O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal em Curitiba, encaminhou à Polícia Federal (PF) depoimento prestado pelo advogado Rodrigo Tacla Duran nesta terça-feira (9). Appio enviou o caso aos policiais federais por considerar graves os fatos relatados por Tacla Duran.
“Diante da imensa gravidade dos fatos supostamente criminosos noticiados na audiência da tarde de hoje [ontem, terça-feira] pela testemunha Rodrigo Tacla Duran, encaminhe-se cópia da presente audiência para o Sr. Superintendente da Polícia Federal do Paraná para as providências que julga cabíveis”, diz despacho do juiz.
Notícias relacionadas:
Desembargador do caso Tacla Duran pede afastamento da Lava Jato.CNJ abre processo contra desembargador do caso Tacla Duran.Justiça restabelece mandado de prisão contra Tacla Duran .Duran foi ouvido na condição de testemunha em denúncia contra o ex-presidente do Equador Jorge Glas.
No depoimento ao juiz Appio, o advogado, que atuou para empreiteiras como a Odebrecht, relatou existir um esquema de “proteção” a doleiros, a partir do pagamento de uma taxa ou “mesada”. Com o pagamento recorrente da taxa, não haveria “persecução penal” desses doleiros pelos procuradores da Lava Jato. Segundo ele, quem não pagava a propina era denunciado e sofria ameaças para delatar. Ele cita o doleiro Wu Yu-Sheng e o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
Tacla Duran é réu em um dos processos da Lava Jato.
Em março, durante audiência com o juiz Eduardo Appio, o advogado disse que foi alvo de perseguição por não aceitar ser extorquido durante o processo em que é réu.
Duran disse que foi procurado por uma pessoa que atuou como cabo eleitoral da campanha do então candidato ao Senado Sergio Moro e um advogado ligado à esposa dele, Rosangela Moro, que teria oferecido um acordo de delação premiada durante as investigações.
A partir das menções, Appio decidiu enviar o caso ao Supremo, tribunal responsável pela análise de questões envolvendo parlamentares com foro privilegiado.
Após a divulgação do depoimento, o senador Moro disse que não teme qualquer investigação: “Desde 2017 [Tacla Duran] faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou”.
A Agência Brasil tenta conseguir contato com o doleiro Wu Yu-Sheng e o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
Fonte Agência Brasil – Read More