“Todos nós queremos saber qual escolha nos trará mais segurança financeira, para tomar diferentes rumos em nossas vidas conforme a idade avança”, diz André Bona, Educador Financeiro do Blog de Valor.

Sendo preparada para votação no congresso nacional, após passar pela comissão especial do senado onde foi definido o seu texto principal, a Reforma da Previdência deixa em dúvida a população sobre onde é melhor investir para se aposentar. “Todos queremos saber qual escolha nos trará mais segurança financeira, para tomar diferentes rumos em nossas vidas conforme a idade avança”, diz o educador financeiro do Blog de Valor, André Bona. Dados do próprio governo confirmam um déficit de R$ 150 bilhões nos cofres federais por causa dos custos de aposentadoria, o que traz um certo desconforto sobre como será o futuro para quem pretende “pendurar as chuteiras”. A dúvida sobre como será a previdência do governo (INSS) atormenta a vida de todo trabalhador de carteira assinada.

André Bona alerta para que seja feita uma pergunta pessoal sobre o quanto será necessário receber, para o padrão de vida não ser afetado quando estiver na época de descansar. “É fundamental que o investidor tenha uma ideia do quanto precisará para manter os custos. Se optar por uma Social, ele deve saber que o valor do teto é um pouco acima de R$ 5 mil, tendo em vista que pouquíssimas pessoas recebem este montante.

Já alguém que investe na previdência privada, terá a sua rentabilidade de acordo com o que acumulou, podendo manter os custos pessoais ou até aumentar em pequena porcentagem. Neste caso o controle é muito maior”, diferencia Bona.

As duas modalidades apresentam benefícios próprios. O trabalhador que decidir pela Social terá alguns seguros, como o de acidente no trabalho, doença, em casos graves impossibilitando-o de trabalhar ao decorrer do tempo e para as mulheres, o seguro durante a gravidez. “Em todo o caso, se alguma dessas situações ocorrer, você estará segurado pelo governo federal, o que não ocorre nos planos de previdência privada”, diz Bona. Para quem optar pela previdência sem vínculos com o governo, os benefícios serão de acordo com o que foi acumulado durante os anos de investimento. Uma das facilidades que existem está na possibilidade de escolher a forma de receber o pagamento durante a aposentadoria, sendo possível o saque total do acumulado e pagamentos vitalícios mensais. “Essas opções não são elegíveis para os que optam apenas pelo INSS.

Os pagamentos mensais serão de acordo com a expectativa de vida de quem investe e do montante acumulado. É interessante esta opção, pois o beneficiário pode garantir uma renda vitalícia“, explica André Bona.

Para o saque de todo o capital existente na previdência, não há nenhuma restrição em ser aplicado em outros investimentos, podendo o previdenciário atuar no mercado financeiro. “Para um bom gestor de patrimônio pessoal é importante ter em mente todas as opções possíveis. Se o investidor decide retirar, ele pode investir no mercado financeiro, em renda fixa, moedas, ações, gerando mais rentabilidade do que tinha, ou começar aquele projeto que tanto quis enquanto estava trabalhando”, comenta Bona. A surpresa na recomendação do educador financeiro fica em não ter que escolher apenas uma das previdências e sim “jogar nos dois times”. Pela lei trabalhista brasileira, o empregador é obrigado a depositar uma parte do salário na previdência social, 11%, fato que não ocorre nos planos de previdência privada, que dependem 100% da iniciativa de cada um. “Daí o conceito de que esta modalidade é uma previdência complementar e não uma previdência substituta a previdência social.

A previdência governamental já é praticamente automática, independe da vontade do empregado. Ela por si só não garante qualquer responsabilidade financeiro pessoal do contribuinte para o seu futuro. Todos, independente da classe social, precisam entender que uma parcela do que ganham, entre 10% e 20% precisa ser guardada e bem investida. Se por um lado a previdência pública garante benefícios adicionais ao contribuinte, por outro, o envelhecimento da população cria problemas, pois o sistema atual se baseia na ideia de que trabalhadores ativos paguem as aposentadorias dos inativos, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Por isso, uma coisa é certa: de tempos em tempos os sistemas de aposentadoria ao redor do mundo continuarão sendo ajustados para compensar déficits gerados, o que significa que suas regras sempre podem e precisam ser revistas até que se encontre um equilíbrio financeiro para o sistema.

O que significa que cada indivíduo de tempo em tempo estará exposto à mudança de regras. Já na aposentadoria complementar, o benefício é fruto direto da capacidade de cada indivíduo de acumular durante a vida produtiva, então a conta individual sempre fecha. Portanto, quanto antes as pessoas entenderem que elas devem assumir as rédeas de suas vidas financeiras sem depender do governo, melhor”, finaliza André Bona.