Acesso rápido a informação sem orientação, redes sociais recheadas de blogs divulgando comidas “saudáveis” e milhares de dietas à disposição podem deixar adultos e adolescentes obcecados por uma alimentação excessivamente correta e saudável, podendo levar à uma nova compulsão conhecida como Ortorexia.
“Gastar muito tempo com pesquisas e preparo de comidas ou mesmo em atividades físicas, causando prejuízo às relações familiares e corporativas, são os principais sintomas desse distúrbio”, pontua a endocrinologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Vivian Estefan.
Visto pelos médicos como um distúrbio alimentar, a Ortorexia faz com que o paciente passe a se preocupar exclusivamente com a composição química e valor calórico dos alimentos, ou seja, o teor de proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas e sais minerais, não se permitindo nunca uma variação de cardápio, nem mesmo em festas e encontros sociais.
Além dos males à saúde, Vivian destaca que a compulsão com a qualidade alimentar pode levar a pessoa ao pânico e a evitar o consumo de alimentos fora de casa. “O paciente desenvolve uma fixação pela alimentação saudável, o que acarreta em um auto isolamento. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais e procurar ajuda imediata com especialistas da área”, indica.
Apesar de ainda não ser reconhecida como doença, a Ortorexia atingia em 2014 cerca de 28% da população ocidental, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para a especialista, quanto antes a pessoa procurar ajuda médica, mais rápido será o diagnóstico e a chance de cura. E ressalta que para uma saúde perfeita a alimentação deve ser balanceada, e o estilo de vida saudável, incluindo uma vida social e familiar equilibrada.