Vitágua, projeto de iniciação científica das alunas Anally Nunes de Souza, Júlia Rodrigues da Silva e Keiko Moura Hanashiro, do Colégio Santo Américo, foi um dos 150 trabalhos apresentados durante a versão on-line do I-FEST² (International Festival os Engineering Science and Technology), organizado pela ATAST, a Associação Tunisiana para o Futuro da Ciência e Tecnologia. As estudantes, que fizeram uma apresentação em inglês para uma banca organizadora do evento, conquistaram uma medalha de bronze pelo protótipo que criaram para o tratamento do esgoto doméstico e consequente limpeza do Rio Tietê.

Com orientação da professora Leila Miguel Stávale, as estudantes desenvolveram um projeto que tem como principal objetivo eliminar o maior problema do Rio Tietê na cidade de São Paulo: o esgoto doméstico. Para resolver a questão, as alunas conciliaram e aprimoraram projetos antigos até chegarem na criação de um dispositivo para amenizar a poluição do Tietê e garantir a meta de, pelo menos, 5% de oxigenação, auxiliando na eliminação dos dejetos originados no esgoto doméstico.

O protótipo é dividido em três partes e cada uma delas foi pensada de maneira econômica e acessível: a primeira é composta por casca de banana, a segunda pela bactéria Bacillus subtilis e a terceira possui um biossurfactante. “O dispositivo criado pelas alunas será conectado ao encanamento das casas atingindo, a princípio, a melhoria no tratamento do esgoto doméstico e, posteriormente, o Tietê. Inicialmente faremos os primeiros testes em uma área da Usina da Traição utilizando a água do próprio rio, uma parceria estabelecida com a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia). Se os resultados forem os esperados, daremos início a instalação do protótipo em residências. O Vitágua quer impactar positivamente o meio ambiente”, explica Leila Miguel Stávale, orientadora da área de biologia do Colégio Santo Américo.

Por utilizar materiais sustentáveis, o projeto possui baixo custo e traz uma ferramenta eficaz de implantação e manutenção de um sistema simples de saneamento básico para áreas periféricas e pessoas de baixa renda.

Há quase dois anos o projeto vem sendo aprimorado e apresentado em diferentes eventos de ciências e tecnologia. A expectativa das alunas é encontrar empresas parceiras que se interessem pelo desenvolvimento de um protótipo e, quem sabe, pela produção e distribuição do dispositivo capaz de levar dignidade para milhões de brasileiros e água limpa para o Tietê.