Fabiano de Abreu desconstrói conceitos sobre a negatividade com base na neurociência
Para o neurofilósofo Fabiano de Abreu, a forma como nos colocamos perante a vida e aquilo que decidimos aprender e interiorizar irá refletir-se na carga positiva ou negativa da nossa vida. Tudo é uma questão de posicionamento.
“Muito se fala em pensamento negativo, que atraem “coisas ruins”. Já ouvi falar em energia, universo paralelo, até telepatia. Na realidade essas são informações com base num cognitivo pois as consequências são reais mas esses motivos populares não estão corretos”, refere Abreu.
Este tipo de condicionamento é muitas vezes discutido e desconstruído. Há quase uma universalidade de pensamento no que toca ao querer saber as razões da felicidade ou falta dela na nossa vida.
“Meus estudos sempre foram relacionados ao resultado da fórmula, no real motivo, na verdadeira razão e todas essas afirmativas populares estão erradas.
O pensamento negativo atrai coisas ruins devido a neuroplasticidade e um mecanismo de defesa para não mergulhar nessa atmosfera negativa, é o que chamo de neurofilosofia, ou seja, entender o cérebro para criar uma melhor filosofia de vida. “, explica o neurofilósofo.
A repetição, o processo instaurado da forma como decidimos viver estrutura e molda o nosso pensamento.
Como nos explica Fabiano de Abreu, “O que mais fazemos, molda o nosso cérebro. Se enxurrarmos nosso cérebro de negatividade, ele será moldado para uma atmosfera de negatividade. O tipo de pensamento e atividade a que mais nos expomos é o que molda o nosso cérebro e, por conseguinte, a nossa personalidade. Quando enchemos o nosso cérebro de negatividade, vemos o mundo e a vida de forma negativa. O que pensamos, fazemos e sentimos influenciam-se entre si. Armazenamos informações e criamos conexões de acordo com o comportamento. O que fazemos e dizemos influencia a forma como o nosso cérebro é moldado.”.
Desta forma, nós próprios e as nossas ações, somos agentes ativos naquilo que atraímos e buscamos.
“A pessoa pode criar uma atmosfera negativa em todas as suas nuances. Um exemplo, quando queremos comprar aquele modelo de carro, o vemos em todos os lugares, temos uma percepção diferente de antes de querê-lo. Isso acontece porque criamos uma atmosfera referente ao interesse em si, o carro, e passamos a reparar mais.”, refere.
Nós focamos a nossa atenção naquilo que queremos e, exatamente porque essa atenção se desdobra, tudo isso parece ter mais impacto e estar mais presente.
“É igual com a negatividade, quando vivemos uma vida de negatividade, filmes, leituras, informações negativas geram comportamentos negativos e essa negatividade vinda de todos os lados cria uma atmosfera pesada através de conexões cerebrais que resultam em uma ampla negatividade. A pessoa tem como resposta a negatividade dentro dessa atmosfera mesmo que o mundo exterior não esteja dentro da sua atmosfera. Pelo simples fato deles não estarem na mesma atmosfera, na mesma conexão e acontecem assim alguns fenômenos como: as conexões são distintas não havendo percepção, a conexão do outro não se interessa pela sua, a sua conexão não enxerga a do outro e, ações negativas refletem em rejeição natural à negatividade mantendo assim a conexão negativa. Vou explicar de maneira gráfica e animada; imagine dois campos de futebol, no campo do lado esquerdo, cada jogador que colocamos, é algo negativo em nossa vida. No campo direito, cada jogador é um pensamento ou ação positiva. Se enchemos o campo esquerdo de jogadores e no direito temos apenas alguns poucos, onde há mais interação? No campo dos jogadores negativos no lado esquerdo ou no campo dos jogadores positivos no lado direito? Ou seja, o lado esquerdo passará a ter uma maior interação negativa criando uma sociedade de atmosfera negativa na vida da pessoa. Por isso, se a atmosfera está negativa, precisamos mudar os hábitos ou essa atmosfera nos leva à tristeza e doenças como a depressão. Uma alimentação saudável para estimular a neuromodulação e a neuroplasticidade como o reforço das sinapses, são resultados da mudança de hábitos e ações que regulam a produção de hormônios neurotransmissores e é a melhor solução para um melhor bem estar”, conclui Abreu.