Com o avanço da tecnologia e o crescente número de usuários de computadores, smart tvs, celulares entre outros, a quantidade de informações que circulam pelo mundo é imensurável. Se você já é um profissional da área e atua no segmento de segurança de dados, lida diariamente com incidentes de segurança.
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Muitas vezes uma pequena falha não causa pânico. Porém, os grandes ciberataques podem ser responsáveis por grandes perdas, roubo e até bloqueio de dados. Caso isso aconteça todos os membros da equipe saberão o que fazer? Qual plano deve ser seguido e a responsabilidade de cada um nesta ocasião? Se não houver um planejamento, não haverá garantia que a resposta da equipe será a mais adequada. Um bom plano de ações define como identificar, conter e gerenciar estas ocorrências.
“As empresas precisam entender que a implementação de uma segurança de dados mais completa não pode ser considerada como gasto e sim como investimento”, analisa David Tudino, diretor de serviços gerenciados de segurança. “De uma forma geral, a resposta a incidentes é primordial para as empresas, afinal milhares de ataques acontecem por minuto, durante 24 horas, sem descanso”, completa Tudino.
Atualmente muitas empresas tem mudado o seu mindset em relação à forma da proteção de suas informações. Elas têm trabalhado, principalmente, com três pilares que são: tecnologia, pessoas e processos muito bem definidos, tanto para evitar como para fazer a contenção e reparação do dano causado.
No caso do material humano, ter um profissional capacitado na empresa não é tudo. É necessária a preparação e conscientização de todos os usuários, para que a proteção seja realmente eficaz. Educar para que não cliquem em qualquer link, não abrir e-mails suspeitos, além de não repassar qualquer tipo de informação, por mais irrelevante que ela pareça.
Na tecnologia, dois pontos devem ser observados com mais atenção, são eles User Behavior e Machine Learning. No primeiro caso, devemos olhar com mais cuidado os hábitos e costumes dos usuários e ficar atentos quando algo de diferente do habitual aconteça, para que a resposta seja rápida e certeira, afim de coibir algum dano. Já em Machine Learning a máquina vai se alimentando de informações que acontecem no dia-a-dia, fazemos isso sem perceber. Os dados são passados de forma automática pelos smartfones, relógios, mídias sociais, sites e até as casas inteligentes que começam a surgir.
As empresas e nós, usuários de TI, não prestamos atenção nos IOTs (Internet das Coisas). Hoje praticamente tudo se comunica com a internet, e acabamos passando informações confidenciais sem o mínimo de proteção. Quem nunca utilizou o IFood, Uber, Mercado Livre? “Cada vez mais colocamos o número de nosso cartão de crédito em aplicativos, sem saber se este ambiente é realmente seguro”, lamenta.
No caso dos processos, a empresa precisa conhecer seus pontos fracos e vulneráveis, para que possa ser feito um trabalho de prevenção e proteção. “Quando o cliente compra um produto de segurança, ele acredita que seus problemas já estão resolvidos, e na verdade não é bem assim”, explica. Existem empresas especializadas no mercado responsáveis por fazer uma análise de toda a arquitetura do cliente no que tange a área de segurança, para sugerir a melhor alternativa para o cliente, além da realização de inúmeros testes, como os de intrusão (pentest), que simulam um ataque de uma fonte maliciosa para avaliarem o nível de vulnerabilidade da rede.
Os testes vão trazer respostas claras a perguntas como: realmente minha empresa está protegido?, será que não seria melhor aumentar os níveis de segurança (camadas)?, se eu fosse o invasor como eu tentaria entrar na minha empresa? Se uma das respostas for positiva é necessário verificar a vulnerabilidade do ambiente e realizar análise do ambiente.
Outro erro muito comum das empresas é deixar senhas padrões em seus dispositivos. Ao adquirir um produto ou serviço, ela vem com a senha padrão, e as empresas não fazem a alteração. Isso facilita a ação de pessoas mal intencionadas. Vale ressaltar aqui a importância de se manter os sistemas atualizados, senhas fortes, ter um segundo fator de autenticação, além é claro, de nunca passar informações para desconhecidos.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entrará em vigor em agosto de 2020, tem como principal objetivo reduzir a exposição de nossos dados, inclusive financeiros, a todo tipo de criminoso, deixando as companhias sujeitas a multas pesadas em caso de irregularidades. O texto define que apenas informações necessárias para a prestação de serviços poderão ser coletadas e proíbe, sem autorização do cliente, o compartilhamento e a venda de dados como nome, e-mail, idade e sexo. Além disso, as informações deverão ser apagadas após o fim da relação entre empresa e consumidor. A multa pelo descumprimento das normas pode chegar a 2% do faturamento anual, contanto que não ultrapasse o teto de R$ 50 milhões, estabelecido pela lei.
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