Após rumores sobre a suposta privatização da Petrobras, ocasionados pela declaração do Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o principal índice da Bolsa brasileira subiu mais de 3%, renovando sua pontuação máxima e ultrapassando 76 mil pontos, enquanto as ações da empresa apresentaram valorização de 4,6%. Abaixo, profissionais comentam quais impactos podem estar atribuídos à privatização:

“A possível privatização da Petrobras é bem recebida pelo mercado como sinalização de um governo menos envolvido na esfera privada e mais contido nos problemas de ordem pública. Essa redução é vista como uma maneira de aumentar a eficiência da máquina pública nos próximos anos e tende a impactar positivamente os ativos de risco brasileiros. Do lado fiscal, além da possibilidade de arrecadação com o processo de privatização, a desvinculação da estatal também distancia a necessidade de ajuda à empresa com dinheiro de origem pública. Apesar disso, a resolução da questão fiscal continua passando invariavelmente pelas reformas, principalmente a da previdência”, afirma Rafael Sabadell, Gestor do Grupo GGR.

“A privatização da Petrobras pode impactar de forma positiva a economia brasileira. Suponho que esse fator resulte em melhor governança empresarial, devido a diminuição da influência do Governo, fortalecendo a confiança dos investidores em relação à empresa. Além disso, a eficiência da mesma seria maior, pois não haveria o inchaço de cargos por indicação política. Sendo assim, a melhora da imagem brasileira aos olhos de investidores estrangeiros seria notória”, analisa Pedro Afonso, Chefe de operações.

“A privatização da Petrobras é mais provável que ocorra em médio prazo e deve significar pontos importantes para a companhia, como o ganho de eficiência operacional, tendo em vista que as estatais normalmente utilizam uma maior força de trabalho do que as empresas privadas; avanço na governança corporativa; aumento de lucratividade da empresa e, consequentemente, dos dividendos a serem distribuídos. Avalio que estes três aspectos influenciariam diretamente de forma positiva as ações da empresa em Bolsa de Valores. O governo está procurando receitas extraordinárias para atingir a meta de déficit fiscal de R$159 bilhões de 2018 já que a arrecadação de impostos está baixa, sendo assim, a privatização seria um bom instrumento a ser utilizado”, comenta Vicente Koki, Analista-chefe da DMI Group.

“Numa eventual privatização da Petrobras, o impacto seria positivo para as ações da empresa, devido a diminuição da influência do Governo. Isso porque, a empresa privada tem como foco a geração de retorno para seus acionistas. Na economia do país, a privatização pode ser benéfica, pois trata-se de uma das maiores empresas brasileiras e que, caso privatizada, contará com uma administração mais dinâmica, aumentando as condições do crescimento empresarial, possivelmente resultando em maior impacto nas demandas de serviços gerados por uma empresa desse porte”, explica André Bona, Educador financeiro do Blog de Valor.

“A possível privatização da Petrobras sucederia a melhora na governança e eficiência da empresa, criando um efeito positivo sobre o conjunto da economia, por exemplo, a redução dos preços a longo prazo e a geração de empregos. Em curto prazo, resultaria no aumento do fluxo de investidores para o Brasil, proporcionando maior volume de dinheiro, o que seria extremamente positivo”, conclui Pedro Paulo Silveira, Economista-chefe da Nova Futura Investimentos.