Volta às aulas presenciais: vacinação em dia e cuidados importantes para a saúde das crianças e adolescentes

Atualizar a caderneta de vacinação é a principal forma de proteção contra diversas doenças imunopreveníveis como meningite, sarampo, pneumonia, coqueluche e catapora 

O Ministério da Saúde recomenda ainda a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a COVID-19 

O ano letivo começou e alguns cuidados são importantes para tornar a escola um local seguro. Além dos já conhecidos protocolos recomendados para as instituições, como uso de máscaras e distanciamento social, os pais e responsáveis também têm um papel importante na proteção de seus filhos contra doenças por meio de uma medida simples e efetiva: a vacinação de rotina. 1,3,20

Segundo a Dra. Lessandra Michelin (CRM 23494-RS), infectologista e gerente médica de vacinas da GSK, a atualização da vacinação das crianças e adolescentes é fundamental para a volta das aulas presenciais. “Com a baixa cobertura vacinal dos últimos anos, muitas doenças infectocontagiosas podem voltar a circular, até as que já estavam controladas. E o ambiente escolar favorece o contágio de muitas doenças por causa do contato próximo entre os alunos. Os pais precisam checar a caderneta de vacinação dos filhos e, caso alguma dose ou vacina esteja em aberto, a atualização deve ser feita o mais rápido possível”, afirma a médica.

Doenças preocupantes em crianças e adolescentes

Os pais e responsáveis devem ficar em alerta sobre algumas doenças, principalmente aquelas que possuem riscos mais elevados em pessoas com idade escolar. 4,5,19 Um exemplo é a meningite meningocócica. 4 Os menores de 5 anos são os que estão mais propensos à doença, que tem contágio pelas vias respiratórias, de pessoa para pessoa. 4,21,22 Além disso, até 23% dos adolescentes são portadores da bactéria causadora da infecção, sendo muitas vezes assintomáticos, mas permanecem transmitindo a doença. 4, 6, 7, 8 Vale também ressaltar que essa doença é potencialmente grave, podendo levar o paciente a óbito em até 24 horas. 18

Já a pneumonia é uma das principais causas de óbito em crianças menores de cinco anos em todo o mundo. 5, 9, 19 Uma das bactérias causadoras da infecção, o pneumococo, também pode causar otite média, sinusite, conjuntivite e, em casos mais graves, bacteremia e meningite. 10 Estima-se que praticamente todas as crianças, em algum momento da fase pré-escolar, tenham sido portadoras do pneumococo em pelo menos uma ocasião. 9
 

O sarampo é uma evidência dos riscos da falta de adesão aos esquemas vacinais. 11 Considerado eliminado nas Américas em 2016, após sucessivas quedas das coberturas vacinais nos anos seguintes, a doença voltou a fazer vítimas no Brasil em 2018, incluindo crianças. 11, 12

“Além de todas essas doenças citadas acima, estamos vendo um grande aumento de casos de influenza no país. E todas elas têm em comum a forma de transmissão, que se dá por contato com secreções e gotículas de tosse e espirro de pessoas contaminadas, assim como a COVID-19. Por isso, é muito importante a atualização da caderneta de vacinação dessas crianças e adolescentes. Outro ponto essencial é que os pais não devem levar os filhos doentes e com sintomas gripais à escola, mesmo que sejam leves. E a atualização do calendário vacinal vale para professores e qualquer outro funcionário também. Todo cuidado com a proteção é importante neste momento de volta às aulas”, alerta Dra. Lessandra.

Baixa cobertura vacinal

Nos últimos anos, especialmente durante a pandemia, o Brasil tem registrado uma preocupante queda na cobertura vacinal da população. 13 Dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI) apontam que, em 2021, nenhuma das vacinas ofertadas ultrapassou os 70% do público-alvo imunizado. 13 Esses índices estão muito abaixo da meta de 90% ou 95% de cobertura estabelecida pelo Ministério da Saúde, dependendo da vacina. 14

“A vacinação é mais do que uma proteção individual, mas sim uma ação de cidadania e uma estratégia de saúde pública, com impactos coletivos através da imunidade de rebanho, isto é, quando uma alta porcentagem da população está imunizada, fazendo com que até quem não pode receber algum tipo de vacina se beneficie da proteção. Por isso, é tão importante mantermos o calendário de vacinação em dia, não apenas das crianças, mas também dos pais e das demais pessoas que estão no convívio social”, esclarece a infectologista.

Proteção contra diversas doenças

O Ministério da Saúde orienta a vacinação em todas as faixas etárias de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e as vacinas recomendadas estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 1,2 Esses imunizantes oferecem proteção para diversas doenças como poliomielite, coqueluche, hepatites A e B, formas graves de tuberculose, pneumonia, meningite, febre amarela, sarampo, gripe, entre outras. 1,2 Ao todo, o PNI contempla 20 vacinas que protegem contra muitas doenças. 1,2 Além disso, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a COVID-19. 17 

Já a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) possuem calendários de vacinação com recomendações que complementam o PNI, abrangendo também vacinas que atualmente só estão disponíveis na rede privada, para a imunização não apenas das crianças, mas de todas as faixas etárias. 15, 16

“Além de saber quais vacinas tomar, é fundamental também se atentar para a quantidade de doses de cada uma. Somente com o esquema vacinal completo, incluindo as doses de reforço, atingimos uma proteção ótima. Se, por acaso, a pessoa não tiver mais a carteira de vacinação, seja criança, adolescente, adulto ou idoso, deve procurar um médico ou ir a um posto de saúde para receber as orientações sobre as vacinas recomendadas para cada faixa etária e colocar a rotina de imunização em dia. Além disso, é importante reforçar que mesmo vacinadas, as pessoas ainda assim podem transmitir doenças. Por isso, é muito importante que neste cenário atual de COVID-19, influenza e outras doenças circulando, as pessoas mantenham as medidas de prevenção como, por exemplo, o uso de máscaras e a lavagem das mãos”, conclui Dra. Lessandra.

Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.