Com formato inédito, convênio tem como objetivo estudar a viabilidade técnica e econômica da energia renovável no campo; acordo foi assinado nesta quarta-feira (19), em Medianeira

Na próxima semana começam as atividades práticas do projeto de implantação de unidades de geração distribuída de energia elétrica a partir de módulos solares em propriedades rurais no oeste do Paraná. A proposta é fruto de parceria entre Itaipu Binacional, Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), Sebrae/PR, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Sistema Ocepar e cooperativas Lar, C. Vale e Copacol, instituições que assinaram convênio para atuação no projeto neta quarta-feira (19), na sede da Lar, em Medianeira.

O superintendente de Energias Renováveis de Itaipu Binacional, Herlon de Almeida, explica que a iniciativa surgiu a partir de demandas das quatro Câmaras Técnicas de Proteína Animal do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), partindo de provocação da Ocepar em busca de respostas sobre a viabilidade e eficiência desse tipo de energia renovável no meio rural. “A ideia é instalar os sistemas de módulos solares em três propriedades rurais e monitorar o desempenho por um período de três anos. Acreditamos que, ao final, teremos as respostas que desejamos”, projeta.

José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, afirma que o projeto é uma resposta à altura da provocação feita no decorrer das ações do POD. “A região oeste é o lugar certo para começar esse estudo, pois conta com um grupo alinhado de instituições que fazem parte de um projeto maior, que é o Oeste em Desenvolvimento. Tenho recebido perguntas sobre o que tem sido feito na região para chegarem aonde estão e, esses projetos, são uma resposta. As três cooperativas que darão o empuxo para essa pesquisa também serão exemplos pioneiros”, destaca.

De acordo com a consultora do Sebrae/PR, Danieli Doneda, não há estudos que indiquem essas respostas para o meio rural no Brasil, da forma com que as cadeias de proteína animal precisam para avaliar o uso da energia solar fotovoltaica em propriedades. “Portanto, é um projeto inédito, que pretende ser referência e gerar respostas sobre a viabilidade técnica e econômica do sistema, bem como investimento e tempo de retorno, qualidade da geração distribuída e, ainda, medir a eficiência de diferentes painéis fotovoltaicos existentes no mercado”, indica.

Anfitrião da reunião de assinatura do convênio para execução do projeto, o diretor-presidente da Lar Irineo da Costa Rodrigues acredita que é um dos papeis das cooperativas, encontrar caminhos para o desenvolvimento dos associados. “A região deu um salto nos últimos anos e, ao contrário de empresas privadas que atuam no mesmo setor, as cooperativas sustentaram esse crescimento. Nosso foco são as pessoas. Queremos ver, ao final de cada projeto, que houve melhoria na qualidade de vida do produtor rural. Aderimos ao projeto, pois acreditamos que vai dar certo e ser modelo”, opina.

Funcionamento
Cada instituição tem papeis definidos no projeto. Itaipu, Sebrae/PR e Ocepar estão à frente da gestão do convênio, cada qual dentro de seus focos de atuação; PUCRS e PTI na operacionalização técnica dos sistemas de módulos de energia solar fotovoltaica; e as cooperativas, integrantes primordiais para a prática do processo, indicarão as três propriedades associadas para a instalação, farão o acompanhamento dos sistemas e disseminação do projeto com os demais associados.

Conforme Adriano Moehlecke, coordenador do Núcleo de Tecnologia em Energia Solar da PUCRS (NT-Solar), os módulos fotovoltaicos serão instalados nas propriedades a fim de converter energia solar em energia elétrica. “Isso é possível desde 2012, com a Resolução Normativa nº 482, que criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Entretanto, não se têm uma padronização para a implantação do sistema em meio rural. Por isso, a importância do projeto”, enfatiza.

A proposta é encontrar a melhor forma de uso dos módulos fotovoltaicos nas propriedades, monitorando e avaliando os resultados nestes três anos do projeto, complementa Moehlecke. “Vamos chamar o sistema de Agrosolar e buscar criar uma padronização para o uso com base nos resultados práticos”, observa.