Festas e dores são incompatíveis, mas para boa parte das mulheres, afetadas pela endometriose, o convívio com cólicas incapacitantes é de difícil controle. A boa notícia é que, juntamente com orientações e tratamento médico convencional, é possível adotar medidas naturais para aliviar e minimizar estes sintomas. 

De acordo com o Dr. Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e obstetra, especialista em endometriose, “as possibilidades de tratamento existentes incluem terapias hormonais, medicamentos analgésicos a anti-inflamatórios. Mas, também deve-se somar aos cuidados a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades física e alimentação balanceada”.

Informações do Manual de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) mostram que, apesar de não existirem estudos sólidos sobre a interferência de atividades físicas para a dor, pesquisas revelaram que exercícios aeróbicos colaboram para níveis mais baixos de estrogênio, hormônio responsável pelo estímulo da endometriose. O documento aponta, ainda, que atividades físicas regulares fazem o corpo liberar substâncias anti-inflamatórias, que combatem o quadro de dor, as endorfinas.

Atividades aeróbicas são consideradas aquelas de baixa intensidade e maior duração, como caminhar, correr, pedalar, dançar, pular corda, entre outras. “Para quem não tem o costume de praticar exercícios físicos, principalmente em momentos de dor, não é fácil começar. No entanto, meia hora por dia já colabora para que o corpo receba os benefícios para a saúde e isso inclui o possível alívio de cólicas”, comenta Dr. Marcos.

É importante alertar que, sempre antes de iniciar qualquer prática de exercícios físicos, é necessário conversar com o médico responsável, para avaliar a saúde e definir a melhor opção para cada paciente. Para quem deseja curtir o carnaval sem a interferência das dores da endometriose, ainda está em tempo de começar.

Sobre a endometriose
A endometriose atinge cerca de 10 a 15% das mulheres em idade fértil. É a presença do tecido do endométrio (camada interna que reveste o útero e é expelido durante a menstruação) para fora da cavidade uterina. Esse tecido pode se alojar nos ovários, tubas, peritônio (tecido que reveste a cavidade pélvica- abdominal), intestino e até mesmo órgãos mais distantes, como o diafragma. 

Esse crescimento do endométrio fora do útero causa uma reação inflamatória, levando a dores e outros sintomas, como dificuldade para engravidar. A intensidade das dores vai variar de acordo com a localização e quantidade dos implantes de endometriose, além de histórico de saúde e limiar de dor da paciente.

É possível saber mais neste vídeo: https://www.instagram.com/tv/Bzf9hFiHzn4/

Sobre o especialista
Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra – Especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia)