Sedentarismo: Causas e Consequências

Existem várias formas de explicar o que é o sedentarismo. A primeira é a falta de atividades físicas em pessoas de qualquer idade, porém, não fazer nenhum tipo de exercício não define, completamente, o caso. Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), uma definição apropriada seria o baixo gasto energético do organismo pela prática de atividades físicas leves inferior a 150 minutos por semana. Hábitos poucos saudáveis podem contribuir para o surgimento do quadro.

O sedentarismo é uma das doenças que atingem gravemente a população mundial no séc. XXI. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 23% da população adulta é considerada não praticante de atividades físicas. Já nos adolescentes, os números são ainda piores, chegando a 81% de indivíduos sedentários.

Segundo o coordenador do curso de Educação Física do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Paulista, Esdras Melo, o sedentarismo é fortemente influenciado pelo estilo de vida consequente do desenvolvimento tecnológico. “Atualmente, as facilidades da nossa rotina são vilões para a perpetuação do sedentarismo. Além das formas de trabalho, aplicativos de entrega, elevadores e outros avanços do tipo dificultam a adoção de hábitos saudáveis. Aqui é ainda pior, pois, culturalmente, o brasileiro já tem uma rotina bastante sedentária, com baixo nível de atividade física e alimentação inadequada, colaborando ainda mais com o sedentarismo”, afirma o especialista.

O índice de obesidade também está ligado ao problema, principalmente quando, com a falta de exercícios, tem-se uma dieta coberta de açúcares e gorduras trans e saturadas. Entre as consequências de um estilo de vida sedentário, podem estar a atrofia muscular e a perda de força física, o aumento de peso e o surgimento de doenças crônicas, como a diabetes e a hipertensão. Estima-se que 14% das mortes no Brasil tenham alguma relação com a doença.

Sobre as atividades necessárias para não estar no sedentarismo, o ACSM as classifica em: leves, como caminhar lentamente, escrever, cozinhar; moderadas, que pode ser a caminhada em ritmo acelerado; e intensas, como correr e fazer musculação, cuja recomendação é de pelo menos três sessões semanais. A prática deve ser regular, ao ponto de formar hábitos, pois é a falta deles que acaba definindo uma condição sedentária.

“Incluir na nossa rotina atividades como bicicleta e caminhada (que chamamos de transporte ativo) para irmos ao trabalho, faculdade, entre outros, faz toda a diferença. Para não ser considerado sedentário, o indivíduo precisa realizar atividade física por, pelo menos, 150 minutos totais durante a semana, mas tem muita gente que acha que não tem tempo, então mudar as formas de fazer ações rotineiras e se movimentar mais já ajuda bastante”, conclui Esdras.

Síndrome do impostor: Conheça os Sinais e Como Evitar Esse Problema

Um estudo internacional, realizado pela psicóloga Gail Matthews, da Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos, apontou que 70% dos profissionais bem-sucedidos possuem a síndrome do impostor em menor ou maior grau, em especial as mulheres. Isso pode estar relacionado também à luta por igualdade de tratamento profissional e à diferença entre salários de pessoas de gêneros diferentes, mas que atuam no mesmo cargo.
 

Essa síndrome acomete tanto os homens quanto as mulheres, pode ser caracterizada como uma desordem de autopercepção.
 

“A síndrome do impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autossabotagem. Então, o indivíduo constrói, dentro da cabeça dele, uma percepção de si mesmo de incompetência ou insuficiência.” explica a psicóloga. “Naturalmente, todo o cérebro humano possui essa pré-disposição a colocar essa sensação de incapacidade e demérito. E, dependendo do modelo mental e da forma como cada um pensa, isso pode aumentar ou diminuir essa crença, o que também pode ser reforçado pelo meio em que a pessoa se encontra”. Essa síndrome envolve uma gama de sentimentos, vindos de baixa autoestima e insegurança.” completa Shana Wajntraub.
 

A pessoa que possui essa síndrome, acha que não é boa o suficiente, que não possuiu as habilidades, se sente incapaz e vive com pensamentos negativos sobre si, se cobrando a cada dia num nível alto.

Isso leva o profissional a se prejudicar no ambiente de trabalho pois, há a falta de autoconsciência e uma boa percepção da realidade.
 

Geralmente o profissional possui todas competências para assumir um determinado cargo, mais por achar que não vai dar conta ou por não acreditar em si mesmo, acaba se autossabotando. Perdendo boas oportunidades de crescimento e se frustrando porque sempre acha que não merece.
 

Sinais da síndrome do impostor:  

Procrastinação: vem através da insegurança do indivíduo para executar tarefas e sempre deixando para depois.
 

Sentimento de não pertencimento: Geralmente pensam que não merecem estar onde estão.
 

Autossabotagem: elas criam mecanismos para fugir de certas experiências em que não se sentem seguras para desempenhar um bom papel.
 

Ingratidão: Por não aceitarem que são boas em algo, as pessoas nessa condição acabam tendo muita dificuldade para aceitar que os outros encontrem boas características nelas.
 

Autodepreciação: Pessoas com a síndrome tendem a gostar menos de suas qualidades e características, tornando-se amarguradas e tóxicas consigo mesmas.
 

Comparação: O indivíduo só consiga encontrar boas características nos outros e nunca em si próprios.
 

Autocrítica excessiva: É como se as pessoas perdem a capacidade de encontrar boas lições de erros e se punissem o tempo todo.
 

Maneiras de reduzir o problema

Realizar uma checagem da realidade pessoal, que tende a deixar a pessoa mais atenta e que pode ser facilitada com um nível mais profundo de autoconhecimento.

verificar se os maus pensamentos sobre si podem ser comprovados;

avaliar o próprio trabalho com um olhar técnico e externo;

fazer uma pesquisa de satisfação com seus clientes ou chefes; e pedir feedback para pessoas que tenham contato com seu trabalho.

Caso não consiga lhe dar com este tipo de sentimentos e sintomas, procure um profissional qualificado para lhe orientar e tratar da melhor maneira. Finaliza a Psicóloga Shana Wajntraub.

Infectologista explica a importância da vacinação contra a gripe

No outono e no inverno, há uma maior circulação dos vírus respiratórios, dentre eles o da Influenza, causador da gripe. Este vírus, de transmissão respiratória, tem como sintomas febre alta, tosse, congestão nasal, coriza, dor de garganta, cabeça e no corpo. Segundo a Dra. Cristiana Meirelles, pediatra, infectologista e coordenadora médica da Beep Saúde, healthtech lider em saúde domiciliar no país, crianças menores de cinco anos, idosos, gestantes e imunocomprometidos podem sofrer complicações da enfermidade, como pneumonia, insuficiência respiratória, miocardite, dentre outras.


“A vacina trivalente, que protege contra duas cepas do vírus A e uma cepa do vírus B, fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) contra a Influenza, é uma arma muito segura e eficaz. Na rede privada, também existe uma vacina que amplia essa proteção: a tetravalente previne a infecção por duas cepas do vírus A e duas cepas do vírus B”, explica. Apesar da importância da imunização, apenas 58% do público-alvo da campanha nacional de vacinação contra a influenza já foi vacinado neste ano, segundo dados atualizados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).


Cristiana destaca, ainda, que a primeira vez que a pessoa recebe a vacina contra a gripe, com seis meses de vida, deve ser feita em duas doses no intervalo de trinta dias. Depois desta, todos os cidadãos devem se vacinar anualmente, pois os anticorpos contra o Influenza reduzem com o passar do tempo, diminuindo a imunidade. “As vacinas são modificadas todos os anos conforme a prevalência dos vírus que mais circularam no ano anterior. Além da imunização em dia, higienizar as mãos e o uso de máscaras podem impedir a propagação da doença”, finaliza.

Varíola: especialista explica tudo sobre a doença

Professora da Faculdade Anhanguera aponta as diferenças entre a Varíola, doença erradicada na década de 1980, e a Varíola dos Macacos, que tem registrado casos pelo mundo

Com a redução do número de casos e internações, e tendo a pandemia de Covid-19 sob relativo controle, as pessoas puderam respirar um pouco mais aliviadas. Até que começaram a surgir no noticiário informações sobre casos de Varíola dos Macacos.
 

Mas afinal de contas, que doença é essa? A coordenadora do curso de Biomedicina da Universidade Anhanguera, Alessandra Furtado Nicoleti, explica que a varíola foi erradicada (ou seja, não existe mais entre a população) na década de 1980 depois de uma grande campanha internacional de vacinação promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 

“Os registros apontam que a varíola vitimou mais de 300 milhões de pessoas pelo mundo, antes de ser declarada erradicada. É considerada umas das mais devastadoras moléstias que a humanidade já enfrentou, matando mais até do que as duas grandes guerras mundiais somadas e do que a gripe espanhola”, diz.
 

A varíola é causada pelo vírus Orthopoxvirus variolae e a transmissão acontecia de pessoa para pessoa, a partir da inalação de gotículas contendo o vírus, eliminadas ao tossir, espirar ou falar, ou contato direto. Os sintomas eram similares aos de uma gripe comum, mas quando o vírus se instalava no organismo pelo sistema linfático, começavam a aparecer manchas, que evoluíam para pústulas e bolhas de líquido e pus. Ao estourarem, as bolhas podiam deixar marcas na pele para o resto da vida do paciente.

Na época do surto de varíola, como não havia cura, a recomendação era esperar o organismo do paciente reagir e combater o vírus. Havia dois tipos de varíola: a varíola major, tipo mais radical da doença, que levava 30% dos doentes à óbito; e a varíola minor, um tipo mais leve que levava a óbito apenas 1% dos doentes.

“Como a doença foi erradicada, o Brasil não oferece mais a vacina em seu calendário do SUS desde a década de 1970. Mas quem tomou a dose naquela época ainda tem algum tipo de proteção contra as Varíola dos Macacos”, explica a especialista.

VARÍOLA DOS MACACOS

A Varíola dos Macacos é uma zoonose silvestre viral (transmitida aos seres humanos a partir dos animais) que ocorre em regiões como as florestas da África Central e Ocidental. A doença é causada pelo vírus Monkeypox, que pertence ao gênero Orthopoxvirus, e foi observada inicialmente em macacos em um laboratório em 1958, na Dinamarca.

Os sintomas da Varíola dos Macacos são semelhantes aos da Varíola, mas com menor gravidade: febre, dores de cabeça, musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão, além de lesões na pele que se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para o corpo. Essas lesões se assemelham à catapora ou à sífilis até formarem uma espécie de crosta, que depois cai.
 

A transmissão da doença se dá a partir do contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e objetos e materiais contaminados, como roupas de cama.
 

O possível surto foi identificado primeiro em pacientes do Reino Unido que não tinham viajado para regiões endêmicas, e a OMS ainda não identificou a fonte de transmissão desses novos casos. Como surgiram casos em outros países, isso pode significar que está havendo transmissão comunitárias em tais nações.
 

“As transmissões atuais têm acontecido por meio de contato físico entre pessoas sintomáticas, então, ficam valendo as recomendações de, identificados sintomas que possam indicar a doença, o paciente deve procurar imediatamente o serviço de saúde para receber tratamento adequado e cumprir as medidas sanitárias necessárias para evitar a propagação”, finaliza Alessandra.

Especialista alerta para sinais que podem sinalizar violência contra idosos

Maioria dos crimes contra esse público envolve filhos, netos e sobrinhos e pode ser financeira, psicológica e física

A violência contra o idoso pode ser caracterizada por diversas formas, entre elas abuso financeiro, negligência e agressões física e psicológica. O Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, lembrado em 15 de junho, faz parte das ações do Junho Violeta e visa conscientizar a sociedade sobre a importância dos cuidados com esse público.

Conforme a supervisora multiprofissional Solange Aparecida dos Santos Pinto, que atua no Programa Acompanhante de Idosos (PAI) da UBS Jardim Maracá, gerenciada pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM) em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, os atos de violência não têm uma idade específica para acontecer, já que estão relacionados às fragilidades e dependências do idoso nas atividades do dia a dia.

Entenda os tipos de violência e o que pode ser feito em cada caso:

Negligência

Considerada a violação com maiores casos de denúncias no Disque 100 — serviço do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), a negligência é maior para o Grupo Pessoa Idosa.

Dados do ministério indicam que, durante a pandemia, o número de denúncias de violência e maus-tratos contra esse público cresceu 59% no Brasil.

Violência psicológica

Outro tipo de abuso frequente é a violência psicológica, uma forma de agressão caracterizada por situações de constrangimento, ameaça, humilhação, manipulação, chantagem, isolamento, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outra situação que cause prejuízo à saúde psicológica e autodeterminação do idoso.

Violência financeira

As práticas que visam a apropriação ilícita do patrimônio de uma pessoa idosa são consideradas violência financeira.

Conforme Solange, esse tipo de agressão pode ser realizado por pessoas de confiança do idoso, profissionais e instituições.

Consideram-se práticas de violência financeira forçar a pessoa a assinar um documento, sem explicar a finalidade; negociar um contrato ou alterar o seu testamento; forçar o idoso a fazer uma doação; induzir a pessoa a fazer uma procuração ou ultrapassar os poderes de mandato, dentre outras.

A especialista também alerta para os casos de violência física, que, apesar de serem menos frequentes, também costumam ser motivadores de queixas.

“É importante que todas as pessoas estejam esclarecidas sobre os tipos de violência, para que não normalizem tais atitudes. Além disso, os idosos devem ter plena consciência sobre os seus direitos”, reitera.

Programa Acompanhante de Idosos

Criado com objetivo de atender a idosos em situação de vulnerabilidade social e fragilidade das doenças, o PAI oferece atendimentos nas UBS Jardim Maracá e UBS Vera Cruz, ambas gerenciadas pelo CEJAM, e no domicílio dos pacientes, de acordo com o Plano Terapêutico Singular. Os participantes também são inseridos em grupos de interação social.

“Os idosos acompanhados pelo programa têm melhor adesão aos tratamentos propostos e encaminhamentos solicitados, reduzindo o absenteísmo nos exames e nas consultas marcadas.”

Solange alerta que a maioria dos crimes de abuso contra essa população envolve os parentes mais próximos, como filhos, netos e sobrinhos.

“Normalmente, eles apresentam sinais como tristeza no olhar, choro, desnutrição e, em casos mais extremos, descompensação dos sinais vitais. Ao perceber alguma destas situações, é importante buscar ajuda e, em casos de maus-tratos, denunciar ao Disque 100. A ligação é feita de forma gratuita e anônima”, finaliza.

5 mitos sobre doação de sangue que você precisa saber 

Enfermeira da Anhanguera explica como um ato de solidariedade contribui para salvar milhares de vidas

A campanha Junho Vermelho foi criada para incentivar a doação de sangue, principalmente, nos períodos em que há defasagem no estoque de bolsas de sangue. Nas atualizações de junho da Fundação Pró-sangue, do governo do Estado de São Paulo, os estoques de cinco dos oito tipos sanguíneos estão em níveis críticos ou em alerta.

Aumentar a quantidade de voluntários é visto como um desafio, já que o cenário de doação no País não é preocupante, de acordo com especialistas. O percentual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de doadores num país é entre 3,5% e 5% da população, no Brasil corresponde a 2% (OMS). Segundo a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, professora Janaina Daniel Ouchi, há muitos mitos envolvidos no ato solidário, o que acaba contribuindo para que o país não atinja o índice recomendado.

Nesse contexto, a campanha Junho Vermelho busca sensibilizar a população sobre a importância do tema e em especial a redução do estoque de bolsas de sangue, situação que foi agravada em razão da pandemia. A corrente solidária tem o objetivo também de aumentar a quantidade de doação no mês anterior aos das férias escolares, período do ano em que há aumento nas viagens e, consequentemente, acidentes nas estradas.

“A doação é uma atividade segura, não coloca a saúde do doador em risco e pode salvar vidas”, afirma a enfermeira. “É comum que alguns mitos sobre o tema surjam e amedrontem a população, por isso, é importante discutir sobre esses pontos e aumentar as informações sobre o assunto”, pontua.

Para doar sangue, o interessado deve se adequar a alguns pré-requisitos: estar saudável, pesar acima de 50 quilos, estar bem alimentado, levar um documento oficial com foto e não ingerir alimentos gordurosos nas horas que antecedem a doação. A coleta é baseada no peso corporal.

Confira alguns mitos comuns esclarecidos pela enfermeira: 

1) A atividade não provoca o contágio de doenças. Todo material utilizado é descartável, portanto, não há contato com sangue de outra pessoa.  

2) Quem teve Covid-19 pode doar sangue. Os candidatos à doação com diagnóstico ou suspeita de coronavírus, que apresentaram sintomas da doença, mesmo nos casos leves ou moderados, devem aguardar 10 dias após a recuperação para poder doar.

3) A ação não é restrita a maiores de idade. Adolescentes a partir dos 16 anos podem doar sangue. Fisicamente, eles já estão aptos para a atividade, desde que cumpram todos os requisitos básicos para doação. Por serem menores de 18 anos, precisam de autorização dos pais ou responsável. 

4) O sangue não fará falta ao doador. A reposição do volume de plasma ocorre em 24 horas e a dos glóbulos vermelhos, em 4 semanas. Entretanto, para o organismo atingir o mesmo nível de ferro no organismo, que apresentava antes da doação, são necessárias 8 semanas para os homens e 12 semanas para as mulheres. 

 5) Quem tem piercing e tatuagem estão aptos a doar. Apenas pessoas com piercing na boca estão impedidas, pois o local está mais receptivo a infecções — no entanto, a doação pode acontecer 12 meses após a retirada do acessório. Indivíduos que fizeram tatuagem, maquiagem definitiva e outros processos com perfuração da pele devem esperar o mesmo período para praticar a ação. 

Doença Falciforme: Saiba quais são os sintomas e como é feito o diagnóstico 


Caracterizada por alterações hereditárias no DNA, atinge mais de 7 milhões de pessoas no país

Considerada uma das maiores enfermidades hereditárias do Brasil, a Doença Falciforme atinge cerca de sete milhões de brasileiros, predominantemente entre indivíduos negros, segundo dados do Ministério da Saúde (MS). Caracterizado por alterações no sangue, o problema pode provocar o comprometimento de funções importantes do organismo, como as cerebrais e pulmonares, caso o portador não receba a assistência adequada.
 

De acordo com o médico hematologista do Grupo Sabin, Felipe Furtado, embora tenha bastante incidência no país, a patologia ainda é pouco conhecida pela população. “Trata-se de uma doença genética hereditária, ou seja, a pessoa já nasce com essa condição. As células sanguíneas que normalmente são arredondadas, em pessoas com o diagnóstico falciforme, se tornam mais rígidas, assumem formato de foice, dificultando o transporte de oxigênio para cérebro, pulmões, rins e outros órgãos”, explica o médico.
 

O sintoma mais comum apresentado pelos pacientes, de acordo com o especialista, é a dor aguda nos ossos, que pode começar ainda quando criança. “Se o paciente não receber tratamento adequado, podem surgir outras complicações, como anemia crônica, retardo do crescimento, infecções e infartos pulmonares, acidente vascular cerebral, inflamações e úlceras. É uma enfermidade que requer acompanhamento contínuo”, acrescenta.
 

O Teste do Pezinho, realizado nos primeiros dias de vida, e os exames de análises clínicas capazes de apontar a porcentagem de hemoglobina S no sangue, são formas de se obter o diagnóstico de pessoas com falciforme. “Além de identificar outras enfermidades, o exame é capaz de detectar se a criança é portadora da Doença Falciforme. Quanto mais cedo for feito, maiores são as chances de receber o tratamento adequado e de se controlar a condição”, alerta Felipe Furtado. O Teste do Pezinho é feito com apenas algumas gotas de sangue do bebê que podem indicar problemas metabólicos, genéticos e infecciosos.
 

Uma das novidades no tratamento dos pacientes com diagnóstico falciforme, de acordo com o especialista, é o transplante de medula óssea. “Hoje existe um tratamento curativo, que é o transplante de medula óssea, no entanto, nem todos os pacientes têm indicação para o procedimento, que possui seus riscos, dada a sua complexidade”, esclarece o médico.
 

Com isso, segundo o especialista, o tratamento convencional dos pacientes com diagnóstico de falciforme é feito por meio de acompanhamento médico contínuo, inclusive para transplantados.
 

“O tratamento é capaz minimizar as complicações da doença e melhorar a qualidade de vida desses pacientes, baseado em um programa de atenção integral, que tem início ainda bebê e segue por toda a vida, com acompanhamento médico, avaliação periódica e exames laboratoriais para verificação dos índices de hemoglobina e outras possíveis alterações” complementa o médico hematologista, destacando a importância da criação, pela Organização das Nações Unidas, do Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, celebrado em 19 de junho.

Saiba identificar a gravidade da asma

Especialista do Hospital CEMA explica quais os sinais que definem a intensidade da asma e qual o tratamento correto para tais casos

Uma das doenças que mais causam internações hospitalares, até mesmo em jovens, tanto em instituições privadas como no SUS, a asma é uma enfermidade que pode ser causa de muitas idas ao pronto-socorro para alguns e passar quase despercebida para outros. Isso porque esse problema crônico pode se apresentar de várias formas, a depender da pessoa. “A intensidade será classificada a depender de alguns fatores, como frequência das crises de falta de ar com presença de sibilância (chiado no peito), durante um período de tempo, intensidade da falta de ar e da tosse, assim como da frequência, da presença de secreção provinda das vias aéreas baixas e da quantidade e coloração delas”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero Matsuyama.
 

A asma é uma doença crônica, que provoca inflamação das vias respiratórias, diminuindo a passagem de ar. “Quando adquirida na infância costuma melhorar com o crescimento, tendo em vista que o sistema imunológico fica mais forte. Em alguns adultos, que tiveram asma quando crianças, a doença pode ser assintomática, após anos de tratamento”, detalha o especialista. Atualmente, existem cerca de 300 milhões de pessoas convivendo com a asma, no mundo, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Entre os principais sintomas estão a falta de ar, tosse, sensação de aperto no peito, entre outros.
 

O tratamento da doença vai depender, dessa forma, da gravidade da asma. O mais comum é que o médico oriente sobre a importância de prevenir os gatilhos, pois em grande parte dos casos, a enfermidade tem uma causa alérgica importante, e controlar as crises com medicações orais ou inalatórias. Evitar o tabagismo, praticar atividades físicas e controlar os agentes alérgicos, como pó, ácaros e poluição, além de adotar uma alimentação saudável podem ajudar e muito na prevenção e controle da doença.

Junho Vermelho reforça a importância da doação de sangue

A queda do número de doações em todo país compromete diretamente crianças

e adolescentes em tratamento de câncer e o Hospital do GRAACC, referência em oncologia pediátrica de alta complexidade, vem convidar a comunidade a fazer parte desta campanha de solidariedade.

A Campanha Junho Vermelho e o Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado no dia 14/6, visam mobilizar o maior número de pessoas em prol da doação. Durante todo o ano, os principais hemocentros do Brasil enfrentam o desafio de manter seus estoques abastecidos. Em alguns períodos do ano como férias e feriados prolongados, a queda no estoque geral destes centros chega a 40%. Dados do Ministério da Saúde apontam que apenas 1,8% da população brasileira doa sangue, quando o ideal seria de, pelo menos, 3%.

Uma bolsa de sangue pode beneficiar até quatro pessoas nas mais diversas situações, como cirurgias, tratamentos de câncer e doenças crônicas. No Hospital do GRAACC, referência no tratamento do câncer infantojuvenil, os pacientes apresentam grande demanda transfusional. Mensalmente são utilizadas cerca de 1.000 unidades de hemocomponentes, que são produtos derivados do fracionamento do sangue total (concentrados de hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado). Cerca de 70% das transfusões sanguíneas ocorrem em pacientes internados os outros 30% ambulatoriais.

“O suporte transfusional é fundamental para o paciente com câncer, seja durante a quimio e radioterapia, nas internações, procedimentos cirúrgicos ou durante o transplante de medula óssea. Esses pacientes podem ter a produção das células do sangue prejudicada pela própria doença ou pela terapia utilizada e com a transfusão, conseguimos estabilizá-los e permitir a realização de um tratamento seguro e eficaz”, explica Dra. Paula Guedes, médica responsável pelo Serviço de Hemoterapia do GRAACC.

Quem pode doar?

– Pessoas em boas condições de saúde com idade entre 16 (autorização do responsável) e 69 anos (sendo que a primeira doação deve ter sido realizada até os 60 anos);

– Pesar no mínimo 50 kg;

– Estar devidamente alimentado (evitar alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação);

– Apresentar documento original com foto, legível e emitido por órgão oficial;

– Pessoas que tiveram contato direto com casos suspeitos ou que foram diagnosticadas com Covid-19 são consideradas inaptas por um período de 30 dias;

– Candidatos que foram vacinados contra Covid-19 só podem doar 48 horas após cada dose (vacina Coronavac, da Sinovac/Butantan); e 7 dias após cada dose (vacina Oxford, da AstraZeneca/Fiocruz).*
* Critério adotado segundo Informe Técnico do Ministério da Saúde de 23/01/2021.

Como doar para o GRAACC

Para doar sangue ao Hospital do GRAACC, basta identificar a unidade de coleta da Colsan (Sociedade Beneficente de Coleta de Sangue) mais próxima da sua casa. A doação é um procedimento rápido e seguro.

Sobre o GRAACC

O Hospital do GRAACC é referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnico-científica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer pediátrico, o desenvolvimento de ensino e pesquisa.

É a primeira instituição do País, especializada em câncer infantojuvenil, a receber a acreditação da Joint Commission International (JCI), uma das organizações mais conceituadas do mundo na área de certificações em serviços de saúde. Em 2021, ano marcado pela pandemia, atendeu cerca de 4 mil pacientes de todo o País e realizou mais de 33 mil consultas, além de cerca de 1,6 mil procedimentos cirúrgicos, 25 mil sessões de quimio e radioterapia e 96 transplantes de medula óssea.

Em 30 anos de atividades, o GRAACC elevou o patamar do tratamento de alta complexidade do câncer infantojuvenil no Brasil, com taxa média de 72% de chances cura, e investe constantemente em medicina individualizada e investigação genética para que cada vez mais crianças e adolescentes com câncer possam ter um futuro todo pela frente.

 Baixas temperaturas aumentam os riscos de problemas circulatórios

Prof. Dr. Kasuo Miyake comenta os cuidados ideais com o corpo no inverno

O sangue tem um papel essencial na manutenção da temperatura corporal e, no inverno, e essa função se torna ainda mais importante. Isso acontece por um motivo: menos sangue circulando na periferia gera menos calor e as extremidades gelam. No caso de pacientes com a saúde vascular já comprometida, podem surgir complicações.

Segundo o cirurgião vascular Prof. Dr. Kasuo Miyake, há dois motivos básicos para pés e mãos geladas:

O primeiro acontece quando pessoas que têm a pressão baixa e/ou são submetidas à frio intenso, o corpo contrai as artérias periféricas para manter a pressão nos órgãos essenciais. O sangue circula menos nas extremidades que gelam. O segundo motivo se relaciona à pessoas com arteriosclerose e diminuição da circulação distal, pessoas que têm constantemente os pés e mãos mais frios, sendo esse sinal uma forma de diagnóstico ao exame clínico. “Se submetidas ao frio podem chegar a um ponto em que as células das extremidades começam a morrer por falta de oxigênio e nutrientes. Quando há predisposição genética, obesidade, alimentação desequilibrada e sedentarismo, a preocupação se torna ainda maior nessa época do ano”, alerta o médico.

No entanto, alguns sinais podem ajudar a prevenir o problema. “Quando a circulação está comprometida é comum notar dor ao caminhar uma certa distância, temperatura baixa ou dor mesmo ao repouso em casos mais graves”, diz. O especialista ainda esclarece que alguns indicadores podem sinalizar o quadro além das alterações descritas, como pele com cor pálida ou arroxeada. Feridas nos dedos indicam doença arterial instalada com maior gravidade e pedem uma avaliação urgente de um cirurgião vascular.

Para o inverno que se aproxima, é recomendado usar roupas confortáveis e com isolamento térmico adequado. “De nada adianta colocar 3 pares de meias se elas não forem especiais para isolamento térmico. O ideal é se exercitar/ movimentar e gerar o seu próprio calor. Se os seus pés tendem a ser frios, evite pisar em chão sem uma proteção adequada”, recomenda.


Dicas que valem ouro

O que vale também é o que já é de conhecimento público: para a saúde em geral, o ideal é um mínimo de 30 minutos de exercícios físicos leves por dia sempre acompanhado de um profissional de educação física ou fisioterapia para orientação. Além disso, vale lembrar que o famoso “escalda pé”, assim como outros tipos de aquecimento das extremidades só podem ser feitos quando a circulação é normal. “Quem tem a circulação diminuída pode ter sobreaquecimento de partes das extremidades matando as células, pois nosso corpo tem temperatura mínima e máxima tolerável”, alerta o especialista.

Alimentação saudável é fundamental assim como ingerir bastante água devido ao ar seco, consumir alimentos ricos em fibras também são dicas importantes pois auxiliam na boa digestão e controle do colesterol.

E se o problema das pernas for vasinhos e varizes, esta é a melhor época para tratamentos desse tipo.