Turismo e Cultura juntos para ampliar legado olímpico

Ministros traçam estratégia conjunta com foco nos jogos para intensificar o fluxo de visitantes nos destinos e nos atrativos culturais do Brasil

Ministros Juca Ferreira e Henrique Eduardo Alves. Crédito: Paulino Menezes

Os ministros do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e da Cultura, Juca Ferreira, firmaram nesta quinta-feira (25) o compromisso de trabalharem juntos para potencializar o ganho do Brasil com a Olimpíada e Paralimpíada Rio 2016. A ideia é criar uma programação conjunta para valorizar a cultura nacional na Casa Brasil – que será montada durante o megaevento esportivo -, lançar uma campanha de publicidade integrada das duas pastas ministeriais e incrementar a visitação aos espaços culturais como museus, por meio da inclusão dos mesmos em produtos turísticos.

“Não existe turismo sem cultura. Da mesma forma que a cultura depende do turismo”, comentou o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. Dentro dessa perspectiva, as áreas técnicas dos Ministérios da Cultura –  incluindo o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN) e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) -, e do Ministério do Turismo, voltarão a se reunir em 16 de março para detalhar os projetos.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, sugeriu a retomada de um memorando de entendimento já iniciado entre o MTur e o Iphan para o melhor aproveitamento turístico de prédios e outras estruturas históricas. “Quase tudo da cultura pode ter impacto também no turismo”, destacou Juca Ferreira.

Entre as ações práticas que serão tratadas no âmbito da parceria estão a sinalização turística de cidades históricas, a definição cultural da Casa Brasil e do tour da tocha, principalmente nas cidades onde a chama olímpica irá pernoitar, e a aproximação da agricultura familiar com eventos culturais regionais como o São João.

Por Darse Júnior

Do sonho à realidade: Governo quer Cheque em Branco

 
 
 A meta estabelecida para arrecadação em 2016 já se mostra inviável. Tanto, que o governo já busca alternativas para trabalhar com o déficit primário no período.

Com PIB fraco e indicadores negativos e com uma inflação projetada pelos economistas em torno de 7,26% ao ano, o cenário econômico e a continuidade da crise política, o equilíbrio e o retorno ao crescimento ainda parece difícil. A pressão por aumento da carga tributária está grande por conta da necessidade de arrecadação e dos gastos assumidos no orçamento, mesmo com o corte.

A flexibilidade no cumprimento da meta fiscal já é discutida para que se evite o debate sobre os gastos que ultrapassarem a arrecadação. Seria uma forma de travar os excessos, embora não exista muita flexibilidade com as despesas obrigatórias.

A transparência é utilizada para justificar que haverá frustração na arrecadação e para “avisar” que não será cumprido o superávit primário mínimo de 0,5% do PIB (o que representa em 2016 cerca de R$ 30,5 bilhões). Haverá aumento do endividamento público. E com os juros altos enfrentaremos dificuldade para captar dinheiro barato –  o que poderá engessar os futuros investimentos do governo. Isso traz problemas para a parceria público-privada,  principalmente para as obras de infraestrutura.

O que o governo tenta fazer é justificar o não cumprimento da meta fiscal, por conta da frustração de arrecadação que possivelmente vai ocorrer. Precisamos levar em conta também a falta de alternativas para cobrar mais impostos. Essa preocupação decorre de algumas atitudes que não estão sendo viabilizadas – a aprovação do CPMF e colocar um gatilho para que sejam realizados os gastos dentro do limite arrecadado.

A reforma fiscal precisa ser efetuada de imediato. Desta forma será possível saber qual a destinação dos recursos, para que tenhamos a justificativa de que os gastos são mesmo necessários.

Nesta discussão incluímos a reforma da previdência – tão falada. Mas vemos apenas a busca por mudanças para minimizar o seu déficit, principalmente no âmbito rural, que apresenta um peso significativo. Mas é necessário que exista um novo olhar para o enxugamento da máquina, com corte de pessoal por meio da redução de ministérios, encerramento de estatais sem atividade e redimensionamento das agências reguladoras.

O mecanismo de controle dos gastos é prioridade. As comprovações limitam os excessos – muita flexibilidade gera libertinagem. Estamos presenciando a projeção exagerada de receita para fixar gastos que poderão se tornar déficits em 2016. A queda na arrecadação já vinha acontecendo. E é preciso hoje planejar um orçamento que envolva a projeção real de valores, com aprovação do Congresso.

*Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contabéis da Faculdade Santa Marcelina (FASM)

 

Band faz o primeiro debate das eleições 2016

Debates estão marcados para 22 de agosto e 7 de outubro

 Seguindo a tradição, a Band fará o primeiro debate entre os candidatos à prefeitura das principais cidades do país. As datas foram acertadas com os comandos das campanhas, que participaram ontem de reunião na sede do Grupo, em São Paulo. O primeiro debate acontecerá no dia 22 de agosto, logo após os Jogos Olímpicos. Onde houver segundo turno, o debate será em 7 de outubro. 

 Mais ampla do que nos anos anteriores, a cobertura das eleições municipais de 2016 envolverá todos os veículos do Grupo Bandeirantes de Comunicação. A programação especial na televisão aberta começará na segunda quinzena de março, com reportagens sobre os principais problemas de cada cidade. O jornal Metro vai abrir espaço para os candidatos apresentarem suas propostas nas várias edições regionais. O Portal da Band também terá um conteúdo específico.

 Os candidatos irão participar de entrevistas nas rádios Bandeirantes e BandNews FM, além da televisão aberta e do canal BandNews.

A crise é de gestão ou de liderança?

O governo federal vive uma crise financeira e uma crise política. Alguns dizem que a crise é de gestão, outros dizem que a crise é de liderança. O governo é uma instituição política e também uma organização empresarial. Nele estão presentes as questões de gestão e as questões de liderança. Qual a diferença entre as duas?

Gestão é a provisão e o comando de coisas, dinheiro, processos e tarefas, com vistas a produzir bens e serviços. Liderança é a capacidade de levar as pessoas a fazer o que tem de ser feito, sobretudo influenciar e motivar, mais que o uso do poder de obrigar. Gestão está no âmbito do conhecimento técnico e das habilidades para executar tarefas e projetos. Liderança habita o mundo do comportamento e da capacidade de se relacionar com pessoas e motivá-las para a ação.

Uma boa definição de liderança diz que é “a capacidade de influenciar e convencer pessoas, levá-las a acreditar na causa e despertar nelas a vontade de agir em favor de objetivos comuns, sobretudo quando são livres para seguir outro caminho”. A imprensa diz que a presidente Dilma trata seus subordinados de forma autoritária e ríspida. A coisa se complica se esse estilo for usado para se relacionar com aqueles que não são seus subordinados, como é o caso dos parlamentares.

É sabido que o governo tem relacionamento difícil com o Congresso. Tancredo Neves, um mestre em habilidade de relacionamento, dizia que não há democracia sem parlamento e sem oposição. Logo, ambos devem ser vistos como normais e necessários; por isso, ainda que em campos opostos, devem ser tratados com respeito e cortesia. Os parlamentares têm mandato, muitos têm ego inflado e outro tanto não tem o menor escrúpulo ético.

Entender toda essa lógica, ter uma estratégia de relacionamento com o parlamento e não usar de autoritarismo e grosseria são condições necessárias ao êxito da missão de governar. Não sendo assim, a crise de liderança aparece. Quanto à crise de gestão, ela tem influência da crise política, mas está principalmente na ineficiência administrativa da máquina estatal.

O ex-presidente Lula gastou sua lábia para convencer o país de que Dilma era uma gerentona competente e eficaz. É como se ele dissesse: ela é grossa, não é política, mas é boa gestora. No início do primeiro mandato, a população até gostou dessa caracterização da presidente, pois a máquina pública é lenta, cara e percebida como ineficiente. Dado o gigantesco tamanho do governo, a gestão nunca será ótima, e uma crise de liderança aprofunda a crise de gestão.

É papel do líder escolher bem os executivos. Uma crise de gestão pode vir de más escolhas de ministros e gerentes. Nas organizações empresariais, livres de influência político-partidária, a escolha baseada em competência técnica e moral é mais fácil. No governo, é mais difícil. Ao escolher mal, o chefe de governo falha como líder; na sequência, falhará como gestor. Maus gerentes, má gestão.

Quando investidos de cargo, os líderes têm poder de mandar, e o risco é a tentação de colocarem para fora o ditadorzinho que há dentro de todos nós. O alimento desse ditadorzinho é o crachá: quanto maior o poder, maior a tentação de impor, gritar, mandar, não ouvir e não aceitar opiniões diferentes.

Voltando ao governo, para a população, mais que essas questões, o que conta é o resultado em estabilidade política, crescimento econômico e prosperidade social. Com isso, defeitos serão perdoados. Sem isso, qualidades serão apedrejadas.

*José Pio Martins, economista, é reitor da Universidade Positivo.

Entidades sindicais se posicionam contra reforma da Previdência

Em sua primeira entrevista coletiva de 2016, realizada nessa quinta-feira (07), no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff defendeu a reforma da Previdência, justificando a sua necessidade ao dizer que “não é possível que a idade média de aposentadoria das pessoas no País seja de 55 anos”. A presidente defendeu a adoção de mecanismos para elevar a idade da aposentadoria, sugerindo que essa medida pode ser tomada pela fixação de uma nova idade mínima ou mesmo utilizando um instrumento que misture idade com tempo de contribuição, como ocorre com a fórmula do Fator Previdenciário 85/95 móvel (soma da idade com tempo de contribuição para mulheres e homens).

Para o presidente da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo (Fecomerciários) e da seccional paulista da União Geral dos Trabalhadores (UGT-SP), Luiz Carlos Motta, essa atitude é inaceitável e deve ser combatida pelas Centrais Sindicais. “A crise financeira na qual o Brasil se encontra não é dos trabalhadores. Não aceitaremos que tentem imputar a nós essa conta, muito menos mexendo no direto que homens e mulheres têm de descansar após uma vida de trabalho”, afirma.

Sobre a Fecomerciários

Antiga Fecesp, a Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo (Fecomerciários) representa mais de 2,7 milhões de trabalhadores e 68 sindicatos filiados. Presidida pelo líder sindical Luiz Carlos Motta, coordena os interesses da categoria como um todo, com atuação decisiva na estruturação de seu movimento sindical.

Governo buscará reequilíbrio fiscal para atrair investimento em 2016, diz Dilma

Presidenta Dilma Rousseff destacou que a CPMF, além de ajudar o governo a recompor as receitas, também é uma questão de saúde pública

Divulgação/Ichiro Guerra/PR

Em 2016, o governo vai buscar o reequilíbrio fiscal, aprovação de medidas tributárias e investimento em infraestrutura

Durante café da manhã com jornalistas, nesta quinta-feira (7), a presidenta Dilma Rousseff destacou que, em 2016, o governo vai buscar o reequilíbrio fiscal, a aprovação de medidas tributárias no Congresso e a atração de investimentos em infraestrutura. Todas as ações, segundo a presidenta, visam à reversão da desaceleração da economia para que, neste ano, o desempenho econômico seja melhor do que em 2015.

A presidenta ainda declarou que o governo fará “de tudo” para garantir o superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme previsto no Orçamento.

“A estabilidade macroeconômica tem como componente fundamental o reequilíbrio fiscal do País, a volta do crescimento (…) e, a curto prazo, nós temos de aprovar medidas provisórias tributárias que estão no Congresso”, disse. “Enfrentar o reequilíbrio fiscal impacta também na melhoria das condições da inflação. Nosso objetivo é que a inflação volte o mais rapidamente para o centro da meta, e o mecanismo é o reequilíbrio fiscal. Vamos fazer de tudo para perseguir o superávit de 0,5%”, explicou.

Em relação à aprovação de MPs que tramitam no Congresso, a presidenta ressaltou os textos que tratam da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e da Desvinculação de Receitas da União (DRU) como alternativas para ajudar na recuperação da economia.

A presidenta destacou que, além de ajudar o governo a recompor as receitas, a CPMF também é uma questão de saúde pública.

“Não é questão só de reequilíbrio fiscal, mas também é questão de saúde pública. Aprovar a CPMF pode ajudar a resolver o problema da saúde pública no País. É visível que Estados e municípios precisam desse recurso”, enfatizou.

Ela também afirmou que o País precisará “encarar”, em 2016, o tema da reforma da Previdência e lembrou que a expectativa de vida vem crescendo no País. “A base é o diálogo para escutar todos os segmentos, mas tendo a clareza que temos um problema real”, justificou.

Para Dilma, setores oposicionistas deveriam apoiar medidas de interesse do Brasil, acima de questões partidárias. “A oposição tem de ter o mínimo de comprometimento com o País.”

Fonte: Portal Brasil, com informações do Blog do Planalto

Salário Mínimo será de 880 reais em 2016

A Presidenta da República, Dilma Rousseff, assinou nesta terça-feira (29) decreto fixando em R$ 880,00 o valor do salário mínimo que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2016. O reajuste agrega à inflação do período uma valorização real, relacionada ao índice de produtividade da economia brasileira, e beneficia diretamente 48 milhões de trabalhadores e aposentados, urbanos e rurais, de todo o Brasil.

O novo aumento dá continuidade à política de valorização do salário mínimo, formalizada por Lei em 2007, que garantiu um aumento real de 76% no seu valor entre 2003 e 2015. Em 2016, segundo dados do Dieese, o reajuste representará um incremento de renda na economia brasileira de R$ 51,5 bilhões.

Obama diz que ataque na Califórnia ‘foi um ataque terrorista’

Em pronunciamento realizado na noite deste domingo o presidente afirmou que vai combater os terroristas. “Vamos destruir o Estado Islâmico”, declarou

    

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um pronunciamento na noite deste domingo, para anunciar medidas que estão sendo tomadas contra o terrorismo. Segundo ele, o ataque ocorrido na Califórnia, no qual 14 pessoas morreram, foi um “ato de terrorismo”. No mesmo pronunciamento, Obama garantiu que vai destruir o grupo Estado Islâmico e prometeu caçar terroristas onde quer que estejam. Para ajudar a conter essa ameaça, o presidente pediu a ajuda das empresas de tecnologia.

Segundo o presidente, o americano Syed Farook e sua mulher paquistanesa, Tashfeen Malik, casal que cometeu o ataque na Califórnia, iniciou “o caminho obscuro da radicalização, abraçando uma interpretação pervertida do Islã, que pede uma guerra contra os Estados Unidos e contra o Ocidente”.

Para ajudar a conter essa ameaça, o presidente sugeriu a implementação de controles de fronteira e pediu a adoção de um controle de armas mais rígido – para que seja “mais difícil matar” -, assim como a ajuda das empresas do setor de tecnologia.

Em raro discurso transmitido pela televisão, Obama garantiu: “vamos destruir o grupo Estado Islâmico”. Nesse sentido, prometeu caçar terroristas onde quer que estejam. Este foi o terceiro discurso de Obama feito do Salão Oval da Casa Branca. “Vamos destruir o ISIL (acrônimo do EI em inglês) e qualquer outra organização que tente nos prejudicar”, frisou.

Obama afirmou ainda que os EUA não serão arrastados para a guerra no terreno na Síria e no Iraque e convocou os muçulmanos a enfrentarem a “ideologia extremista”.

Fonte: http://www.em.com.br/

Movimentos de rua convocam a população para voltar às ruas em todo o país no dia 13 de dezembro, domingo

 O Movimento Vem Pra Rua, ao lado de outros movimentos democráticos, marcou para o dia 13 de dezembro, domingo, manifestação de apoio ao impeachment da Presidente Dilma, nas principais cidades e capitais de todo o país.

Cidades já confirmadas:

São Paulo

Avenida Paulista, no MASP, às 13h

Brasília

Congresso Nacional, às 10h

Rio de Janeiro

Copacabana, Posto 5, às 13h

Belo Horizonte

Praça da Liberdade, às 13h

Curitiba

Praça Santos Andrade, às 13h

Em breve divulgaremos mais cidades confirmadas.

 

O fantasma do Impeachment

Ontem, 03/12, o Governo Dilma entrou em estado de alerta máximo. Eduardo Cunha, Presidente da Câmara dos Deputados, resolveu dar continuidade a um dos vários processos de impeachment enviados àquela Casa. Neste pedido, em especial, Cunha afirmou que, neste caso, compreendeu existir indícios evidentes de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. O momento reclama, antes de tudo, reflexões menos apaixonadas.

Escrevi, alhures, que o Governo Dilma era um “governo em compasso de espera”, pois aguardava julgamento das contas pelo TCU (que foram rejeitadas), espera a investigação do STE para uma possível cassação da chapa Dilma-Temer, aguarda os resultados da Lava-Jato que, quase semanalmente, foi derrubando importantes nomes do empresariado e do mundo político, e, por fim, estava em compasso de espera em relação aos vários pedidos de impeachment enviados à Câmara dos Deputados.

Eduardo Cunha, como bem sabemos, tem sua conduta sob suspeita de atos ilícitos, como, por exemplo, contas bancárias no exterior não declaradas e de ter mentido para os seus pares quando questionado sobre tais contas. Por isso, o Conselho de Ética julgaria Cunha por, pelo menos, quebra de decoro parlamentar.

Com isso, Cunha poderia perder não só a Presidência da Câmara, mas, também, seu mandato. O que se viu, então, foi, para ser suave, negociatas e chantagens de várias ordens, entre o Executivo e Cunha.

Contudo, ao que parece, havia, sim, fortes indícios que Dilma se articulou para salvar Cunha no Conselho de Ética, mas, doutro lado, veio indicações do Presidente do PT, Rui Falcão, de que os deputados petistas partissem para o ataque contra Cunha. Falcão – comentam os cronistas da política – agiu em acordo com Lula. Ou seja: uma articulação política esquizofrênica que derrapou por todo o primeiro mandato e que se encontra paralisada no momento, não poderia, agora, dar certo.

O cenário, portanto, que era de muitas incertezas constitui-se, neste momento, em uma única certeza: o governo será paralisado e todos os esforços se voltarão para barrar o impeachment.

Noutra oportunidade, asseverei que o impeachment para se consolidar no afastamento da Presidente Dilma deveria conjugar três principais atores: 1) os políticos – pois estes têm os votos para cassar o mandato presidencial; 2) a força popular das ruas indignadas e 3) o universo jurídico dando respaldo assentado em fatos concretos de desvios da Presidente.

Neste intricando jogo de forças, o TCU reprovou as contas da Presidente, mas estas devem, ainda, ser reprovadas pelo Legislativo e isso permitiria o fato jurídico concreto: desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (as famigeradas “pedaladas fiscais” do Governo).

As ruas, o clamor popular, parece ter perdido força. As gigantescas manifestações de rua foram encerradas e nada de concreto se viu depois delas. E, por fim, os políticos, os donos dos votos que podem interromper o mandato de Dilma. Aqui, está o maior elemento imponderável: podem, rapidamente, se articular para leva a cabo o mandato da Presidente ou, então, sem o clamor popular, optar por uma ação menos drástica, ao vislumbrar que seria melhor, inclusive para oposição, deixar o governo chegar em 2018 sem popularidade, credibilidade e exaurido por completo.

A saída de Dilma do poder pode, para os agentes econômicos, sinalizar uma vontade de dar rumo ao país. Mas, pode, sobretudo, dar ideia de um fantasioso golpe das elites e, com isso, fortalecer uma volta de Lula.

Quais os futuros cenários? Impossível prever. Quem se arriscar a prever o devir da atual República está fadado a se perder no emaranhado de fatos. De qualquer forma, o quadro em tela não é só ruim para o Governo Dilma, mas, pior ainda, para toda a sociedade brasileira. Baixo crescimento da economia, inflação e desemprego assombram bem mais que o fantasma que ronda o Planalto. Que os atores políticos ajam com discernimento, responsabilidade e senso republicano e democrático. O ano termina como começou: nada animador.

*Rodrigo Augusto Prando é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, licenciado e bacharel em Ciências Sociais, mestre e doutor em Sociologia, pela Unesp, Araraquara.

Sobre o Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está entre as 100 melhores instituições de ensino da América Latina, segunda a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.

*Rodrigo Augusto Prando