Evento em SP relembra Víctor Jara, cantor morto pela ditadura chilena

“Por alguma profunda razão, as canções feitas pelo povo se tornam perigosas para o poder autoritário”. É assim que a cantora chilena Cecília Concha Laborde relembra as razões pelas quais o cantor e militante Víctor Jara foi morto pela ditadura chilena em 1973, apenas alguns dias após o golpe militar de Augusto Pinochet, que ficou no poder até 1990. Cecília é uma das artistas que se apresenta neste sábado (30) no Galpão do Armazém do Campo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na 6ª edição brasileira do evento Mil Guitarras para Víctor Jara.

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Ela também cita Violeta Parra, Dércio Marques, Alí Primera, como cantores representantes da Nova Canção, movimento musical que surgiu na década de 1960, no contexto de governos autoritários, e que fazia denúncia social, incorporando elementos do folclore latino-americano.

“Eu não canto por cantar, nem por ter uma voz bonita. Canto porque o violão tem sentido e razão”, diz os versos da canção Manifesto, de Víctor Jara.

Te Recuerdo Amanda é uma das composições mais conhecidas de Jara, tendo sido gravada, entre outros, por Mercedes Sosa e o brasileiro Ivan Lins.

Víctor Jara, assassinado pela ditadura chilena em 1973, Camila Maciel/Agência Brasil

O evento em São Paulo é organizado pela rede Dandô, Circuito de Música Dércio Marques, que reúne músicos de diferentes lugares do Brasil e promove encontros, trocas e reflexões por meio da música e outras expressões artísticas. Katya Teixeira, integrante da rede e organizadora da homenagem a Víctor Jara, destaca o compromisso em comunicar o que se passa no “ambiente social do nosso tempo”. “Com a música, a mensagem chega mais fácil. É uma ferramenta muito potente, a gente entende ainda mais no momento que a gente sente.”

Cecília também destaca a importância de que mensagens de resistência e luta permaneçam atuais, especialmente entre os mais jovens. “Apesar desses 50 anos, são ideias que seguem vigentes, sobretudo pelo recrudescimento de ideias fascistas, discriminatórias. Não podemos dar como dados valores como direitos humanos, diversidade, liberdade, é uma luta perm

anente”, defende a cantora chilena.

Fonte Agência Brasil – Read More