ADPESP cobra de Dória coerência entre seu discurso e suas ações

Nesta terça-feira, 26, durante visita ao interior do estado, o governador João Doria afirmou que a Polícia Federal deve ser um órgão absolutamente técnico e independente e sem vinculações políticas.

Apesar de correta, a declaração do governador parece desconsiderar o fato de que a Polícia Civil do Estado de São Paulo, assim como a Polícia Federal, possui natureza de polícia judiciária, exercendo funções análogas, de acordo com suas atribuições previstas na Constituição Federal.

Assim, causa-nos espanto, sem entrar no mérito do caso recente a que referia o governador, que o mandatário não aplique à polícia judiciária do estado que comanda os mesmos ideais que ele agora advoga à polícia judiciária da União.

A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) há tempos defende uma polícia judiciária estadual autônoma e fortalecida, mas, passados um ano e meio do início da gestão, não há qualquer sinalização nesse sentido pelo mandatário do governo estadual.

Remoções sem fundamento permanecem comuns na instituição especialmente nos cargos de direção, altamente suscetíveis a indicações por influências políticas, em detrimento de critérios técnicos e meritocráticos.

Quisesse o chefe do Poder Executivo Estadual aplicar na prática seu discurso, poderia começar, por exemplo, instituindo o mandato fixo para Delegado Geral da Polícia Civil, além de sua escolha por lista tríplice eleita pela classe.

Neste sentido, logo no início de seu mandato o governador teve a oportunidade de fazê-lo, mas solenemente ignorou a vontade da classe após receber em mãos o resultado da eleição de lista tríplice realizada pelas entidades representativas da categoria.

Desde sua posse, a ADPESP vem tentando, sem sucesso, conversar com o governador a fim de detalhar suas propostas de construção de uma Polícia Civil forte, independente e desvinculada de interesses políticos. Dezenas de ofícios foram encaminhados ao governador, e nenhum deles foi sequer respondido.

Para isso, não basta apenas investir em equipamentos e materiais. É fundamental e urgente a valorização dos policiais civis paulistas – que seguem recebendo os piores salários do Brasil. Diversas medidas direcionadas à autonomia funcional administrativa e financeira – pressupostos para nossa atuação livre e independente – dependem apenas da boa vontade de nosso mandatário.

Nosso compromisso é com o interesse público. Nosso propósito é de prestar bons serviços à população, de maneira cada vez melhor e mais eficiente. Para tanto, seguiremos à disposição do governador João Doria caso queira, de fato, transformar sua retórica em ações.

Bolsonaristas na ofensiva e oposição se fortalece

O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro ontem à noite criou uma onda de euforia entre os seus seguidores. Hoje, logo cedo, eles já estavam numa ofensiva junto à opinião pública digital para defendê-lo e incentivar de alguma forma, se possível, o debate sobre quarentena vertical, quando apenas os grupos de risco são isolados diante da pandemia do Covid19.

A hashtag #Bolsonarotemrazao já havia alcançado 360 mil posts no Twitter até às 12h e figurava nos TTs do Brasil e do mundo. Mesmo assim, a oposição demonstra vitalidade e força no universo digital. Confronto semelhante ao que aconteceu na eleição de 2018 com o agravante que os oposicionistas ainda não encontraram um líder de amplitude digital e eleitoral capaz de guiá-los e concentrar a insatisfação com Bolsonaro.


Até às 12h de hoje, a estratégia bolsonarista de negar recomendações da OMS e do Ministério da Saúde estava influenciando as buscas no Google Brasil para a isolamento e quarentena vertical. Nas últimas quatro horas, as consultas em torno dos temas cresceram em todos estados do País.


Na escala de 0 a 100, na qual 100 é o maior interesse, a média do período ficou em 53 e oito estados ficaram acima desse patamar. O maior interesse foi registrado no Distrito Federal (100) seguido do Rio de Janeiro (74), Ceará (66), Paraíba e Mato Grosso do Sul (57).

De ontem, às 19h, quando havia apenas expectativa sobre o pronunciamento de Bolsonaro, até hoje, às 10h30, foram 3,39 milhões de menções no Twitter, produzidas por 1,53 milhão de usuários únicos. E depois de dias sendo atacado e criticado, diminuindo e perdendo a guerra das redes sociais, a militância bolsonarista voltou a se organizar. Mas não é suficiente, ainda, para retomar o controle da narrativa em ambientes digitais.

Foram 427 mil tweets usando as hashtags de apoio ao presidente, nas últimas 12 horas, publicadas 103 mil perfis únicos, o que significa que a militância está aguerrida e empolgada pelo discurso do presidente, com muitas mensagens a favor de Bolsonaro.

Do outro lado, foram, porém, 532 mil mensagens, e produzidas por 293 mil usuários. Isso indica que a quantidade de gente atacando Bolsonaro no Twitter já é quase três vezes maior que o volume de defensores, embora o número de mensagens não seja assim tão descolado. Ontem a oposição a Bolsonaro se firmou como nunca antes desde o início da crise, e o único dia que teve volume parecido de ataques a ele foi o dia 18 de março. 

ATENÇÃO TOTAL
Com o pronunciamento de ontem, o presidente Jair Bolsonaro conseguiu atrair a atenção sobre ele de um jeito que ainda não havia acontecido desde o início da crise do Covid-19 no Brasil. Foi o maior pico de menções a Bolsonaro no Twitter desde o dia 26 de fevereiro, quando o primeiro caso da doença foi confirmado em São Paulo. De lá para cá, foram publicadas 25,2 milhões de mensagens sobre Bolsonaro, panelaços ou hashtags a favor e contra o presidente, produzidas por 7,38 milhões de usuários únicos, uma média de 934 mil menções por dia. 

RECORDE NO YOUTUBE
Nos seus perfis oficiais no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube, o presidente se manteve no patamar dos dias anteriores. Nas últimas 24 horas, a taxa de interações por post ficou 28,6% superior das últimas 48 horas. O presidente também ampliou a sua base de seguidores com o acréscimo de 58.643 até ÀS 11h30. 

O vídeo no Instagram com o seu pronunciamento chegou até agora em 4,1 milhões de visualizações e o mesmo conteúdo reproduzido no canal do Youtube da TV Brasil. Lá, o vídeo alcançou 3,8 milhões, o maior volume entre os 52.524 arquivos disponíveis da emissora nessa rede social.

EDUARDO VERSUS SÂMIA
Na Câmara dos Deputados, os parlamentares contrários ao presidente estão em vantagem diante dos bolsonaristas. Desde o pronunciamento, os críticos produziram 682 posts em suas redes sociais e alcançaram 763 mil interações. Os aliados do presidente até às 11h30 ainda estavam bem atrás com 61 publicações e 328 interações. A grande disputa estava acontecendo entre Sâmia Bomfim do PSOL que conseguiu 202 mil interações em seus posts e Eduardo Bolsonaro com 111 mil interações. 

LÁ FORA
As posições do presidente Bolsonaro também chamam atenção do exterior. O presidente do Grupo Eurasia, o cientista político Ian Bremmer, está fazendo seguidos comentários em seus perfis sobre as teses bolsonaristas.

Ele é um formador de opinião da elite econômica global, especialmente no mercado financeiro e fundos de investimento. Um dos seus últimos tweets trouxe a seguinte mensagem: “I hope everyone in Brazil is at least social distancing from Bolsonaro.” 

Nas últimas 12 horas, Bolsonaro foi alvo de 633 artigos em sites de notícia no mundo. No Brasil foram 2.450 publicações. 

A REPERCUSSÃO NAS CIDADES 
A guerra virtual parece ainda não impactar a vida real, segundo dados mapeados pelo Sistema Analítico BITES. Apesar da recomendação do presidente, não há grandes indícios de impacto no fluxo de pessoas nas ruas das grandes cidades, especialmente São Paulo sob quarentena.

A busca pela manhã por transporte público no Google apresentou o menor interesse dos últimos 7 dias, ficando ainda mais baixo do que no domingo.

As exceções foram os estados de Amapá, Paraná e Santa Catarina, os dois últimos estavam entre os estados que apresentaram maior vantagem para Jair Bolsonaro durante o 2º turno das eleições.
Dados de qualidade do ar da Marginal Tietê, segundo a CETESB, mostram que hoje foi o dia de menor poluição de partículas do mês, superando até mesmo finais de semana.

André Eler e Polliana Cavalcanti
Equipe Análise BITES

OAB Jabaquara convida para noite de autógrafos e roda de conversa sobre livro que propõe o ensino da constituição federal para o público infantil

Acontece nesta segunda-feira, 02/12, a partir das 18h30, uma noite de autógrafos e roda de conversa sobre o livro Primeiros Passos para o Jovem Cidadão: Constituição da República, que acontecerá na OAB Jabaquara (rua Afonso Celso, 1200, Vila Mariana). O evento é gratuito, aberto ao público e permite a presença de crianças, pois apresentará uma dinâmica e leitura de alguns artigos. 

O propósito desta obra é tornar o estudo, o conhecimento e o interesse pela Constituição da República matéria curricular e presente, desde a infância, nas escolas públicas e privadas do país. O evento terá apresentação da Dra. Cindia Moraca, presidente da Comissão Especial de Direitos das Artes da OAB. Também contará com a presença do coletivo de autores.

O livro foi organizado por Oriana Monarca White, com a curadoria de Miriam Schuartz. A ideia é que nas escolas e em casa, educadores, alunos e pais possam trabalhar com o livro de forma dinâmica, lúdica e crítica. O evento é gratuito e aberto ao público.

Informações para a imprensa
Mara Ribeiro – MTB 16.577
Tel.: 11 3815.9307 | Cel.: 11 99221.5201

Senado aprova acordo com Estados Unidos para uso comercial da Base de Alcântara

O texto havia sido aprovado pela manhã na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE)

O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (12), o Projeto de Decreto Legislativo (PDL 523/2019) que trata do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST). A matéria permite aos Estados Unidos alugar o Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão, para fazer lançamentos de foguetes e satélites. O texto havia sido aprovado pela manhã na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Relator da proposta, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) comemorou a aprovação e acredita que a decisão dos parlamentares vai garantir melhorias na vida da população, sobretudo das pessoas que vivem no estado maranhense. “Vai gerar um impacto econômico extraordinário em Alcântara, na baixada maranhense, assim como em todo o estado. Esse impacto vai ser no Brasil e mundo afora. Estamos falando de investimento bilionário da indústria aeroespacial, da Nasa, no Maranhão”, afirmou Rocha.

O PDL 523/2019 chegou ao Congresso Nacional após os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos Estados Unidos, Donald Trump, assinarem um tratado em março deste ano, na capital norte-americana. As negociações foram realizadas pelos Ministérios das Relações Exteriores, da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. De acordo com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, o acordo abre perspectiva de inserção do Brasil no mercado internacional de lançamento.

Na avaliação do especialista, a proposta retoma a ideia original da década de 1980, quando Alcântara foi escolhida para ser o principal centro de lançamento brasileiro. “O plano diretor já previa que nós teríamos espaço para o nosso programa espacial interno autônomo e para outras aplicações que poderiam ser utilizadas por programas mais avançados”, lembrou.

Entusiastas do tratado reforçam que o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas pode aumentar a atração de investimentos no Brasil, induzir atividades econômicas em apoio aos serviços de lançamento, melhorar a formação de mão de obra especializada e alavancar o setor de serviços, incluindo o turismo.

O senador Weverton (PTB-MA) defende que a aprovação é uma vitória para a indústria aeroespacial brasileira. “Estamos abrindo caminho para comercializar produtos norte-americanos e de outros países. Não há exclusividade, há a possibilidade, a partir de agora, de produtos que têm componentes deles [EUA], que é 80% do mercado do mundo, podendo ser operacionalizados na nossa base”, afirmou o parlamentar. 

Negociações

O acordo com os Estados Unidos dispõe, ainda, sobre dados técnicos autorizados para divulgação. Com o tratado, por exemplo, não será permitido o compartilhamento de informações sobre veículos lançadores, espaçonaves e equipamentos dos Estados Unidos. O governo norte-americano, no entanto, deverá fornecer informações ao governo brasileiro sobre a presença de material radioativo ou de substâncias que possam causar danos ao meio ambiente ou à saúde humana. 

Após ser aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, a matéria segue para promulgação pelo Congresso Nacional.

Municípios recebem R$ 516 milhões no primeiro repasse de ICMS de novembro

A estimativa da Secretaria da Fazenda e Planejamento é que sejam destinados mais de R$ 2,3 bilhões aos municípios neste mês

O governo do Estado de São Paulo transfere nesta terça-feira (12), R$ 516,49 milhões em repasses de ICMS para os 645 municípios paulistas. O depósito feito pela Secretaria da Fazenda e Planejamento é referente ao montante arrecadado no período de 4/11 a 8/11. Os valores correspondem a 25% da arrecadação do imposto, que são distribuídos às administrações municipais com base na aplicação do Índice de Participação dos Municípios (IPM) definido para cada cidade.

Para novembro, a estimativa é transferir para as prefeituras do Estado o total de R$ 2,36 bilhões em repasses de ICMS. Os depósitos semanais são realizados por meio da Secretaria da Fazenda e Planejamento sempre até o segundo dia útil de cada semana, conforme prevê a Lei Complementar nº 63, de 11/01/1990. As consultas dos valores podem ser feitas no site da Fazenda, no link Acesso à Informação < Transferências de Recursos < Transferências Constitucionais a Municípios.

Nos primeiros dez meses deste ano, a Secretaria da Fazenda e Planejamento depositou R$ 23,96 bilhões aos municípios paulistas.

Agenda TributáriaOs valores semanais transferidos aos municípios paulistas variam em função dos prazos de pagamento do imposto fixados no regulamento do ICMS. Dependendo do mês, pode haver até cinco datas de repasses. As variações destes depósitos oscilam conforme o calendário mensal, os prazos de recolhimento e o volume dos recursos arrecadados. A agenda de pagamentos está concentrada em até cinco períodos diferentes no mês, além de outros recolhimentos diários, como por exemplo, os relativos à liberação das operações com importações.
Índice de Participação dos MunicípiosOs repasses aos municípios são liberados de acordo com os respectivos Índices de Participação dos Municípios, conforme determina a Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. Em seu artigo 158, inciso IV está estabelecido que 25% do produto da arrecadação de ICMS pertencem aos municípios, e 25% do montante transferido pela União ao Estado, referente ao Fundo de Exportação (artigo 159, inciso II e § 3º).Os índices de participação dos municípios são apurados anualmente (artigo 3°, da LC 63/1990), para aplicação no exercício seguinte, observando os critérios estabelecidos pela Lei Estadual nº 3.201, de 23/12/81, com alterações introduzidas pela Lei Estadual nº 8.510, de 29/12/93.

PEC paralela da Previdência e prisão em segunda instância estão na pauta do Congresso nesta semana

Na terça (12), senadores podem concluir votação do texto que autoriza estados e municípios a realizarem mudanças previdenciárias equivalentes às da União

Votações e debates importantes estão na pauta do Congresso esta semana. Nesta segunda-feira (11), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados pode votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 410/18, que permite a possibilidade da prisão após condenação em segunda instância.

O tema voltou à tona na última quinta-feira (7), depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por seis votos a cinco, vetar a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, entendimento contrário ao que vinha sendo adotado pela Corte desde 2016. A decisão permitiu que o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, ambos do PT, fossem soltos na última sexta-feira (8).

Na terça-feira (12), os senadores podem concluir, em Plenário, a votação da chamada PEC paralela (133/2019) da Previdência. Entre outros pontos, o texto autoriza estados, municípios e o Distrito Federal a realizarem mudanças previdenciárias com as mesmas regras aplicáveis ao regime da União, aprovadas no texto principal da reforma da Previdência, em outubro.

Isso significa que as regras de aposentadoria dos servidores federais passariam a valer também para o funcionalismo estadual e municipal, incluindo tempo de contribuição, idade mínima e alíquota de contribuição previdenciária.

A previsão é que os parlamentares votem quatro destaques apresentados a partir das duas da tarde. Há possibilidade de a matéria ser votada em segundo turno no mesmo dia. Caso seja aprovado, o texto segue para a Câmara.

Também na terça-feira, a partir de uma da tarde, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News ouve a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso.

No mesmo dia, a Comissão Especial de Parcerias Público-Privadas, que analisa o PL 3453/08, se reúne às três da tarde, na Câmara dos Deputados, para apresentação, discussão e votação do parecer do relator, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). A proposta moderniza as regras para concessões e contratações das chamadas PPPs.

Também na terça-feira, às onze da manhã, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado debate o Projeto de Decreto Legislativo 523/2019, que ratifica o acordo entre Brasil e Estados Unidos sobre o uso comercial da Base de Alcântara, assinado em 18 de março deste ano entre os países. A proposta foi aprovada no Plenário da Câmara em 22 de outubro.
 Fonte :
https://www.agenciadoradio.com.br/

Especialistas avaliam o futuro econômico do Brasil

Cinco especialistas comentam como o mercado financeiro recebe o Presidente Jair Bolsonaro

Após ser divulgado quem seria o novo  Presidente da República no Brasil, Jair Bolsonaro, candidato pelo PSL, teve pouco mais de 55% dos votos e seu oponente Fernando Haddad, candidato pelo PT, teve quase 45%. Após os resultados e a confirmação de que Bolsonaro governaria o país, o mercado continuou animado e o recebeu de forma positiva.

Nesta manhã o dólar chegou a bater R$ 3,59, confirmando sua queda que vem se estabelecendo desde que o mercado financeiro já enxergava a vitória do candidato da direita. Para o Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, o clima de esperança foi instalado no país e isso deve repercutir positivamente na economia. “Os empresários devem voltar a investir e contratar. Entretanto, a continuidade deste processo dependerá das próximas ações do Presidente eleito, principalmente se ele conseguirá aprovar as reformas necessárias, começando pela da Previdência”, explica Bergallo.

O conjunto de medidas esperadas para o início do próximo mandato incluí o dólar e o juros baixando, com a perspectiva de colocá-los em patamares que já estiveram antes, como a moeda americana em R$ 3,20 e os juros mais longos próximos de 9,60%.

A vitória de Jair Bolsonaro consolida um cenário que já estava em gestão há algumas semanas. Já era esperada e tida como a mais provável. A conquista, evidentemente, já vinha se antecipando com os preços das ações, e foi sendo antecipado com o câmbio também, que saiu de 4,20 para R$ 3,70, além dos preços dos títulos brasileiros, tantos os privados negociados no exterior, quanto os títulos da dívida interna. “A perspectiva é que continue esse processo de valorização nas próximas semanas e haja fluxo de capital para o Brasil com os agentes tentando se antecipar, e tentando se aproveitar dos prêmios que ainda restam nos preços dos ativos brasileiros. Depois, esses processos tende a se estabilizar, evidentemente.

Os preços chegarão ao seu nível de equilíbrio e os agentes vão esperar os conjuntos das medidas que o governo tomará em relação ao novo reordenamento da política fiscal, déficit público, do endividamento brasileiro, da privatização e da reforma da previdência. É um cenário perspectivo de otimismo nas próximas semanas e depois ele vai ser seguido de um conjunto de medidas que estão sendo esperadas pelo mercado que devem ser confirmadas ou não, então as expetativas vão se consolidar a partir daí”, explica Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos.

Para o Economista-Chefe da DMI Group, Daniel Xavier, o candidato do PSL foi eleito Presidente da República, confirmando o favoritismo indicado pelas pesquisas. Com todas as urnas apuradas, Bolsonaro somou 55,13% dos votos válidos contra 44,87% de Fernando Haddad. Em seu discurso ontem à noite, o candidato eleito criticou a esquerda e prometeu enxugar o tamanho do Estado, além de incentivar o livre mercado e o empreendedorismo. “O futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, também se manifestou após a vitória. Defendeu o crescimento econômico com controle de gastos públicos e melhora do ambiente regulatório. Segundo Guedes, a reforma da previdência será priorizada juntamente com a desestatização de empresas. Pregou também o fim de privilégios e simplificação/redução de impostos.

Com este perfil de governo mais propenso ao encaminhamento de reformas econômicas, o mercado financeiro reage positivamente nesta segunda-feira ao resultado das urnas. A bolsa mostra valorização nesta manhã, assim como o Real. As taxas de juros estão recuando em todos os vértices de sua estrutura a termo”, ressalta Xavier.

“Com relação as expectativas do Presidente Bolsonaro, elas são as melhores possíveis. Pelo menos o que foi dito ao longo da campanha, era de uma economia mais liberal e isso facilita, pois reduz burocracia, custos para empresas contratarem, favorecendo o emprego e a atividade econômica.

O que o Brasil precisa é disso, desenvolvimento econômico e segurança. Agora é preciso acompanhar o desdobramento dos fatos”, lembra o Educador Financeiro do Blog de Valor, André Bona. O mercado financeiro recebe Bolsonaro de uma maneira animada e positiva pois o candidato carrega aspectos liberais junto a sua equipe econômica. A grande maiorias dos projetos liberais pressupõem uma melhoria no ambiente para negócios, sendo favorável as empresas e seus respectivos lucros.

De acordo com a Assessora Financeira da FB Wealth, Daniela Casabona, todo este cenário atual passa para o estrangeiro, que é uma grande parcela dos investidores do país, uma maior credibilidade principalmente levando em conta a corrupção que acabou por manchar empresas e retrair investidores. “A vitória de Jair Bolsonaro está sendo recebida de uma forma muito positiva, os investidores estão otimistas com o cenário que está se estabelecendo no país e isso pode significar uma nova parcela de investidores, sejam eles brasileiros ou não. Portanto, espera-se que uma nova visão seja constituída”, finaliza Casabona.

INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS

O poder das mídias sociais nessas eleições tem mostrado que a mídia tradicional perdeu espaço para decidir o voto da população. Antigamente, grandes veículos de comunicação tinham o poder de influenciar na decisão eleitoral, mas com o advento das redes sociais e o poder de alcance da internet, esse cenário mudou muito.

O que vemos daqui para frente, até o dia 28, é que grande parte da população está muito mais ligada no que acontece nas redes sociais do que na televisão. O poder das fake news e também das notícias verdadeiras impulsionam essa realidade.

No horário eleitoral, as pessoas desligam a televisão. Prova disso é o resultado pífio do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), que acreditava piamente que seu tempo de televisão ajudaria e muito a chegar no segundo turno.

A influência das redes sociais neste ano eleitoral é fundamental não apenas para eleger um candidato, mas também para ficar de olho no poder legislativo.

Até dia 28, quando teremos o segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), muitas águas vão rolar nessas eleições, mas certamente, a influência das redes sociais nas eleições brasileiras mostra que a mídia tradicional está beirando o precipício.

Hans Misfeldt é jornalista e empreendedor.

Assista ao vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=ek_-6WvCuEY

Advogados de Bolsonaro e Haddad falam sobre pedido do PT no TSE

Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil Brasília
Advogados das candidaturas de Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) falaram hoje (23), em entrevista ao programa Plenário em Pauta, da Rádio Justiça, sobre o pedido da coligação do petista junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar a denúncia de que empresários teriam custeado envios em massa de mensagens de Whatsapp favorecendo o presidenciável do PSL.
A coligação de Haddad pediu que, se confirmada a denúncia, a candidatura de Bolsonaro seja declarada inelegível.
A ação foi baseada em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual empresários apoiadores de Bolsonaro teriam financiado o envio de centenas de milhões de mensagens no WhatsApp em contratos de até R$ 12 milhões. Entre as mensagens estariam não somente conteúdos de apoio a Jair Bolsonaro, mas mensagens falsas contra Fernando Haddad.
“Não queremos fazer avaliação prematura, cabe à Justiça fazer avaliação com base nas informações trazidas e esperamos que o TSE traga resposta o mais rápido possível para que tenhamos pleito eleitoral limpo e correto. No atual estágio da democracia em que nos encontramos, uma fraude nesta escala, se comprovada, afeta toda a legitimidade do processo eleitoral e contamina todo o pleito”, afirmou Ângelo Ferraro, um dos advogados da coligação de Haddad, na entrevista.
Segundo os advogados do candidato do PT, se comprovado, o fato configuraria abuso de poder econômico, uma vez que os recursos empregados estariam gerando desequilíbrio na disputa eleitoral. Tal medida configuraria, conforme a ação, um uso indevido de meio de comunicação digital ao violar a proibição da legislação eleitoral de divulgação de “informações sabidamente inverídicas”. Por fim, a ação aponta também que o pagamento por empresas, se confirmado, também constitui crime eleitoral, já que tal prática foi vedada para as eleições deste ano pela Minirreforma Eleitoral, aprovada em 2017.
Na ação, foi solicitada em caráter liminar a apreensão de documentos e equipamentos das empresas apontadas como supostamente envolvidas no esquema para a constituição de provas no processo. O TSE abriu o procedimento de apuração, mas o ministro Jorge Mussi não acolheu o pedido. Na avaliação da defesa, a medida vai dificultar a investigação e pode facilitar uma eventual destruição das provas.
Defesa

No programa da Rádio Justiça, a advogada Karina Kufa, da coligação de Jair Bolsonaro, “Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos”, contestou os argumentos dos advogados de Fernando Haddad. Ela criticou o fato de a ação não trazer provas robustas e uma indicação da conduta do candidato questionado, o que caracterizou como condições para uma ação deste tipo.
“A [ação] inicial trouxe tão somente a matéria da Folha de S. Paulo e a procuração dos advogados. Não trouxe nenhum documento. Também pedimos direito de resposta à Folha. Em sua defesa, o jornal não trouxe qualquer elemento que a notícia teria respaldo, para afirmar que o candidato estivesse envolvido e sequer se ela existe”, pontuou a advogada.
Ela reafirmou a posição já manifestada por Jair Bolsonaro no dia em que a reportagem foi publicada de desconhecer o suposto esquema e de que não houve qualquer envolvimento do candidato em envios em massa de mensagens no WhatsApp. Kufa acrescentou que mesmo em caso de um ato espontâneo de algum apoiador, não havendo comprovação de anuência ou conhecimento da parte do presidenciável do PSL não seria possível responsabilizá-lo.
Segundo a advogada, Bolsonaro não necessitaria de tais serviços uma vez que possui grande alcance nas redes sociais e os elementos contrários ao PT seriam suficientes para as críticas ao adversário neste 2o turno. “Tem tantos fatos verídicos que não teria porque o candidato Jair Bolsonaro usar WhatsApp para criar fake news para atacar seu opositor”, acrescentou. Ela informou que a defesa deve apresentar sua posição entre hoje e amanhã ao Tribunal.
    

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PT pede para TSE declarar inelegibilidade de Bolsonaro por oito anos

Edição: Sabrina Craide

Tags: eleições2018 TSE Justiça Eleitoral

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