A Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Lumiar, realiza até o próximo domingo (7) a 11ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ BH), no Minascentro. O tema desta edição é Quadrinhos e o mundo do trabalho. A programação é gratuita e oferece atividades para jovens, adultos, crianças e profissionais do setor.

Cerca de 350 quadrinistas, entre nacionais e estrangeiros, estão expondo e autografando trabalhos, participando de oficinas e debates. A secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras, disse que o evento está mobilizando, no total, 800 profissionais do setor, entre artistas, realizadores, editoras, técnicos da área cultural de outros setores. “Movimentando uma cadeia produtiva muito rica e muito potente”. Na avaliação da secretária, esta edição do FIQ BH está mostrando a potência do setor.

Desdobramentos

De acordo com a secretária, o FIQ BH é o principal marco da política pública para o segmento de quadrinhos. O evento é bienal e constitui um dos grandes marcos dessa atividade, disse, acrescentando que a intenção do governo municipal é desenvolver uma programação, “seja na área da formação, da reflexão ou da própria difusão dos quadrinhos, que permaneça no período entre as duas edições desse marco, que é o festival. Que a gente consiga oferecer essa programação de maneira orgânica também”.

De acordo com a secretária o FIQ BH é muito importante porque dele resultam muitos desdobramentos, inclusive em termos de parcerias, além de apresentar um panorama nacional e internacional dos quadrinhos. “A ideia é que essa política pública seja estendida, e até a próxima edição tenha essas atividades mais espaçadas, como desdobramento dos conteúdos que foram produzidos no FIQ BH”, disse.

O próximo festival está programado para acontecer em 2024. “Já são 22 anos acontecendo de maneira interrupta, e é hoje uma política pública estabelecida que se desdobra em ações nos nossos centros culturais, museus, e também em parceria com realizadores”.

A programação extensa e gratuita reafirma a relevância do FIQ BH como o maior evento latino-americano dedicado ao gênero. Há oficinas, exposições, sessões de filmes, mesas de artistas, feira de quadrinhos, debates, sessões de autógrafos, duelos de HQs, rodadas de negócios, entre outras atividades, durante os 5 dias de festival. A programação completa pode ser acessada no site do festival.

Este ano, 189 mesas compõem a feira de quadrinhos, com exposição e venda de publicações e produtos de quadrinistas de todo o Brasil.

Homenagem

O artista homenageado desta edição é o quadrinista, ilustrador e professor paulistano Marcelo D’Salete. Aos 42 anos de idade e com quase 20 anos de carreira, ele é um dos autores de quadrinhos mais premiados no Brasil, tendo ganhado um dos mais importantes prêmios de quadrinhos do mundo, o Eisner, de melhor edição americana de material estrangeiro, em 2018, com a edição norte-americana de Cumbe. No mesmo ano, Marcelo D’Salete levou também o Prêmio Jabuti com Angola Janga, na categoria Histórias em Quadrinhos.

Convidados

Na 11ª FIQ BH, os convidados internacionais são os franceses Chloé Cruchaudet e Fabien Toulmé. Chloé nasceu em Lyon e, depois de estudar arquitetura e artes gráficas, frequentou a escola de animação Gobelins. Isso fez com que ela desenvolvesse seu gosto pelo desenho e trouxe uma abordagem cinematográfica para seu trabalho. Sua produção é inspirada em livros históricos ou autobiografias. Ela participa da mesa Quadrinhos e transmídia: animação e outro registros, hoje (4), às 18h, e recebe o público para o bate-papo Conversa em quadrinhos: ficção histórica, no sábado (6), às 13h30.

Já Fabien Toulmé tem publicações no Brasil que são sucesso pelo mundo afora. Ele participa do bate-papo Conversa em quadrinhos: as narrativas intimistas, também no dia 6, às 15h.

Cinema

Entre as atividades desta edição, o FIQ BH apresenta ainda a mostra de cinema que traz obras focadas tanto na temática geral do evento quanto na interseção dos quadrinhos com o mundo da animação. Serão seis filmes exibidos no Cine Santa Teresa, gratuitamente: Culottées, de Mai Nguyen et Charlotte Cambon De La Valette; Wood & Stock, de Otto Guerra; Aya de Yopougon, de Marguerite Abouet e Clément Oubrerie; Um homem está morto, de Olivier Cossu; Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, o Filme, de Steve Martino; Playlist, de Nine Antico.

Além da exposição Malungo D’Salete: Entre faróis, favelas e quilombos, do homenageado do FIQ BH 2022, as artes visuais estão representadas também com a exposição Gemini, história em quadrinhos, de Rogi Silva e Clémence Bourdaud, que parte do diálogo entre linguagens, artistas e culturas. A mostra está em cartaz na Casa Fiat de Cultura e poderá ser vista presencialmente até o dia 14.

Fonte Agência Brasil – Read More