Pesquisa publicada no JAMA Neurology mostra que, apesar do cérebro da mulher ser mais leve do que do homem, isso não interfere em nada na descoberta. O grande trunfo para elas é a reposição hormonal
Um estudo divulgado no JAMA Neurology, em 16 de março de 2015 apontou que a memória feminina supera a masculina. Os pesquisadores descobriram que a memória começa a diminuir a partir dos 30 anos, tanto para os homens quanto para as mulheres. Porém, a memória masculina apresentou piora, especialmente, após os 40 anos de idade.
De acordo com os pesquisadores, o cérebro feminino é um pouco mais leve, apenas algumas gramas, do que o cérebro masculino. “A diferença do peso do cérebro não traz alteração da função e da capacidade intelectual, portanto não influenciou no resultado da pesquisa”, esclarece Dr. Mauro Atra, neurologista do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo.
Foram analisadas 1.246 pessoas com habilidades cerebrais normais, de ambos os sexos e idades entre 30 e 95 anos. O estudo apontou a terapia de reposição hormonal de estrogênio, utilizada na época da menopausa, como a responsável por esta habilidade feminina.
Para o neurologista do HCor, o hormônio estrogênio, presente na terapia de reposição hormonal auxilia na manutenção da memória feminina. “Isso ocorre pela provável ação nos neurotransmissores, que levam informações ao cérebro”, esclarece Atra.
Além da memória, a reposição hormonal favorece uma melhora na pele, cabelos e unhas. As doenças cardiovasculares e a perda de massa óssea também são protegidas por meio desta reposição hormonal. Em contrapartida, os riscos de câncer de mama, infarto e derrame podem aumentar com a terapia hormonal.
Contudo, o dano da memória também pode estar associado a doenças neurológicas, distúrbios psicológicos, problemas metabólicos e uso de medicações por período prolongado. “Entretanto, a memória pode ser estimulada por meio de cálculos, jogos de xadrez, palavras cruzadas e jogos de paciência, além do hábito de ler um pequeno texto e depois comentá-lo com outra pessoa, são exercícios que melhoram a atenção e, então, beneficiam a memória”, explica Mauro.
A prática de atividade física, dormir no mínimo sete horas por noite, controlar o estresse e optar por uma alimentação balanceada, também auxiliam na manutenção da memória. “Ao perceber qualquer anormalidade na memória, não hesite em uma consulta neurológica para investigação, diagnóstico e tratamento de possíveis doenças”, finaliza o neurologista do HCor.