O anúncio da aprovação da contra a COVID-19 com Coronavac para o público infantil e adolescentes a partir dos 6 anos, na última semana, foi bastante comemorado pela grande maioria dos pais. Afinal, com o prolongamento da pandemia, os mais novos seguiam sem imunização e os índices de contaminação, internação e óbitos começaram a se elevar. Diante da notícia, uma dúvida ficou no ar: por que adultos imunossuprimidos foram incluídos nos grupos prioritários de vacinação com Coronavac em 2021 e, agora, o público de menor idade, excluído?
A infectologista Dra. Marcia Garnica, professora adjunta do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), integrante do Comitê de Infectologia da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) explica que a liberação da Coronavac para o público infanto-juvenil a partir dos 6 anos de idade foi baseada em estudos de efetividade realizados no Chile e na China.
Esses estudos, conta a especialista, mostraram que a Coronavac tem efetividade comprovada e segurança muito boa, baseado nos dados de farmacovigilância. “Porém, em relação à eficácia para o público imunossuprimido, o Ministério da Saúde e a ANVISA ainda aguardam estudos de Fase 3, que estão em andamento, mas ainda não foram publicados, para a liberação”, explica ao lembrar que a liberação para adultos imunossuprimidos se deu pois, na época, já existiam estudos publicados.
Ciente de que essa população (crianças e adolescentes imunossuprimidos) estão expostos a um risco mais elevado de evoluir para casos graves da doença, a Dra. Marcia Garnica acredita que as autoridades internacionais e brasileiras certamente publicarão nos próximos meses estudos que autorizem o uso da vacinação com Coranavac. Neste momento, a imunização deste público é realizada com imunizante da Pfizer, que já conta com estudos de eficácia disponíveis.