“Matar o presidente é um dos objetivos da Rússia”, diz autoridade da Ucrânia

Um assessor do presidente da Ucrânia afirmou que um dos objetivos da guerra deflagrada pela Rússia “é matar Volodymyr Zelensky pessoalmente”.

Um dos objetivos da guerra deflagrada pela Rússia contra a Ucrânia é matar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pessoalmente, de acordo com um assessor do gabinete da presidência do país.

O cenário básico da operação especial da Rússia é claro. O único objetivo – tomar Kiev e matar as autoridades da Ucrânia, o presidente Zelensky pessoalmente”, disse Mykhailo Podolyak, nesta sexta-feira (25).

Assessores da presidência da Ucrânia disseram que Zelensky ainda está na capital do país.

A Ucrânia espera um ataque de tanques russos em sua capital, Kiev, ainda nesta sexta-feira (25), o que pode se tornar o dia mais difícil da guerra, disse um assessor do Ministério do Interior ucraniano.Anton Herashchenko afirmou que as forças de Kiev estão prontas com mísseis antitanque fornecidos por aliados estrangeiros.

O Ministério da Defesa da Ucrânia disse que tropas de assalto aéreo explodiram uma ponte sobre o rio Teteriv, localizada a cerca de 50 quilômetros ao norte de Kiev, em um esforço para impedir que tropas russas avancem em direção à capital.

Em novo vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu resistência à invasão russa e criticou os aliados da Ucrânia. “Nesta manhã, estamos defendendo nosso país sozinhos. Assim como ontem, o país mais poderoso do mundo olha de longe”, disse Zelensky, parecendo se referir aos Estados Unidos.

A Rússia foi atingida ontem por sanções, mas não são suficientes para tirar as tropas estrangeiras de nosso solo. Às 4 da manhã, as forças russas resumiram seus ataques com mísseis no território da Ucrânia”, declarou.

De acordo com relatos de um assessor do governo da Ucrânia, os bombardeios no país continuam nesta sexta. Durante a madrugada no país, o assessor do chefe do Ministério de Assuntos Internos ucraniano, Anton Gerashchenko, afirmou que a capital Kiev foi alvo de explosões no começo do dia.

Os ataques a Kiev com mísseis balísticos ou de cruzeiro continuaram”, disse Gerashchenko a repórteres por mensagem de texto. Uma equipe da CNN no local relatou ter ouvido duas grandes explosões no centro de Kiev. Horas depois, mais três explosões foram ouvidas no sudoeste da capital.

Repórteres da CNN em Kiev e Lviv, cidade no oeste do país, ouviram sirenes de ataque aéreo durante vários minutos por volta das 7h, no horário local (2h no horário de Brasília).

As forças russas que entraram na Ucrânia através de Belarus estão a cerca de 32 quilômetros da capital, disseram autoridades do governo Biden a parlamentares americanas em um briefing nesta quinta-feira (24), de acordo com duas fontes na conversa.

As autoridades descreveram outro elemento russo que entrou na Ucrânia vindo da Rússia um pouco mais longe, mas que ambos estão indo para Kiev com o objetivo de cercar a cidade e potencialmente derrubar o governo ucraniano, de acordo com o legislador na ligação.

Entenda o conflito

Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país.

Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.

De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.

Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira

Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

Regiões da Ucrânia que registraram bombardeios da Rússia

A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.

Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.

Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

Regiões da Ucrânia que registraram bombardeios da Rússia

A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.

Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.

Fonte da matéria : https://osegredo.com.br/

.

Governo de SP regulamenta lei que simplifica registro de produtores artesanais de alimentos de origem animal

Iniciativa representa importante avanço para a agroindústria de pequeno porte e reforça o apoio à produção agropecuária artesanal no Estado

O Governo do Estado publicou nesta quinta-feira (24) a regulamentação da Lei 17.453/2021, que simplifica o registro dos produtores artesanais de alimentos de origem animal, à base de leite, carnes, ovos e mel. A regulamentação oferece maior volume de produção artesanal, desburocratizando o processo e criando faixas diferenciadas de micro, mini e pequeno produtor artesanal de alimento de origem animal.

De autoria do Executivo e encaminhada pela Secretaria da Casa Civil para aprovação da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) em novembro do ano passado, a iniciativa representa um importante avanço para a agroindústria de pequeno porte e reforça o apoio do Governo do Estado à produção agropecuária artesanal e aos produtores de diversas cadeias produtivas.

O Governo de São Paulo propôs as mudanças, pois a legislação anterior não atendia às necessidades do pequeno produtor e da agroindústria de pequeno porte. A iniciativa partiu de estudos realizados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Com a nova legislação, produtores artesanais de queijos, por exemplo, poderão ampliar a quantidade de mercadoria em até cinco vezes em comparação com as regras atuais, sempre submetidos às inspeções sanitárias do Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cipoa). A lei anterior permitia a manipulação de no máximo 300 litros diários de leite cru por produtor artesanal. Esse limite agora será de 1.500 litros diários.

A nova regulamentação estabelece ainda que os produtores artesanais poderão manipular até 200 kg diários de carnes; até 350 kg diários de peixes, moluscos e crustáceos; 250 dúzias diárias de ovos e 12 mil kg anuais de mel e produtos de colmeia.

Dentro dos limites estabelecidos, a lei cria três categorias de produtores artesanais: micro — até 20% do limite de produção; mini — de 20% a 50% do limite; e pequeno – acima de 50%.

A regulamentação também possibilita que agroindústrias artesanais situadas em perímetro urbano se habilitem ao registro de SISP, o que anteriormente acontecia quase sempre na zona rural. Além disso, o decreto oferece a possibilidade de convênios entre o Estado e municípios que possuam serviços próprios de inspeção sanitária, ampliando e agilizando os processos de inocuidade alimentar.

 Governo de SP inicia construção do BRT entre o ABC e a capital com investimento de R$ 860 milhões

Alternativa moderna e sustentável, o sistema rápido de ônibus elétrico permitirá menor tempo de viagem aos passageiros da região

O Governador João Doria iniciou, nesta quinta-feira (23), as obras do BRT-ABC, sistema rápido de ônibus elétricos que conectará a região do Grande ABC à capital. O novo modal de transporte metropolitano receberá investimento de R$ 860 milhões, exclusivamente pela iniciativa privada, e prevê a implantação de um total de 20 estações. A obra beneficiará cerca de 173 mil passageiros por dia que vão percorrer o trajeto entre São Bernardo do Campo e São Paulo em até 40 minutos.

“Estamos dando início às obras do BRT do ABC e 100% com investimento privado, sem custo para os cofres públicos. Um projeto grandioso com investimento de R$ 860 milhões. São 18 quilômetros percorridos por um corredor com estações modernas e climatizadas. Segurança e agilidade para melhorar a qualidade de vida da população, não apenas de São Bernardo mas de todos que precisam do transporte coletivo com melhor qualidade, conforto e segurança”, disse Doria.

O BRT-ABC, iniciativa inédita no estado de São Paulo, percorrerá um corredor exclusivo com 17,3 km de extensão, entre o centro de São Bernardo do Campo e a capital. O trajeto passa pelos municípios de Santo André e São Caetano do Sul e inclui paradas nos terminais Tamanduateí e Sacomã, ambos em São Paulo.

A previsão é de que o trecho inicial entre em funcionamento ainda em 2022 e a operação completa deverá ocorrer em 2023. As obras serão iniciadas com a readequação e modernização do Terminal Metropolitano São Bernardo do Campo. O BRT será gerenciado pela EMTU-Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos e implantado e operado pela empresa concessionária Next Mobilidade.

“Hoje tenho grande prazer em participar de mais uma entrega nessa gestão, seguindo o compromisso do Governo do Estado de trazer inovação ao transporte público de São Paulo. O BRT possibilitará melhor conexão das cidades do ABC ao sistema metroferroviário, oferecendo ainda mais conforto e comodidade no transporte interestadual para os passageiros da região”, destacou o Secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli.

Projeto

Com 20 estações de parada e três terminais, o BRT-ABC prevê uma frota de 82 ônibus elétricos e articulados, com 23 metros, ar-condicionado, silenciosos e não poluentes. A expectativa é de que o percurso entre o Terminal São Bernardo e o Terminal Sacomã, na capital, seja feito em 40 minutos na modalidade expressa.

Além do serviço expresso, com menos paradas e velocidade média de 25 km/h, o passageiro poderá escolher outras duas opções: semi-expresso, com percurso previsto de 43 minutos, e parador, de 52 minutos. Semáforos inteligentes, faixas exclusivas e pontos de ultrapassagem entre os ônibus vão permitir o deslocamento rápido e seguro dos usuários.

As estações serão envidraçadas, climatizadas com ar-condicionado e equipadas com internet wi-fii e painéis que mostrarão a previsão de chegada dos ônibus. A cobrança da tarifa será feita nas estações para evitar filas e diminuir o tempo de parada, e o piso dos veículos será em nível da plataforma, facilitando o embarque e desembarque de passageiros.

Remodelação do sistema

A construção do BRT faz parte do pacote de investimentos e melhorias do sistema do transporte metropolitano gerenciado pela EMTU no ABC, a partir da prorrogação por 25 anos do contrato de concessão com a Metra, operadora do Corredor Metropolitano ABD.

Serão investidos cerca de R$ 237 milhões na reforma do Corredor Metropolitano ABD (São Mateus – Jabaquara), com atualização da sinalização viária, manutenção profunda das escadas rolantes, reconfiguração nos terminais metropolitanos com nova iluminação, instalação de gradis, melhoramento da acessibilidade, implantação de novas rampas, modernização das paradas com implantação do sistema pré-embarque e restauração do pavimento rígido.

A renovação da frota e a reorganização do sistema estão contempladas também no novo modelo de concessão da região pela Next Mobilidade, a qual já assumiu 78 linhas de ônibus gerenciadas pela EMTU que eram operadas por permissionárias do ABC, introduzindo ônibus mais novos e modernos.

Em agosto de 2021, 116 novos ônibus foram entregues para operar no sistema intermunicipal, proporcionando mais qualidade e conforto aos usuários. Os veículos são modernos, com ar-condicionado, wifii, tomadas USB, baixa emissão de poluentes (motor Euro V) e possuem elevador para pessoas com mobilidade reduzida.

Habitação assina convênio com 12 prefeituras para unificar cadastro de informações

Sistema desenvolvido pela CDHU cria banco de dados para cruzamento de informações entre Estado e municípios, auxiliando na gestão e controle das famílias beneficiarias do auxílio moradia

A Secretaria de Estado da Habitação assinou nesta terça, 22, convênio com 12 prefeituras para adesão ao Cadastro Integrado de Beneficiários de Auxílio Moradia (Cibam), um sistema criado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) para unificar informações de famílias beneficiárias de auxílio moradia.

O evento realizado na sede da CDHU, no centro da Capital, contou com a participação do secretário de Estado da Habitação, Flavio Amary, do presidente da CDHU, Silvio Vasconcellos, e do diretor de Atendimento Habitacional da CDHU, Marcelo Hercolin.

Segundo o secretário Flavio Amary, “a implantação desta importante ferramenta de gestão trará mais eficiência e transparência na administração dos recursos públicos, além de aperfeiçoar o controle das informações inseridas neste banco de dados, entre o Estado e os municípios afim de melhorar o aproveitamento dos recursos públicos, evitando pagamentos em duplicidades”.

 

Para o presidente da CDHU, “o Sistema vai melhorar o aproveitamento dos recursos publicos destinados, prioritariamente, no pagamento de auxílios moradias emergenciais, para famílias vítimas de desastres e fenômenos naturais, e provisórios, para as famílias impactadas por remoções e obras públicas. As famílias em vulnerabilidade social continuam sendo assistidas pela Secretaria de Desenvolvimento Social”, afirmou Silvio Vasconcellos.

A CDHU oferece aos municípios que aderiram ao convênio o acesso à ferramenta CIBAM. Em seguida um representante indicado pelo município participará do treinamento para operar o sistema e receberá o manual técnico.

Participaram da assinatura dos convênios para ingresso no Cibam as seguintes prefeituras: Embu das Artes, Francisco Morato, Indaiatuba, Itapetininga, Osasco, São Bernardo, São José dos Campos, Sumaré, Mauá, Mogi das Cruzes, Rio Grande da Serra e Santa Isabel.

 Alesp e Tribunal de Contas do Estado firmam acordo para difusão de conteúdos informativos

Termo foi assinado entre o presidente da Alesp, deputado Carlão Pignatari, e o presidente do TCESP, conselheiro Dimas Ramalho

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e o Tribunal de Contas (TCESP) firmaram, nesta segunda-feira (21), um acordo de cooperação na área de comunicação. Com a medida, serão desenvolvidas atividades audiovisuais, jornalísticas, educativas e culturais para difusão de informações e materiais relevantes à sociedade, sem custos extras aos cofres públicos, entre o Parlamento paulista e o órgão fiscalizador.

A cerimônia foi no Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo, com a presença do presidente da Alesp, deputado Carlão Pignatari, e do presidente do TCESP, Dimas Ramalho. O acordo de cooperação terá validade de 60 meses. Durante esse tempo, ambas instituições vão ampliar a produção e a transmissão de conteúdo audiovisual, principalmente materiais educativos e informativos, com mais transparência para a sociedade.

O presidente do Parlamento, deputado Carlão Pignatari, enalteceu o acordo, o qual destacou ser um grande avanço para a transparência e a prestação de contas da Assembleia e do TCESP com o cidadão. “A divulgação de informações é de extrema importância para a população, e esse novo acordo de cooperação é sem dúvidas mais um meio para garantir o pleno exercício da cidadania a todo povo paulista”, disse.

De acordo com o presidente do TCESP, conselheiro Dimas Ramalho, por meio do novo acordo, os conteúdos produzidos e transmitidos irão além de apenas transmissões de sessões, mas também terá caráter pedagógico e informativo. “Nós vamos criar conteúdos para serem transmitidos na TV Alesp, que não serve só para trazer o que é votado no Parlamento, mas tudo que é importante para o Estado de São Paulo. O TCE vai mostrar o seu trabalho, julgamentos, explicar sob a nossa ótica a lei da improbidade, entre outras coisas. Ou seja, além do caráter fiscalizatório, [os conteúdos] também vão ter um caráter pedagógico explicativo. O cidadão tem direito a ter acesso a informação, e nós enquanto instituições públicas devemos prestar informações a todos paulistas”, disse.

O texto do acordo não permite que os programas e matérias produzidas possam ser utilizadas com propósitos comerciais ou de propaganda política partidária ou ideológica. Haverá apenas produção de conteúdos de interesse público, sendo vedada a autopromoção ou promoção de ideais particulares.

Atualmente, a Alesp já tem uma parceria com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo na coprodução do informe “Minuto Defensoria”, exibido nos intervalos comerciais da TV Rede Alesp. Nele, defensores públicos abordam temas de interesse da sociedade, como pensão alimentícia e direito do consumidor, e como acessar a Defensoria caso precise de auxilio jurídico para reconhecimento de paternidade, por exemplo.

Tribunal de Contas

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo atua na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado de São Paulo e seus municípios, exceto a Capital, bem como nas entidades de administração direta ou indireta e na das fundações por eles instituídas ou mantidas, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas.

A jurisdição do Tribunal alcança administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou jurídicas, que, mediante convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, apliquem auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público. 
Leonardo Ferreira – Foto: Larissa Navarro

PEC 110 não é boa para o Brasil

“Ela vai tirar a autonomia e a competência tributária das unidades federativas e não vai reduzir a tributação sobre o consumo e a cadeia produtiva”, segundo tributarista

O relator da PEC 110/2019, uma das propostas de reforma tributária, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), disse que o parecer será lido na Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) na próxima quarta-feira, dia 23.

Na opinião de André Félix Ricotta, advogado, doutor e mestre em Direito Tributário pela PUC/SP, essa proposta não resolve o problema da tributação no Brasil. “A PEC 110, com mais de 180 emendas no Senado, é uma colcha de retalhos que altera muito o sistema nacional tributário e não apresenta nenhuma simplificação ou segurança jurídica. Ela muda o Pacto Federativo, retirando a autonomia e a competência tributária das unidades federativas e dos municípios”, disse Ricotta.

O advogado também destaca que a proposta em questão “não ataca os efetivos problemas do sistema tributário brasileiro”. Ele também lembra que ainda pode haver mudanças. “Temos que aguardar a redação final da PEC 110, uma vez que o texto inicial aumentava a competência tributária da União, possibilitando a criação de mais dois impostos, inclusive um imposto sobre de transmissão causa mortis e doação (ITCMD) federal, alargamento questionável da incidência do imposto sobre a renda e não demonstrava uma desoneração da cadeia produtiva”, conclui Ricotta.

Fonte: André Félix Ricotta. Formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Doutor e Mestre em Direto Tributário pela PUC/SP, pós-graduado “lato sensu” em Direito Tributário pela PUC/SP, pós-graduado em MBA em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Ex-Juiz Contribuinte do Tribunal de Impostos e Taxas da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Presidente da 10ª Câmara Julgadora. Coordenador do IBET de São José dos Campos. Professor da Pós-graduação em Direito Tributário do IBET e Mackenzie. Professor do Curso de Direito da Estácio. Professor de Cursos de Direito da APET. Presidente da Comissão de Direito Tributário e Constitucional da OAB-Pinheiros (SP).

Reabertura do ano legislativo traz esperança

A reabertura do ano legislativo no Congresso Nacional, no último dia 2 de fevereiro, no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, trouxe esperança para os brasileiros. É o que nos mostra uma rápida análise das falas dos representantes dos três poderes. Em sua mensagem, o presidente Jair Bolsonaro pediu aos parlamentares atenção e análise para várias propostas do executivo: portabilidade da conta de luz, Novo Marco Legal das Garantias e reforma tributária.

Como relator da parte da Reforma Tributária, que trata da Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS), tenho denso conteúdo para a conclusão de um extenso relatório, fruto de um longo trabalho de audiências com um grande número de representantes de todos os setores da economia brasileira. A reforma como um todo, no entanto, ainda está em busca de um consenso entre a Câmara e o Senado. A ênfase dada pelo chefe do executivo ao tema foi muito positiva e pode contribuir para o consenso.

Destaco a fala do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, que defendeu uma solução para o problema da alta dos preços dos combustíveis, alertando que não se deve protelar indefinidamente o assunto e ignorar os efeitos de seus impactos negativos sobre a economia nacional e a sociedade brasileira. Sabemos que o aumento dos combustíveis gera aumentos em cascata, o que representa grande risco de retorno do monstro da inflação que prejudica de forma mais dura os trabalhadores assalariados. Daí, a importância desse alerta.

Já o presidente do Senado e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, focou na defesa da ciência, das vacinas e da democracia, neste ano eleitoral de 2022. E também criticou a disseminação de desinformação e fake news, salientando que o poder público tem a obrigação de proteger a população do nosso País.

Na qualidade de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Ministro Luiz Fux, em sua mensagem ao Congresso, disse que os relatórios entregues demonstram cabalmente que o Poder Judiciário se reinventou para continuar garantindo o acesso à Justiça e assegurando os direitos fundamentais da população afetada pela pandemia. Fux reiterou, ainda, o importante papel do STF como guardião da Constituição.

Foram pronunciamentos que, na minha avaliação, deram novo ânimo para todos os que estão comprometidos com os projetos que garantem importantes avanços para o Brasil.

A reabertura do ano legislativo aconteceu 40 dias após o recesso das sessões legislativas. Mas não houve recesso de trabalho. Durante esse período, continuei “gastando muita sola de sapato”, percorrendo o Estado de São Paulo. Ouvi um grande número de lideranças e tomei conhecimento de novos problemas sociais que precisam ser resolvidos, alguns com muita urgência.

Retorno, portanto, com meus pares, ao Congresso Nacional (que está atuando virtualmente) com disposição redobrada para continuar fazendo da minha atividade parlamentar, um dos caminhos para, juntos, construirmos um Brasil mais justo, com dignidade para a população. Este ano será atípico devido à corrida para as eleições de outubro. O brasileiro está atento ao trabalho de cada parlamentar e de cada candidato e espera, com todo direito, contar com um Congresso que atenda seus anseios.

Por Luiz Carlos Motta*

Contrato de Sérgio Moro com consultoria americana pode ser alvo da Receita Federal

Para especialista, Receita poderá questionar ex-ministro se entender que contratação como PJ foi feita com intenção de redução da carga tributária

Em uma entrevista recente, o ex-ministro Sérgio Moro explicou detalhes e mostrou as notas fiscais que foram utilizadas para receber seus rendimentos com o trabalho na consultoria Alvarez & Marsal, antes de se tornar presidenciável. Mas após essa exposição, Moro pode receber questionamentos da Receita Federal pela forma como recebeu seus rendimentos no período que atuou para a consultoria americana.
 

Tanto o ex-ministro como a consultoria alegam que fizeram tudo como manda a legislação brasileira, mas especialistas acreditam que o Fisco pode questionar o fato de parte do dinheiro ser recebida no Brasil, o que pode configurar benefício com redução de encargos das duas partes.
 

Segundo Caio Batista Teixeira Santos, advogado especialista em Direito Tributário do escritório Godke Advogados, o modo em que o ex-ministro Sérgio Moro recebeu seus rendimentos da consultoria Alvarez & Marçal se assemelha muito ao que chamamos de “Pejotização” nas relações empregatícias. “Ou seja, isso pode ser entendido pela Receita Federal do Brasil como um abuso da norma antielisão tributária, com o intuito de diminuição no recolhimento dos tributos”, aponta o especialista.
 

“Analisando as notas fiscais, existem indicativos de recolhimento de imposto no patamar de 19% dos valores brutos recebidos por Moro, quando na verdade, caso tivesse sido contratado como pessoa física, essa porcentagem aumentaria para 27,5%, além das contribuições para a Previdência Social, que seriam devidas pela consultoria”, reforça.

Para o especialista, caso a Receita Federal do Brasil entenda que a contratação de Moro como pessoa jurídica se deu exclusivamente com o intenção de redução da carga tributária, poderá questionar e até mesmo lavrar auto de infração contra o ex-ministro.

Fonte: Caio Batista Teixeira Santos, advogado especialista em Direito Tributário do escritório Godke Advogados.
 

Senado discute projeto que aumenta a carga tributária de produtos para saúde

Senado votará dia 15 próximo projeto de lei que extingue isenção de
PIS/COFINS para produtos para saúde e medicamentos. Medida significaria
aumento de sete pontos percentuais na tributação do setor, com grave impacto
no atendimento da população, inclusive no sistema público

Nesta última quinta-feira, 9 de dezembro, foi discutido o substitutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei 5.149/2020, de autoria da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que trata em sua origem da prorrogação da isenção do imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de automóveis por pessoas com deficiência e taxistas. Sob a relatoria do senador Romário de Souza Faria (PL-RJ), a matéria teve seu escopo expandido, passando a incluir pessoas com deficiência auditiva, fim do teto no valor dos veículos e extensão aos equipamentos necessários para sua adaptação.

Entretanto, na Câmara dos Deputados, após perder o prazo para inclusão de emendas na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2022, o projeto foi aprovado com o substitutivo do relator na casa, que incluiu dispositivo estranho ao texto inicial, o chamado jabuti, na linguagem parlamentar, que extingue isenções de PIS e COFINS para dispositivos e equipamentos médicos, além de medicamentos. Em discussão acirrada na tarde da última quinta-feira, a votação do PL foi adiada e continuará na sessão deliberativa do Senado na próxima quarta-feira dia 15.

“Apoiamos, é claro, a continuidade de benefícios para taxistas e portadores de necessidades especiais, inclusive a extensão aos deficientes auditivos, mas estamos muito preocupados com a matéria em função de como está sendo discutida a fonte de financiamento, e esperamos que os produtos para saúde não sejam impactados: nossa expectativa é que ainda possa prevalecer o bom senso e que a saúde do povo brasileiro seja priorizada”, pondera Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde (Abimed).

Para o dirigente, a alegada necessidade de definir fontes de financiamento não deve recair sobre um setor tão prioritário como a saúde, principalmente neste momento em que o País ainda segue lutando contra a pandemia, no qual é imprudente onerar os custos dos serviços médico-hospitalares, com impacto óbvio inclusive no sistema público.

“Está patente que a proposta vinda da Câmara dos Deputados embute uma desproporcionalidade entre o fim dos benefícios de PIS/COFINS para a saúde e a necessidade de recursos para financiar a renovação das isenções de IPI para aquisição de automóveis. Seria uma proporção de quase dois para um, o que não se justifica. Ademais, no Brasil, quase metade dos gastos com a saúde são públicos, o que significa que tributar o setor é, em larga medida, fazer o Estado cobrar mais de si mesmo e, assim, perder capacidade de prover maiores quantidade e qualidade de serviços de saúde à população”, diz o dirigente da Abimed.

O PL 5.159/2020 deve avançar, mas sem o aumento da carga tributária, mantendo tratamento diferenciado para dispositivos e equipamentos médicos e outros elos da saúde, no atendimento da população em diversas especialidades: “Devem ser evitados impactos no bolso dos pacientes e da população em geral, que são o elo mais importante dessa cadeia de valor”, argumenta Silveira, acrescentando: “Não há que se falar em extinção de isenções para nosso setor, até porque a carga tributária hoje existente, em média 27%, é uma das mais altas no mundo. Caso se eliminem as isenções aqui mencionadas, seria aumentada em sete pontos percentuais, conforme estudos realizados pela LCA Consultores”.

Para que se tenha uma ideia, um número expressivo de países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tem alíquota zero para o setor. Mesmo aqueles que aplicam tributos apresentam taxa média significativamente inferior à nossa. “Por isso, em função da gravidade de suas consequências na sustentabilidade do setor, esperamos que a matéria seja apreciada com cautela e que sejam mantidos e aprovados, os destaques apresentados”, conclui o presidente da Abimed.

Sefaz-SP transfere R$ 520 milhões no terceiro repasse de ICMS de novembro

Com o depósito realizado nesta terça-feira (23), o valor destinado aos municípios neste mês sobe para R$ 1,69 bilhão

A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) transfere, nesta terça-feira (23), R$ 520,57 milhões aos caixas dos 645 municípios paulistas. O depósito é referente ao montante de ICMS arrecadado entre 16 e 19 de novembro.

Os valores correspondem a 25% da arrecadação do imposto, que são distribuídos às administrações municipais com base na aplicação do Índice de Participação dos Municípios (IPM) definido para cada cidade.

Os municípios já haviam recebido R$ 1,17 bilhão nos repasses anteriores, realizados em 09/11 e em 17/11, relativos às arrecadações dos períodos de 1/11 a 5/11 e de 8/11 a 12/11. Com os depósitos efetuados hoje, o valor acumulado distribuído aos municípios em novembro sobe para R$ 1,69 bilhão.

Os depósitos semanais são realizados sempre até o segundo dia útil de cada semana, conforme prevê a Lei Complementar nº 63, de 11/01/1990. As consultas dos valores podem ser feitas neste link Acesso à Informação > Transferências de Recursos > Transferências Constitucionais a Municípios .

Nos primeiros dez meses de 2021, a Sefaz-SP depositou R$ 30,26 bilhões aos municípios.

Agenda Tributária

Os valores semanais transferidos aos municípios variam em função dos prazos de pagamento do imposto fixados no regulamento do ICMS. Dependendo do mês, pode haver até cinco datas de repasses. As variações desses depósitos oscilam conforme o calendário mensal, os prazos de recolhimento e o volume dos recursos arrecadados. A agenda de pagamentos está concentrada em até cinco períodos diferentes no mês, além de outros recolhimentos diários, como por exemplo, os relativos à liberação das operações com importações.

Índice de Participação dos Municípios

Os repasses aos municípios são liberados de acordo com os respectivos Índices de Participação dos Municípios, conforme determina a Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. Em seu artigo 158, inciso IV, está estabelecido que 25% do produto da arrecadação de ICMS pertencem aos municípios, e 25% do montante transferido pela União ao Estado, referente ao Fundo de Exportação (artigo 159, inciso II e § 3º).

Os índices de participação dos municípios são apurados anualmente (artigo 3°, da LC 63/1990), para aplicação no exercício seguinte, observando os critérios estabelecidos pela Lei Estadual nº 3.201, de 23/12/81, com alterações introduzidas pela Lei Estadual nº 8.510, de 29/12/93.