Estudo revela também quem é este jovem e quais são suas expectativas em relação à escola, ao ensino técnico e ao mercado profissional

O número de jovens que não estudam e não trabalham dispara aos 19 anos. Esse é um dos dados alarmantes revelados pelo estudo “O jovem CDE e a educação profissional”, realizado pelo Instituto Plano CDE e encomendado pelo Instituto Carlyle Brasil (ICB), iniciativa voluntária dos funcionários e apoiadores da Carlyle na América do Sul para auxiliar a educação no Brasil.

A pesquisa revela também que entre os principais motivos da evasão escolar estão necessidade de trabalhar, gravidez precoce e experiências negativas no ambiente acadêmico. Já a falta de preparo para a vida profissional é uma das justificativas para as dificuldades de inserção no mercado de trabalho.

“O mais impactante do estudo é notar a falta de clareza dos jovens sobre as suas possíveis trajetórias profissionais. Nem a escola nem os pais estão preparando-os para planejar um projeto de vida. Com isso, identificamos muitos jovens que, ao chegarem aos 19 anos, estão completamente perdidos em relação às suas potencialidades, preferências e opções disponíveis. Precisamos pensar em como oferecer mais oportunidades para estes jovens. Isso é urgente em nosso País”, reforça Maurício Prado, Diretor Executivo da Plano CDE, que realizou o estudo.

“Nosso objetivo é conhecer quem é este jovem e quais são os seus anseios em relação à escola, a preparação para o vestibular e para o mercado profissional. Queremos ampliar o debate e entender, sobretudo, o que pensam os jovens do ensino médio sobre o ensino profissionalizante. Estas informações, certamente, irão ajudar as organizações que trabalham com a educação profissional a conhecer melhor este público e a customizar ofertas mais aderentes às suas necessidades e aspirações”, completa Juan Carlos Félix, Presidente do ICB.

Nesse sentido, os jovens pleiteiam mais capacitação para o vestibular, treinamento para a utilização de tecnologias e orientação vocacional.  “Os jovens consideram a escola desorganizada, insegura e com aprendizagens não práticas ou úteis para a vida. Já o mercado sente falta de postura profissional, do jovem saber se expressar e ter conhecimentos básicos de português e matemática, por exemplo”, destaca Prado.

Para Fernanda Cruz Figueiredo, Diretora Executiva da AFESU, organização não governamental que contribuiu com a realização da pesquisa, além de oferecer complementação escolar e qualificação técnica de excelência, é importante proporcionar um ensino integral que permita ao jovem traçar seus propósitos de vida. “Ao longo dos nossos mais de 50 anos de atuação, nossos cursos e projetos apresentam excelentes resultados, principalmente porque a nossa metodologia pedagógica inclui atendimentos individuais, que nos permitem entender melhor os anseios de cada jovem, além de orientá-lo sobre suas possibilidades no mercado de trabalho e ajudá-lo a traçar metas para o futuro. Graças a essa iniciativa, conseguimos transformar muitas vidas, por meio da inclusão no mercado de trabalho”, afirma.

O estudo revela ainda que os cursos extracurriculares mais procurados pelos jovens são os que preparam para o mundo corporativo, no entanto, logística, violência e custos são entraves para a popularização do acesso. “O desejo, para a grande maioria, é o ENEM e chegar a uma faculdade. Quando perguntados sobre cursos de educação profissional, os jovens não têm clareza sobre as ofertas e o papel destes programas. Nesse cenário, os cursos profissionalizantes mais citados são Gastronomia, Administração e Informática”, explica o Diretor Executivo da Plano CDE. “No entanto, com exceção à Gastronomia, os jovens vêm se interessando por carreiras que acreditam ser demandadas pelo mercado e não por desejo ou habilidades pessoais”, lamenta o executivo.