Na edição 17 da Pesquisa sobre o cenário da Covid-19 nos Municípios brasileiros, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou que mais locais reduziram a faixa etária de vacinação. Na semana de 12 a 15 de julho, 57% das 2.814 prefeituras que responderam à questão – ou seja, 1.601 cidades – informaram que já vacinam pessoas sem comorbidades com menos de 36 anos. Antes, na semana 16, 860 Municípios indicavam vacinação na faixa etária de 18 a 35 anos.
Sobre a falta de doses nos Municípios, a CNM alerta que houve aumento no registro. Enquanto na semana anterior 480 prefeituras relataram o problema, agora foram 775. Destas, mais de 95% indicaram falta de doses para a primeira dose. Em 13,2% faltou também para aplicação da segunda dose.
As gestões locais seguem enfrentando dificuldades em relação à tentativa de escolha de imunizante. Subiu de 1.860 para 2.814 a quantidade de Municípios que enfrentaram situações onde o cidadão quis escolher o tipo de vacina contra a Covid-19. Nestes casos, 1.879 prefeituras não permitiram a escolha – sendo que em 1.333 se aplicou o imunizante disponível e em outras 546 disseram as pessoas perderam a prioridade de vacinação.
A pesquisa também mostra uma queda significativa na ocupação de leitos de UTI. Neste item, entre os 2.826 que participaram, – 29,4% (830 do total) – está com ocupação de UTIs entre 60% e 80% e outros 20,9% (592) têm taxa abaixo de 60%. Na semana passada, eram, respectivamente, 687 e 433 cidades nesta situação. Na taxa acima de 90%, estão 18% (507 do total), e 16,8% (475) ultrapassam 80%. Na semana anterior, 747 Municípios afirmaram ter nível de ocupação acima de 90% e 454 estavam com mais de 80% de leitos de UTI ocupados.
Casos e mortes
Proporcionalmente aos que responderam na semana 16 e na 17, não houve grande variação quanto o registro de casos confirmados semanalmente. Entre 2.826 Municípios, os casos diminuíram em 40,4%, permaneceram estáveis em 36,7% e aumentaram em 16,6%. Em 5,1% deles não ocorreram novos registros. A CNM demonstra preocupação com esses resultados, pois a manutenção de novos infectados em níveis altos está sendo apontada pela quarta vez consecutiva na pesquisa.
Em relação às mortes, a estabilidade segue em torno de 22% dos entrevistados e a redução de óbitos, em quase 17%. O dado está em crescimento em 10,2%. Não houve nenhum registro de morte por Covid-19 em, pelo menos, metade dos Municípios pesquisados nesta semana 17, o equivalente a 1.426 cidades – na anterior eram 1.258.
Educação
Na edição 17 da Pesquisa Covid-19, a CNM voltou a perguntar sobre o cenário das aulas. Ao menos 58,9% dos que responderam – ou seja, 1.665 Municípios – vacinaram todos os profissionais de educação com a primeira dose. Outros 788 estão com mais de 80% de cobertura inicial.
O esquema completo de vacinação – segunda dose – foi finalizado em todos os profissionais da área em 3,5% de 2.826 cidades. Cerca de 52% iniciou a segunda etapa de vacinação. Em 68,5% dos Municípios participantes da pesquisa, a volta das aulas presenciais na rede pública de ensino está condicionada à imunização dos profissionais que atuam nas unidades escolares.
ACESSE A PESQUISA NA ÍNTEGRA AQUI.
Arquivo da categoria: Saúde
Doria confirma 30 milhões de doses extras e vacinação antecipada de adultos em SP
O Governador João Doria anunciou neste domingo (11) a antecipação de 26 dias na data final para vacinar toda a população com mais de 18 anos com ao menos uma dose contra a COVID-19. O adiantamento para 20 de agosto foi viabilizado com a compra de 30 milhões de doses extras da vacina Coronavac para uso nos 645 municípios paulistas.
“Com mais vacinas prontas, vamos garantir o cumprimento deste novo cronograma de imunização em São Paulo”, afirmou Doria. “Daqui a 40 dias, todos os adultos que vivem em São Paulo e podem ser vacinados estarão com pelo menos uma dose de vacina no braço”, acrescentou.
Com o novo cronograma, pessoas com idade entre 35 e 36 anos poderão se vacinar no próximo dia 15. Entre 19 de julho e 4 de agosto, será a vez de quem tem de 30 a 34 anos. De 5 a 12 de agosto, serão vacinados os que têm de 25 a 29 anos, e entre os dias 13 e 20 serão imunizados os adultos mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos.
A antecipação do calendário fez com que o Dia da Esperança – data em que todos os brasileiros de São Paulo com mais de 18 anos estarão vacinados com ao menos a primeira dose contra o coronavírus – passasse de 15 de setembro para 20 de agosto.
A chegada de doses extras da Coronavac ocorre após acordo entre o Governo do Estado, o Instituto Butantan e a biofarmacêutica chinesa Sinovac. O primeiro lote com 2,7 milhões de vacinas desembarcou no Brasil no último dia 7 e passa por controle de qualidade antes da distribuição aos 645 municípios de São Paulo. Outra remessa com 1,3 milhão de doses virá de Pequim até o final deste mês.
A medida é mais um passo na otimização do cronograma de vacinação por meio das estratégias de planejamento, monitoramento, distribuição e logística desenvolvidos pelo PEI (Plano Estadual de Imunização).
Além das vacinas extras que serão usadas apenas pela população de São Paulo, o Governo do Estado se baseia na estimativa de entregas de vacinas do Ministério da Saúde. O calendário considera o início do esquema vacinal, que é composto por duas doses para três dos quatro imunizantes oferecidos no Brasil.
O novo calendário está disponível no site https://vacinaja.sp.gov.br/diadaesperanca/ .
Vacina Já
O pré-cadastro no site Vacina Já (www.vacinaja.sp.gov.br) é recomendado para todos os públicos incluídos no calendário do PEI e economiza até 90% no tempo de atendimento nos postos de vacinação. O formulário pode ser preenchido no site ou via WhatsApp – basta adicionar o número +55 11 95220-2923 à lista de contatos e enviar um “oi” ou clicar no link wa.me/5511952202923?text=oi .
O preenchimento antecipado não é obrigatório, mas facilita o trabalho dos profissionais de saúde e também reduz as chances de aglomeração nos pontos de aplicação das vacinas contra a COVID-19.
De acordo com o Vacinômetro do Portal do Governo de São Paulo (saopaulo.sp.gov.br), até as 13h20 deste domingo, um total de 28.647.796 de vacinas contra a COVID-19 haviam sido aplicadas no estado, sendo 21.412.523 em primeira dose, 6.496.381 com segunda dose e outras 738.892 na aplicação única do imunizante da Janssen. Assim, 15,63% da população estadual já completou o esquema vacinal.
Doença de Batten: “Tratamento já” para crianças diagnosticadas
O pedido da advogada da Associação Cearense de Doenças Genéticas (ACDG), Mônica Aderaldo, faz parte do esforço de combater a falta de acesso e informação sobre a doença de Batten
A vida de crianças e seus familiares mudam drasticamente quando se descobre o diagnóstico de uma doença grave. Porém, quando se trata de uma patologia rara como a Doença de Batten – que tem incidência de 1 para cada 200 mil nascidos vivos[1] -, a luta é ainda maior. Há pouca informação e, portanto, o tempo para o diagnóstico aumenta, o que atrasa ainda mais o início do tratamento. É uma sucessão de cenários que impactam drástica e fatalmente a vida do paciente.
As doenças neurológicas degenerativas integram uma série de doenças causadas por genes anormais incapazes de produzir as proteínas necessárias, causando limitações para as pessoas acometidas, incluindo a deterioração da memória, pensamento, comportamento e da capacidade de realizar atividades cotidianas. Uma das causas dessa deterioração de funções e comportamentos está relacionada às lipofuscinoses ceróides neuronais (CLN em inglês), também chamada como Doença de Batten, um grupo de distúrbios de armazenamento lisossômico.
Existem 14 tipos conhecidos de CLN e a idade de início da doença pode variar desde o nascimento até os primeiros anos de um jovem adulto. “A criança começa a perder o equilíbrio, e convulsionar até parar de falar, e depois de muitos testes e exames, é identificado a Doença de Batten, afinal a medicina ainda não é exata’’ explica a advogada da Associação Cearense de Doenças Genéticas (ACDG), Mônica Aderaldo.
Mônica afirma que o maior desafio para as crianças que lutam pela causa é o diagnóstico tardio que se torna prejudicial, uma vez que o dano cerebral causado por essas doenças é irreversível. De acordo com pessoas que convivem com doenças raras no Reino Unido, incluindo a Doença de Batten, leva-se, em média, 5,6 anos para que o paciente receba um diagnóstico apropriado. Em países menos desenvolvidos, esse tempo pode ser ainda maior[2].
Isso geralmente ocorre devido ao baixo nível de conhecimento e à falta de informação sobre a doença. E o acesso ao cuidado adequado acaba sendo limitado, além disso não existem políticas específicas em prol da melhoria das condições de vida dos pacientes e suas famílias.
No início do mês de Maio de 2021, a BioMarin – empresa farmacêutica responsável pelo medicamento para tratamento da CLN2 (um dos 14 tipos da doença de Batten) – submeteu um dossiê solicitando a incorporação da tecnologia à CONITEC (COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SUS), com a finalidade de que os pacientes com essa doença possam ter acesso à medicação através do SUS.
Para auxiliar pacientes e familiares na busca pelo diagnóstico, existem alguns programas que servem como apoio e incentivam a importância da realização de testes genéticos. Um exemplo de iniciativa é a campanha “Tempo para eles” que conta com ações para a conscientização da doença com o engajamento nas redes sociais, por meio das hashtags #BattenDay e #TEMPOPARAELES. Para saber mais, acesse: https://www.battenday.com
Empresa de psicoterapia online criada em 2017 cresce 1.700% na pandemia
A terapia online democratizou o acesso aos psicólogos, com preços mais acessíveis |
Zero Barreiras aproveitou oportunidade criada pelo isolamento para vencer preconceitos e proporcionar cuidado especializado à saúde mental de funcionários de empresas de grande, médio e pequeno porte. Nos grupos atendidos, índice de depressão severa passou de 38% para 7%
Criada em 2017, a Zero Barreiras é uma empresa pioneira na oferta de psicoterapia online no Brasil. Idealizada após um dia difícil no trânsito do Rio de Janeiro pela psicóloga Christiane Pereira Valle, em que a solução foi fazer atendimentos pelo celular de dentro do seu carro, a empresa viu sua demanda explodir durante a pandemia do coronavirus, que encurtou as distâncias e derrubou antigos preconceitos com tecnologias digitais na saúde e na educação. De 450 atendimentos mensais, passou para 8.000 em 2021. De 30 profissionais, alcançou 300, divididos em 20 especialidades. No comando da empresa, ao lado de Christiane Vale, também está a psicóloga Patrícia Maria Lenine do Couto Ribeiro.
Com planos que partem de um pacote com cinco consultas, na faixa de R$ 70 cada, a empresa democratizou o acesso à terapia, conquistando a atenção de grandes empresas, que enxergaram o benefício real de cuidar da saúde mental dos seus colaboradores, um tema que ainda era tabu, com as pessoas tendo medo ou vergonha de buscarem ajuda profissional, ou sem condições financeiras. Tudo pode ser feito online. Do teste de nível de ansiedade, depressão e estresse; agendamento de consultas; fechamento de pacotes à terapia em si.
Brasil: país mais ansioso do mundo – Na pandemia, problemas como ansiedade, depressão ou burnout tornaram-se ainda mais comuns. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), antes da pandemia, o Brasil já era o país mais ansioso do mundo e, também, apresentava a maior incidência de depressão da América Latina, impactando cerca de 12 milhões de pessoas. Mas uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), demonstrou que, entre maio, junho e julho de 2020, 80% da população brasileira ficou mais ansiosa. Houve ainda aumento no consumo de bebidas alcoólicas, cigarro e comida ultra processada no período de distanciamento social e, em contrapartida, hábitos saudáveis, como exercícios físicos, dormir e se alimentar bem foram prejudicados.
“Com as famílias reunidas em casa, muitas com diminuição na renda e ainda sem ajuda doméstica, as brigas se intensificaram e a saúde mental só fez piorar, sobretudo nas mulheres, que ainda enfrentam a violência doméstica em muitos casos. E ainda as preocupações e tristezas com o desenrolar da pandemia. Estamos num dos momentos mais difíceis para todos. E temos que buscar alternativas para não sucumbir. A terapia ajuda muito a encontrar esse equilíbrio. A psicoterapia trabalha as questões emocionais a partir do diálogo, oferecendo abordagens construtivas e ferramentas para lidar com problemas e a resolver as questões desejadas”, relata Christiane Vale.
Redução nos índices de depressão severa são surpreendentes com terapia – A adesão ao tratamento proporcionado pela Zero Barreiras vem crescendo. Cerca de 10% a 15% dos colaboradores das empresas parceiras aderem à terapia oferecida pelo empregador. No mapeamento feito nos grupos atendidos, a depressão severa passou de 38% da amostra, para 7% no período de 3meses.
“Nós convidamos todos a responderem um questionário e mapeamos quem precisa fazer acompanhamento. Tudo sigiloso. O resultado tem sido incrível. O estresse e a ansiedade extremamente severos eram na faixa de 22% e foram para 0%. Essas pessoas passaram a ficar nos patamares mais moderados. Pelos resultados apresentados, podemos ver que não desaparecem alguns sintomas, mas há uma aprendizagem muito grande em gerenciá-los, o que faz reduzir o grau de severidade. O que reverte em qualidade de vida e sentimento de realização, segundo muitos dos depoimentos colhidos em nossa amostra”.
Estados Unidos anunciam a doação de 3 milhões de doses de vacinas para o Brasil
O Brasil receberá a maior doação direta de vacinas contra a Covid-19 já anunciada pelos Estados Unidos. Para a Amcham Brasil, a medida é valiosa e chega em um momento crucial para reforçar o combate à pandemia no País.
Segundo a Casa Branca, as 3 milhões de doses destinadas ao Brasil são do imunizante Janssen, produzido pela farmacêutica Johnson&Johnson, empresa associada à Amcham Brasil. O carregamento partirá de Fort Lauderdale, no estado americano da Flórida, na noite desta quinta-feira (24/junho), com destino ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O imunizante Janssen é de dose única e está aprovado pela Anvisa para uso emergencial.
“Recebemos com esperança renovada o anúncio da chegada dessas vacinas, que contribuirão para proteger as vidas de 3 milhões de brasileiros. Trata-se de um gesto nobre dos Estados Unidos que corrobora os nossos laços de parceria e simboliza o desejo americano de que o povo brasileiro consiga superar a pandemia”, afirma Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil, maior Câmara Americana de Comércio, entre as mais de 100 existentes fora dos Estados Unidos.
Amcham reforçou pedido de vacinas a autoridades dos Estados Unidos
Desde o início da pandemia, a Amcham Brasil tem dialogado com autoridades do Brasil e dos Estados Unidos no sentido de expandir a cooperação bilateral no combate à Covid-19. Ênfase especial tem sido conferida à importância das vacinas como medida sistemática para conter o avanço da doença no País. A posição oficial da Amcham pode ser acessada na Agenda Brasil-Estados Unidos 2021 .
A Amcham Brasil realizou diversos contatos com representantes do Governo e do Congresso dos Estados Unidos, assim como da Embaixada do Brasil em Washington, para apresentar soluções com vistas a ampliar o acesso brasileiro a vacinas a partir de excedentes disponíveis nos Estados Unidos.
Em parceria com o Movimento Unidos Pela Vacina, foram enviadas comunicações à Vice Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, bem como a membros da Casa Branca, do Senado, da Câmara de Representantes e da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Juntas, as entidades também mobilizaram líderes empresariais de ambos os países para apoiar ações envolvendo a cessão de vacinas ao Brasil.
No twitter, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman comemorou nesta quarta-feira (23/6) a doação das vacinas: “Os EUA estão ao lado do Brasil desde o primeiro dia da pandemia. As vacinas que vão chegar mostram, mais uma vez, a importância da nossa parceria. #EstamosJuntosNessa”, escreveu em sua conta @EmbaixadaEUA.
Outras doações
A doação de 3 milhões de doses destinadas ao Brasil se soma às quantidades anunciadas recentemente pelos Estados Unidos de distribuir 20 milhões de doses de vacinas a países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, por meio do mecanismo Covax Facility, programa de compartilhamento de vacinas contra a Covid-19 coordenado pela Organização Mundial da Saúde.
Doença de Batten: diagnóstico precoce é tão importante quanto o tratamento
Doença de Batten: As Lipofuscinose Neuronal Ceróide (CLN), embora sejam raras, são as doenças neurodegenerativas genéticas mais comuns na infância.
A Doença de Batten costuma se manifestar ainda nos primeiros anos de vida da criança e, por fazer parte de um grupo de doenças neurodegenerativas com sintomas e características diferentes, tem seu diagnóstico, na maioria das vezes, realizado de forma tardia, o que afeta o tratamento e consequente qualidade de vida da criança. Por essa razão, o mês de junho é dedicado para a conscientização e divulgação de informações de qualidade sobre a doença.
A Doença de Batten, também conhecida como CLN2, é um dos 14 tipos conhecidos de Lipofuscinose Neuronal Ceróide (CLN, sigla em inglês). Trata-se de uma doença hereditária, rara, com incidência de 1 para cada 200 mil nascidos vivos[1]. As CLNs são causadas por alterações genéticas envolvendo diferentes genes, que são incapazes de produzir as proteínas necessárias envolvidas no metabolismo de moléculas cerebrais. Como resultado, as células cerebrais (neurônios) sofrem danos progressivos e isso leva ao desenvolvimento de sintomas de acordo com cada faixa etária do paciente, sendo o atraso da linguagem e crises epilépticas seguidos por perda de habilidades motoras e cognitivas já adquiridas as primeiras manifestações clínicas da CLN2[2]:
Até os 3 anos, a principal manifestação é o atraso na linguagem. No entanto, a epilepsia e a regressão neurológica também fazem parte desta fase. Dos 3 aos 5, há piora da regressão neurológica, da epilepsia e há contrações musculares involuntárias, que podem provocar movimentos repetitivos. Até os 12, a criança pode parar de falar e de andar, com necessidade de recursos para auxiliar a caminhar, deglutir e alimentar-se. Além disso, há o aparecimento de demência, alteração no tônus muscular e perda da visão.
Segundo a médica geneticista Dra. Carolina Fischinger, para o diagnóstico correto, além da percepção dos sinais, é importante encaminhar a criança ao geneticista e/ou neurologista infantil, que poderá indicar os passos mais adequados para a investigação da suspeita da Doença de Batten. O diagnóstico precoce pode ser através de exames de sangue que permitem a realização da análise genética e também a análise da enzima deficiente ( atividade da enzima tripeptidil peptidase). Destacamos a importância da detecção precoce sobre a manifestação dos sintomas, para possibilitar melhor qualidade de vida aos pacientes e familiares, pois permite alterar a progressão da patologia e otimizar os cuidados e o aconselhamento genético das famílias[3].
“É importante lembrar que a criança se desenvolve normalmente até o aparecimento dos primeiros sintomas, que, na maioria das vezes, estão localizados na fala, o que leva os pais levarem no fonoaudiólogo. Contudo, ao não encontrarem problemas nas funções comportamentais ou biológicas aparentes, o paciente deve ser encaminhado ao neurologista para avaliação mais aprofundada”, explica Fischinger.
A importância da avaliação genética
No caso da CLN2, a doença se desenvolve devido a um distúrbio nos genes e, portanto, quando uma criança é diagnosticada, a família é aconselhada a realizar o teste genético para entender se o gene mutado está presente nos pais.
Segundo a especialista, como acontece em quase toda doença autossômica recessiva, uma criança nascida de pais que são portadores de mutações no gene CLN2, tem 25% de chance de desenvolver a doença de Batten. “Também é possível que irmãos não afetados pela doença sejam portadores do gene causador alterado, mas não irão desenvolver a doença, ou seja, heterozigotos não manifestam sintomas.
Por isso, campanhas de conscientização são mais que necessárias. “Além de falar com a sociedade sobre os sintomas que podem afetar seus filhos, é extremamente importante ressaltar a necessidade do aconselhamento genético e testagem especifica de casais em risco (por exemplo, casais consanguíneos). O diagnóstico e uma intervenção precoce, podem dar mais qualidade de vida aos pacientes”, conclui.
Um exemplo de iniciativa está a campanha “Tempo para eles” que conta com ações para a conscientização da doença com o engajamento nas redes sociais, por meio das hashtags #BattenDay e #TEMPOPARAELES. Para saber mais, acesse: https://www.battenday.com
Cannabis e a Fibromialgia
Cannabis: A substância melhora a dor sem efeitos colaterais e torna-se destaque no tratamento
Um artigo publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos mostrou que a cannabis medicinal é uma opção eficaz de tratamento para a fibromialgia. O estudo utilizou a substância para verificar a melhora na intensidade da dor de 367 pacientes, e 81,1% relataram melhora significativa em sua condição, o que comprova o efeito analgésico da planta.
O tratamento convencional para a doença inclui anticonvulsivantes, anticonvulsivantes, analgésicos, relaxantes musculares, anti-inflamatórios, opioides e medicamentos para melhorar a qualidade do sono. “Os dados indicam que a cannabis medicinal pode ser uma opção terapêutica promissora para esses pacientes, especialmente àqueles que não alcançam resultados satisfatórios nas terapias farmacológicas padrão”, afirma Maria Teresa Jacob, médica que trabalha com a medicina canabinóide.
Segundo também o estudo, embora existam várias opções farmacológicas recomendadas para a fibromialgia, as eficácias são relativamente limitadas. Os resultados do tratamento com o uso da cannabis apontaram alto índice de melhora com baixas taxas de abandono da medicação.
“Os pacientes em nosso e em outros estudos frequentemente relatam que a cannabis medicinal é mais tolerável e com menos eventos adversos em comparação com outras terapias. Semelhante a estudos anteriores, descobrimos que o uso de cannabis medicinal é seguro entre pacientes com fibromialgia. No acompanhamento de seis meses, houve uma taxa baixa de eventos adversos menores, e apenas 28 pacientes (7,6%) pararam de usar cannabis medicinal.”, cita o artigo.
A pesquisa reforça que a cannabis é uma alternativa eficiente de tratamento para a fibromialgia. “Entretanto, antes do médico prescrevê-la, é necessário avaliar todo o histórico do paciente e definir questões como a dose e as substâncias presentes no remédio à base da planta para o paciente em questão”, completa a médica Maria Teresa Jacob.
Sobre a Dra. Maria Teresa Jacob
Formada pela Faculdade de Medicina de Jundiaí em 1982, com residência médica em Anestesiologia no Instituto Penido Burnier e Centro Médico de Campinas. Possui Título de Especialista em Anestesiologia, Título de Especialista em Acupuntura e Título de Especialista em Dor. Especialização em Dor, na Clinique de la Toussaint em Strassbourgo, França em 1992, Cannabis Medicinal e Saúde, na Universidade do Colorado, Cannabis Medicinal, em curso coordenado pela Dra. Raquel Peyraube, médica uruguaia referência mundial na área. Membro da Sociedade Internacional para Estudo da Dor (IASP), da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), da Sociedade Internacional de Dor Musculoesquelética (IMS), da Sociedade Européia de Dor (EFIC), da Society of Cannabis Clinicians (SCC) e da International Association for Canabinoid Medicines (IACM). Atua no tratamento de Dor Crônica desde 1992 e há alguns anos em Medicina Canabinóide em diversas patologias em sua clínica privada localizada em Campinas.
Bem – Medicina Canábica e Bem Estar
A clínica Bem – Medicina Canábica e Bem Estar está localizada na cidade de Campinas. Com foco em saúde e bem-estar, atende pacientes de dor crônica com a medicina canabinóide, oferecendo tratamento complementar com a acupuntura. Realizam a prescrição e o acompanhamento da cannabis medicinal nos mais diversos casos e patologias. As médicas responsáveis, Dra. Maria Teresa Jacob e Dra. Beatriz Jacob Milani, mãe e filha, fizeram cursos de especialização internacional no uso terapêutico da planta.
Bayer desenvolverá duas terapias pioneiras para a doença de Parkinson
Doença de Parkinson é o distúrbio neurodegenerativo do movimento mais comum, impactando mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo.
• Nenhuma terapia de restauração de função está disponível no momento.
• A Bayer está buscando uma abordagem dupla para fornecer terapias transformadoras com um candidato baseado em terapia celular e um em terapia gênica em testes clínicos.
A Bayer AG anunciou hoje que a BlueRock Therapeutics (BlueRock), uma empresa biofarmacêutica de estágio clínico e subsidiária integral da Bayer AG, administrou com sucesso a primeira dose de um novo tratamento utilizando neurônios dopaminérgicos derivados de células-tronco, denominado DA01, para um paciente com doença de Parkinson em seu estudo clínico aberto de Fase 1. No paralelo, um outro programa foi iniciado, este conduzido pela Asklepios Biofarmacêutica Inc. (AskBio), também de propriedade da Bayer, e baseado em terapia gênica voltado para o fornecimento de tratamentos avançados utilizando virús adeno-associados (AAV) para a doença de Parkinson. Este programa está recrutando e avaliando pacientes em um estudo clínico de Fase 1 em andamento.
“O potencial dos candidatos clínicos da BlueRock e da AskBio para tratar a doença de Parkinson pode ser imenso”, disse Wolfram Carius, chefe de terapia celular e gênica da Bayer. “Pela primeira vez, pode ser possível parar e reverter esta doença degenerativa e realmente ajudar os pacientes com suas altas necessidades médicas não atendidas. Ainda estamos nas fases iniciais dos testes clínicos, mas apaixonadamente comprometidos com o avanço da ciência revolucionária para melhorar drasticamente a vida dos pacientes que esperaram por muito tempo por tratamentos inovadores.”
A doença de Parkinson é o distúrbio neurodegenerativo do movimento mais comum, afetando mais de 10 milhões de pessoas no mundo todo. É causada por danos às células nervosas do cérebro, levando à diminuição dos níveis de dopamina (um neurotransmissor envolvido em processos como memória ou movimento). A doença geralmente começa com um tremor em uma das mãos. Outros sintomas incluem rigidez, cãibras e discinesias (movimentos voluntários, erráticos e de contorção da face, braços, pernas ou tronco). Os substitutos da dopamina, como a levodopa, são comumente usados para atenuar os sintomas da doença, mas seu efeito diminui à medida que a doença progride e atualmente não há tratamento modificador da doença disponível. Ao direcionar a doença para sua causa raiz, as terapias celulares e genéticas visam ir além dos tratamentos sintomáticos.
Usando neurônios dopaminérgicos autênticos, a BlueRock visa reinervar as regiões afetadas do cérebro humano e reverter o processo degenerativo, restaurando potencialmente a função motora. O ensaio clínico da BlueRock inscreverá dez pacientes em centros nos Estados Unidos da América (EUA) e Canadá. Neste estudo, os pacientes são submetidos a transplante cirúrgico das células produtoras de dopamina para o putâmen, uma estrutura cerebral profunda afetada pela doença de Parkinson. O objetivo principal do estudo de Fase 1 (NCT04802733) é avaliar a segurança e tolerabilidade de transplante de células DA01 em um ano após o transplante. Os objetivos secundários do estudo são avaliar a evidência de sobrevivência das células transplantadas e efeitos motores em um e dois anos após o transplante, para avaliar a segurança e tolerabilidade contínuas em dois anos, e para avaliar a viabilidade do transplante.
A abordagem da AskBio consiste em um vírus (AAV) que entrega o gene responsável pela produção do fator neurotrófico derivado da linha de células gliais humanas (GDNF) para os neurônios dentro da estrutura chamada putâmen. Desta forma, inicia-se a a expressão e secreção da proteína GDNF em regiões do cérebro afetadas pela doença de Parkinson. Experiências de longo prazo usando AAV-GDNF mostraram que a expressão sustentada de GDNF pode promover a regeneração de neurônios do mesencéfalo e recuperação motora significativa em roedores e modelos de primatas não humanos. O estudo clínico da AskBio está atualmente recrutando e avaliando pacientes na Fase 1b nos EUA para avaliar a segurança e eficácia preliminar. Um total de 10 pacientes foram inscritos desde o início do estudo de Fase 1b (NCT04167540) em agosto de 2020.
Campanha “Caneta da Saúde” chega a Campinas para orientar população sobre tratamento do diabetes gratuito no SUS
Durante dois dias, uma equipe estará próxima à uma Unidade Básicas de Saúde (UBS) da cidade para orientar e tirar dúvidas da população sobre os benefícios da caneta preenchida de insulina, tratamento gratuito disponível no Sistema Único de Saúde.
Nos próximos dias 27 e 28 de maio, das 8h às 18h, um caminhão especialmente desenvolvido para a campanha “Caneta da Saúde” estará em Campinas, nos arredores das UBS Jardim Aurélia, localizada na Rua Dona Lucínia Teixeira de Sousa, 331, Vila Proost de Souza, para levar informação e orientação sobre as vantagens das canetas preenchidas de insulina, um dispositivo utilizado no tratamento do diabetes e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2, preferencialmente acima de 50 anos e menores de 19 anos.1 Considerada um dos dispositivos mais modernos para o tratamento da doença, a caneta preenchida de insulina é uma importante aliada para o controle do diabetes, reduzindo episódios de hipoglicemia e possíveis hospitalizações decorrentes desta complicação.4,5, especialmente em tempos de pandemia da Covid-19, uma vez que pessoas com diabetes podem desenvolver casos mais graves da doença.2
A ação faz parte de uma campanha nacional, fruto da parceria entre a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD) e da Novo Nordisk, além de contar com o apoio da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde). O objetivo é informar e educar a população sobre as vantagens das canetas preenchidas de insulina, estimulando o uso do recurso que está disponível no SUS, além de engajar e orientar os profissionais de saúde que atuam no tratamento e acompanhamento do diabetes, como médicos, enfermeiros, agentes comunitários e farmacêuticos.
As principais vantagens da caneta de insulina:1
• É mais prática, portátil, discreta e fácil de aplicar fora de casa.
• Economiza tempo, pois não há necessidade de preparo do frasco de insulina.
• É mais segura. Já vem preenchida e com seletor de dose para dispensar a quantidade correta de insulina.
• Mais fácil de usar e, por isso, melhora a aderência ao tratamento, diminuindo picos de glicemia.
• É gratuita: distribuída pelo SUS para pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 acima de 60 anos e menores de 16 anos.
A campanha
Por se tratar de uma iniciativa de utilidade pública, a campanha “Caneta da Saúde” tem abrangência nacional e contará com diversas iniciativas, no ambiente digital e presenciais. No site https://www.canetadasaude.com.br, dedicado à campanha, a população encontrará informações e orientações sobre o diabetes, o uso de insulina, as vantagens e benefícios da utilização da caneta de preenchida de insulina, além de um conteúdo que desmistifica inúmeras “fake news” sobre a doença e seu tratamento. Há uma área destinada aos profissionais da saúde, com um exclusivo e-book e orientações técnicas sobre a utilização das canetas de insulina no SUS. E, ao longo de três meses, o caminhão circulará pelos estados de São Paulo (Capital, Campinas e Ribeirão Preto), Rio de Janeiro (Capital e São Gonçalo), Bahia (Salvador e Feira de Santana), Minas Gerais (Belo Horizonte e Uberlândia), Paraná (Curitiba e Londrina) e Paraíba (João Pessoa e Campina Grande), distribuindo kits de orientação e esclarecendo dúvidas da população em frente a algumas UBSs dessas cidades. A ideia é não só tirar dúvidas de pessoas vivendo com diabetes, mas também de familiares que convivem com quem tem a doença crônica, ajudando no dia a dia dos cuidados.
SERVIÇO
Campanha: A Caneta da Saúde
Data: dias 27 e 28 de maio de 2021
Horário: das 8h às 18h
Onde: UBS Jardim Aurélia, localizada na Rua Dona Lucínia Teixeira de Sousa, 331, Vila Proost de Souza, Campinas
Vacinação contra a Covid-19 ultrapassa 5 milhões de doses aplicadas
Deste total, quase 1,6 milhão de pessoas completaram o ciclo com as duas doses
A cidade de São Paulo ultrapassou nesta quarta-feira (2) a marca de cinco milhões de doses aplicadas de vacina contra a Covid-19. Dados atualizados na plataforma VaciVida revelam que, no total, 5.062.047 doses no imunizante foram distribuídas, sendo 3.468.402 vacinados com a primeira dose e outras 1.593.645 pessoas que já receberam as duas.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) segue com a imunização de grupos prioritários e toda a rede de vacinação da cidade está disponível aos públicos elegíveis da campanha: as 468 Unidades Básicas de Saúde (UBS), os grandes drive-thrus, megapostos, rede de farmácias parceiras, postos volantes e demais equipamentos. Nesta quinta-feira (3), dia de Corpus Christi, toda a estrutura estará em operação para aplicação da primeira e da segunda dose (D1 e D2).
A segunda dose da Coronavac, a vacina do Butantan, tem intervalo de 28 dias ou quatro semanas após a primeira aplicação. O intervalo entre D1 e D2 é de 12 semanas para a vacina da Oxford / AstraZeneca / Fiocruz, também chamada AZD1222 ou Covishield. A vacina da Pfizer também tem intervalo de 12 semanas entre as doses.
Os grupos e categorias elegíveis e os documentos necessários para comprovar a prioridade da vacinação estão elencados no Instrutivo nº 22 do Programa Municipal de Imunização (PMI).
O detalhamento da vacinação contra a Covid-19 na capital paulista está disponível na página Vacina Sampa.
No geral, a campanha acontece das 7h às 19h na cidade de São Paulo. Por isso, a ida aos locais de vacinação pode acontecer de maneira gradual, sem aglomerações nos postos. É importante fazer o pré-cadastro no site Vacina Já (www.vacinaja.sp.gov.br), para agilizar o tempo de atendimento. Basta inserir dados como nome completo, CPF, endereço completo, telefone e data de nascimento para concluir o cadastro.
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