietação interna precisa de tempos de repouso
externo, para que possa manifestar-se em palavras. Nesse caso há necessidade de uma
retirada mais longa para ouvir os impulsos silenciosos que intranquilizam e que mostram que
aquilo que se está vivendo no tempo presente já não serve. Por isso, pensemos na nossa
pressa. Na pressa que, muitas vezes, nos sufoca. É preciso dar-se tempo.

Faça a vida ser prazerosa. Viva com alegria…

Nós, seres humanos, precisamos encontrar razões para que possamos dizer para nós mesmos:
eu sou feliz. Somos seres que vão se construindo um pouco por dia, por isso tornar-se melhor
é uma tarefa diária.

Os não humanos não tem crises existenciais como nós temos e nem se
sentem perdidos quanto ao sentido da vida, porque eles só têm um caminho a seguir: ser o
que eles são. Os animais não são humanos porque nós também não somos animais. Nós
somos diferentes. Nós somos animais racionais. Temos sentimentos.

O ser humano pode ser o ser humano que ele quiser ser e também pode escolher viver de
muitas formas. Desejamos a alegria de viver e aqui é preciso perceber a diferença entre o
prazer e a alegria.

Prazer é algo que podemos buscar quando nós queremos, por exemplo, se
eu estou meio aborrecido, meio entediado, quando o dia está meio chato, eu posso pegar na
geladeira uma boa cerveja gelada e assistir a um bom filme e ter um momento de prazer.

O prazer está ao alcance da nossa mão. É claro que nem sempre nós conseguimos o prazer
desejado. O prazer é algo que depende da nossa vontade, só que o prazer é momentâneo. O
que nos proporcionava o prazer passa a cansar. Uma cerveja e um bom filme pode propiciar
prazer, mas caixas de cerveja e vários filmes seguidos acabam por enjoar, por gerar uma
sensação contrária e de desprazer.

Alegria não depende da nossa vontade. A gente não fica alegre porque quer. A alegria tem a
ver com conquista ou com o modo de viver e ela não nos cansa e nem enjoa. Quanto mais
alegria, maior o sentido da vida.

Quando estamos muito alegres, mesmo que muito cansados, e com sono, fazemos de tudo
para nos mantermos acordados e prolongar esta alegria, por isso alegria é diferente de prazer.
A alegria é também prazerosa. Momentos prazerosos são importantes, mas não são
suficientes para preencher a nossa vida com aquela sensação de que vale a pena viver, de que
as lutas do dia a dia e as dificuldades valem a pena.

Por isso, é importante olhar para a nossa vida e refletir: como vivo? Vivo de prazer apenas?
Faço a vida ser prazerosa de ser vivida, pois a vivo com alegria? Vale a pensa fazer essas
perguntas.

Sinta a Páscoa em sua vida…

Estamos vivendo a Semana Santa e quero falar com você sobre esse tempo. O Cristo realizou a
obra da redenção humana e glorificou a Deus, principalmente pelo seu caminho na Páscoa,
quando morrendo, aceitando entregar-se na cruz, destruiu a nossa morte. Destruiu a morte,
porque acreditamos que quando morremos, também ressuscitamos com Ele e Ele,
ressuscitando, renovou a vida.

Por isso, nesses dias nós celebramos todos esses
acontecimentos naquilo que nós chamamos de Tríduo Pascal, da Paixão e Ressurreição do
Senhor. E destes mistérios, de tudo o que celebramos, nasce toda a fé da Igreja, os domingos,
as semanas que nós celebramos durante todo o ano, nasce exatamente dos acontecimentos
que nós estamos celebrando na Semana Santa.

O Tríduo da paixão e ressurreição do Senhor
começa com a missa vespertina na Ceia do Senhor. Possui o seu centro na Vigília Pascal, no
sábado à noite. A noite mais importante do ano é a celebração de Páscoa do sábado à noite.
Momento que se encerra com o Domingo do Páscoa.

Na sexta-feira da Paixão do Senhor nós observamos o jejum pascal, por isso muitos ainda
observam com amor esse jejum, não comendo carne. É um pouco do sacrifício que nós vamos
fazendo junto com a cruz de Jesus e em muitos lugares faz-se esse jejum até o sábado à noite,
na Vigília Pascal. A Vigília Pascal é considerada a mãe de todas as vigílias, a mais importante do
ano, na qual a Igreja espera a Ressurreição de Cristo e celebra isso em todo o ritual que é feito.
Toda celebração desta sagrada vigília deve se realizar à noite, de tal modo que comece depois
do anoitecer e termine antes da aurora do domingo.

Por isso, que neste tempo, nós possamos entrar no espírito desta Semana Santa. Quem vive
bem esses dias, tem um gás novo para todo o ano. Cada um, na sua igreja, nas diferentes
religiões, mas celebrando este grande mistério da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
Que você possa acolher essa intensidade da Páscoa em sua vida.
Caminhemos com Jesus que Ele é capaz de renovar nossa alegria e nossa esperança. Desejo a
você e sua família uma Feliz Páscoa.

Você precisa ficar em pé…

Todos nós temos um lado sombrio. Eu poderia perguntar: qual é o dragão que não deixa você
avançar? Qual a força negativa que ameaça engolir você? São sentimentos depressivos ou
pessoas com as quais você não consegue se impor, porque eles dizem respeito ao seu lado
mais fraco? Mas também posso lhe dizer que a força está em você. Você mesmo pode
defender-se. E isso não significa uma luta pelo poder com aquele que está te ameaçando.
Trata-se de ficar firme, de ficar em você e com você; de ficar em pé.

Você precisa da agressão
para defender-se, a fim de que os ataques dos outros não o machuquem. Se você estiver em
contato com a sua força interior, com a sua fonte interior, então as pessoas não têm poder
sobre você. Unido a essa força, você pode lançar para fora todos os pensamentos e
sentimentos que desejam forçá-lo para baixo.

Todos nós precisamos de uma posição estável. Para você sentir a sua própria força e
estabilidade, poderia fazer esse exercício: fique de pé, confortavelmente, com os pés um
pouco separados, e diga para você mesmo “eu tenho capacidade de ficar em pé, posso
responder por mim mesmo, eu estou a meu favor”. Sinta em seu interior se as frases
coincidem com o seu “estar de pé”. Depois foque em você. Junte os pés, levante os ombros o
máximo que puder e diga as mesmas frases.

Depois também fique em pé com as pernas bem
abertas, como ou caubóis dos filmes do oeste americano, e medite essas mesmas frases. “Eu
tenho capacidade de ficar em pé, posso responder por mim mesmo, eu estou a meu favor”.
Você perceberá que as duas últimas posturas contradizem as frases. Quem tem um ponto de
vista muito estreito, quem se segura apenas medrosamente em si mesmo, não pode
realmente ficar em pé com firmeza.

E quem deseja demonstrar sua força, postando-se de
pernas muito abertas, não percebe que pode ser derrubado com facilidade. Mas quem
descansa em si, respectivamente em Deus, está firme sem precisar agarrar-se. Ele é claro em
si, ele é como é, e para isso está firme. Nisso a gente pode confiar. Por isso, caro leitor, fique a
favor de si mesmo. Você precisa ficar em pé. Esse exercício, que é muito simples, pode ajudar
você.

Padre Ezequiel Dal Pozzo