Existem várias formas de explicar o que é o sedentarismo. A primeira é a falta de atividades físicas em pessoas de qualquer idade, porém, não fazer nenhum tipo de exercício não define, completamente, o caso. Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), uma definição apropriada seria o baixo gasto energético do organismo pela prática de atividades físicas leves inferior a 150 minutos por semana. Hábitos poucos saudáveis podem contribuir para o surgimento do quadro.
O sedentarismo é uma das doenças que atingem gravemente a população mundial no séc. XXI. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 23% da população adulta é considerada não praticante de atividades físicas. Já nos adolescentes, os números são ainda piores, chegando a 81% de indivíduos sedentários.
Segundo o coordenador do curso de Educação Física do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Paulista, Esdras Melo, o sedentarismo é fortemente influenciado pelo estilo de vida consequente do desenvolvimento tecnológico. “Atualmente, as facilidades da nossa rotina são vilões para a perpetuação do sedentarismo. Além das formas de trabalho, aplicativos de entrega, elevadores e outros avanços do tipo dificultam a adoção de hábitos saudáveis. Aqui é ainda pior, pois, culturalmente, o brasileiro já tem uma rotina bastante sedentária, com baixo nível de atividade física e alimentação inadequada, colaborando ainda mais com o sedentarismo”, afirma o especialista.
O índice de obesidade também está ligado ao problema, principalmente quando, com a falta de exercícios, tem-se uma dieta coberta de açúcares e gorduras trans e saturadas. Entre as consequências de um estilo de vida sedentário, podem estar a atrofia muscular e a perda de força física, o aumento de peso e o surgimento de doenças crônicas, como a diabetes e a hipertensão. Estima-se que 14% das mortes no Brasil tenham alguma relação com a doença.
Sobre as atividades necessárias para não estar no sedentarismo, o ACSM as classifica em: leves, como caminhar lentamente, escrever, cozinhar; moderadas, que pode ser a caminhada em ritmo acelerado; e intensas, como correr e fazer musculação, cuja recomendação é de pelo menos três sessões semanais. A prática deve ser regular, ao ponto de formar hábitos, pois é a falta deles que acaba definindo uma condição sedentária.
“Incluir na nossa rotina atividades como bicicleta e caminhada (que chamamos de transporte ativo) para irmos ao trabalho, faculdade, entre outros, faz toda a diferença. Para não ser considerado sedentário, o indivíduo precisa realizar atividade física por, pelo menos, 150 minutos totais durante a semana, mas tem muita gente que acha que não tem tempo, então mudar as formas de fazer ações rotineiras e se movimentar mais já ajuda bastante”, conclui Esdras.