Especialistas orientam como cuidar da saúde física e mental e evitar transmitir a doença para outras pessoas
Com mais de 22 mil casos confirmados no Brasil e mais de 700 na Bahia, muitos brasileiros estão com suspeita ou confirmação de Covid-19. A dúvida nesse momento é o que fazer para cuidar da saúde física e emocional e evitar a transmissão para outras pessoas. O infectologista da S.O.S. Vida Matheus Todt alerta que o primeiro passo é ficar isolado e só procurar atendimento médico se o quadro clínico se agravar.
É importante ter alguns cuidados para evitar o contágio de outras pessoas que moram na mesma casa. O infectologista orienta que deve-se evitar usar o mesmo banheiro. Quando isso não é possível, ele indica que a pessoa que está doente deve ser a última a utilizar o cômodo, que deve ser higienizado por ela em seguida e o lixo removido. Outra recomendação é não compartilhar utensílios, como toalha de rosto, copo, prato e talheres.
No entanto, o especialista explica que não é necessário ficar trancado no quarto. “Basta ficar no quarto sozinho, mas não precisa fechar a porta, já que não há indicação de transmissão do Coronavírus pelo ar. Portanto, a porta e a janela podem ficar abertas, o que ajuda a deixar o ambiente arejado e iluminado”. Além de desnecessário, esse enclausuramento pode impactar na saúde mental do paciente.
Nas redes sociais, surgem relatos de quem já encarou essa experiência, como a apresentadora Ana Hickmann, que contou sobre a angústia de conversar com o marido e filho pela porta de casa. “Não tem que ficar com a porta fechada. Isso só contribui para ficar com sensação de opressão. Se o paciente ficar dentro do quarto, respeitando uma distância mínima de 2 metros dos familiares já é o suficiente”, explica.
A psicóloga da S.O.S. Vida Cláudia Cruz concorda que o afastamento da família pode desestabilizar ainda mais quem está com suspeita ou confirmação da doença. “O distanciamento pode mexer com a pessoa. E também fica o fantasma do medo de transmitir o vírus para os familiares, o que cria uma tensão muito grande”, pondera.
Para abrandar a situação, a psicóloga orienta que a família ou amigos cultivem gestos de generosidade com quem está isolado. Fazer a comida preferida, oferecer uma flor, conversar por telefone, cantar pela janela são exemplos de atitudes que podem ajudar a enfrentar o isolamento com equilíbrio.
Outra estratégia é tentar se distrair com outras atividades. “É fundamental tirar o foco da doença, o que não significa negar a situação, mas evitar se desgastar e adoecer ainda mais. Com Nessa hora, o melhor é tentar ocupar a cabeça, mantendo uma rotina saudável, assistindo filme, lendo livros ou orando, se for alguém religioso. A fé ajuda muito no enfrentamento de processos de sofrimento”, explica Cláudia Cruz.
A cantora Preta Gil, que contraiu Coronavírus, disse que a rede de apoio foi essencial para sua recuperação. “O isolamento é social, não afetivo. Eu tive todo tipo de amparo, do atendimento médico às relações de afeto. Mas muitos não terão esse privilégio, e vão precisar contar com o apoio de uma rede solidária para não ficar ainda pior”, disse em suas redes sociais. “O isolamento, por si só, já leva a um estado de abatimento. Tem que trabalhar bastante a mente para não entrar em pânico”.
Os hábitos saudáveis, como manter uma rotina de sono, alimentação equilibrada, fazer exercícios físicos e se hidratar, também são importantes para evitar um agravamento do quadro. “Mesmo doente é preciso fortalecer a imunidade para ajudar o corpo a combater a infecção”, recomenda a médica da família da S.O.S. Vida, Ana Rosa Humia.