Pacientes no Brasil têm acesso a óleo fitoterápico que ajuda na imunologia e ansiedade, além de dores e desconfortos causados pelos antirretrovirais
Neste mês é celebrado o Dezembro Vermelho, em prol da Luta Contra a Aids. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em todo o mundo, 37,7 milhões são portadoras de HIV, entretanto, com a evolução da indústria farmacêutica, hoje, os acometidos pela doença conseguem ter acesso a tratamentos que proporcionam bem-estar.
De acordo com Fabrizio Postiglione, fundador e CEO da Remederi, farmacêutica brasileira de produtos e serviços da cannabis medicinal, a terapia canabinoide pode ajudar pacientes com HIV a alcançarem qualidade de vida. “A cannabis medicinal pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico, o que ajuda significamente os pacientes portadores do vírus, que ao adotar o fitofármaco também tem a melhora da ansiedade, além da redução de dores neuropáticas e desconfortos causados pelos antirretrovirais”, conta o empresário.
A planta da Cannabis é rica em fitocanabinoides, que são moléculas muito parecidas com os canabinoides que nosso próprio corpo produz. Ambos atuam e modulam o Sistema Endocanabinoide, que tem como principal função regular o equilíbrio (homeostase) de sistemas do corpo. Em estudo realizado em 2015, pelo British Columbia Centre for Excellence in HIV/AIDS, St. Paul’s Hospital, em Vancouver, no Canadá, constatou uma redução da carga viral de 88 pacientes infectados em aproximadamente 12% após o uso da cannabis por vaporização.
Hoje, existem outras soluções como produtos derivados da cannabis sativa, 100% naturais e orgânicos disponíveis no Brasil para uso em adultos e crianças com diferentes patologias clínicas. O produto é vendido em formato de óleo, para ingestão oral e tem ganhado tração entre a classe médica.
Um protocolo de estudo foi iniciado recentemente pela Oral cannabinoids in people living with HIV on effective antiretroviral therapy: CTN PT028, nele 26 pacientes vão receber cápsulas com proporções iguais de CBD e THC e outra uma pílula com maior concentração de CBD para tomar ao longo de 12 semanas. A ideia é avaliar a segurança, tolerabilidade e efeito na ativação imunológica.
Entretanto, o Ministério da Saúde, ressalta que é fundamental a Prevenção Combinada do HIV por meio de intervenções biomédicas, que consiste na redução do risco à exposição dos indivíduos ao HIV, com baixa interação entre uma ou mais pessoas que tenham o vírus, bem como, no aspecto comportamental e estrutural, em oferecer à sociedade informações e conhecimentos, de maneira a torná-los aptos a desenvolver táticas de enfrentamento ao vírus. Outra medida como prevenção é a testagem regular para o HIV, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e hepatites virais.