A constipação em pediatria é um problema de saúde pública mundial. Ela é identificada por uma dificuldade persistente para evacuar ou uma sensação de evacuação incompleta e/ou movimentos intestinais com intervalo de 3 ou mais dias.
As pesquisas revelam que quanto mais pessoas na família têm constipação, maior a probabilidade da criança ser constipada, assim como, o menor consumo de vegetais entre os familiares também tem relação com a presença da constipação na infância.
A mudança dos hábitos alimentares nos países desenvolvidos está relacionada com a constipação. A alimentação adotada pelas crianças muitas vezes é semelhante à dieta do adulto, onde comumente está presente os pratos de fast-food, refrigerantes, preparações fritas, doces, chocolates e um baixo consumo de água.
O baixo consumo de fibras é imensamente associado com a constipação intestinal, cada vez mais as crianças gostam menos de
frutas, legumes e verduras. As fibras insolúveis são encontradas na parte externa e/ou cascas de cereais, leguminosas (trigo, milho, feijões, ervilhas e outros grãos), frutas e hortaliças, enquanto sua polpa contém predominante fibras solúveis. Esses alimentos aumentam a funcionalidade intestinal, e, é valido ressaltar que, o consumo de fibras tem que estar associado ao consumo adequado de água, afinal, nosso intestino precisa estar hidratado para facilitar a evacuação.
As alterações na microbiota intestinal também contribuem para a constipação. Os probióticos e os prébióticos são agentes benéficos para a microbiota intestinal. Os prebióticos são alimentos não digeríveis (fibras) e que atuam no organismo humano estimulando o crescimento e/ou atividade de bactéria do intestino, assim, altera beneficamente a composição da flora microbiana. Os probióticos são microorganismos que alteram a microflora e por isso exercem benefícios na saúde. Atualmente os probióticos fazem parte da composição de diversos produtos lácteos.
Hoje há um apelo mundial para que as crianças e adolescentes voltem a ser mais ativos fisicamente, bem como adeptos a uma alimentação de qualidade nutricional. Um intestino funcionando bem é sinal de saúde.
Aline Costa de Morais Sampaio
Nutricionista