Cannabis medicinal, Conheça os principais mitos

Farmacêutica Remederi revela a verdade por trás dos principais boatos espalhados sobre a substância que dificultam o avanço do medicamento no país

Apesar de inúmeros estudos comprovarem os benefícios e a eficácia da cannabis medicinal para o tratamento de diversas doenças, a substância ainda é rodeada de inverdades que geram preconceito e dificultam o avanço do medicamento no país.
 

Diante disso, a Remederi, farmacêutica brasileira que promove o acesso a produtos, serviços e educação sobre a substância, desmistificou os principais mitos sobre o uso medicinal da planta para que as pessoas conheçam melhor os seus benefícios.


1. A cannabis não possui qualquer benefício medicinal

Mito. Essa afirmação é a maior inverdade que existe sobre a substância, pois existem estudos que comprovam cientificamente que o canabidiol pode auxiliar o tratamento de diversas patologias, como dores crônicas, insônia, alzheimer, epilepsia, parkinson, esquizofrenia, autismo, fibromialgia, ansiedade, depressão, entre outras doenças.


2. O Canabidiol tem efeitos psicóticos

Mito. O CBD não apresenta efeitos euforizantes e psicóticos, podendo ser utilizado, inclusive, para controle de patologias psiquiátricas.


3. Cannabis pode estimular o uso de outras drogas

Mito. A hipótese de que o uso da maconha é uma porta de entrada para outras drogas não é verdadeira. O que é apontado cientificamente em estudo da Universidade de Pittsburgh, que realizou um acompanhamento de 214 meninos com algum tipo de envolvimento com drogas dos 10 aos 22 anos e não constatou nenhuma relação direta entre o consumo da cannabis e o uso de outras substâncias. Para os pesquisadores, problemas familiares se mostraram muito mais influentes no uso de drogas do que o uso da Cannabis.

4. Legalizar o uso medicinal da cannabis pode aumentar os índices de criminalidade.

Mito. Um dos maiores exemplos que comprovam que essa informação é falsa é que nos Estados Unidos, onde o uso medicinal da planta está mais disseminado, foi identificado que as taxas de crimes como assalto, assassinato e estupro não aumentaram nos 11 estados americanos que legalizaram o uso da maconha para fins medicinais de 1990 e 2006. O dado é de um estudo realizado pela Universidade de Dallas.


5. O uso medicinal da cannabis pode causar overdose

MitoAté hoje não foi registrado nenhum caso de overdose por uso de cannabis, até porque o próprio corpo humano produz compostos similares aos da planta e a dose de canabinoides para causar uma overdose é humanamente impossível de ser consumida.


6. O uso do canabidiol pode causar efeitos colaterais graves

Mito. A segurança do CBD já foi comprovada em diversas pesquisas e não há casos conhecidos de pessoas com efeitos colaterais graves por conta do uso da substância. No entanto, o uso do canabidiol pode potencializar outros medicamentos com potencial hepatotóxico, ou seja, que sobrecarregam o fígado. A recomendação é sempre buscar orientação médica.
 

7. O uso medicinal da cannabis ainda não foi estudado o suficiente

Mito. O primeiro estudo da cannabis foi realizado no século 19 pelo médico irlandes William O’Shaughnessy, que relatou os benefícios do uso do medicamento para controle de crises epilépticas em um bebê de 40 dias de vida. Desde então, inúmeras pesquisas científicas foram realizadas sobre a substância. Inclusive, a USP é a maior produtora mundial de ciência sobre o canabidiol.

8. Proposta de lei para regulamentar cultivo da cannabis vai permitir que qualquer um plante maconha no Brasil

MitoO projeto de lei para liberação do cultivo da planta será válido apenas para pessoas jurídicas, que precisarão pedir autorização ao poder público para tal, caso a medida seja aprovada. A comercialização das plantas produzidas só poderá ser feita a empresas, instituições de pesquisa e fabricantes de medicamentos. As regras proíbem que pessoas físicas tenham acesso ao cultivo da substância.

9. A maioria dos brasileiros são contra o uso medicinal da cannabis

Mito. De acordo com uma pesquisa realizada em 2021, 78% das pessoas são favoráveis ao uso da cannabis medicinal, e 77% usariam o medicamento se receitado por um médico.
 

De acordo com Fabrizio Postiglione, CEO e fundador da Remederi, o potencial terapêutico da cannabis medicinal ainda é pouco conhecido pela sociedade e por grande parte da classe médica brasileira, sendo que os principais passos necessários para mudança deste cenário são ampliar a divulgação de conteúdos educacionais sobre a substância, desmistificar esses mitos contados pelo povo e desassociar o uso medicinal da planta com o seu uso recreativo.