Segundo a Aneel, até 2024 Brasil poderá ter 1,2 milhão de consumidores geradores de energia
São Bernardo do Campo, outubro de 2017 – A energia fotovoltaica continua avançando no país e o número de conexões instaladas continua crescendo de acordo com os dados que vem sendo divulgados pela Aneel. Em junho do ano passado, o país registrava quatro mil conexões e atualmente este número está próximo de 15 mil instalações, representando um aumento de 300%. Para Aneel, se a taxa de crescimento continuar com a mesma velocidade, a expectativa é que até 2024 o Brasil alcance 4,5 GW (Giga Watt) da capacidade de energia instalada. O setor segue acirrado devido às diversas movimentações que estão ocorrendo, especificamente os leilões de energia.
Os leilões públicos ainda são a principal forma de contratação on-grid (conectado à rede) de energia no Brasil e é a Aneel a responsável por sua realização. Quem tem a menor tarifa geralmente vence, visando a eficiência na contratação de energia. Por enquanto foram realizados por volta de dois leilões de energia solar seguindo os mesmos padrões dos leilões de energia convencionais.
Na primeira ocasião, em outubro de 2014 contratou-se 1 GW, que foi injetado na rede elétrica do país a partir deste ano. No segundo, em agosto de 2015, também foi comercializada, praticamente, a mesma quantidade de energia. A expectativa segundo o Ministério de Minas e Energia (MME) é que até o final de 2017 ocorra mais dois leilões de energias renováveis. Atualmente a energia solar fotovoltaica representa 0,2% da matriz energética brasileira e a expectativa é que até o final do ano ultrapasse 1 GW de capacidade.
O sistema on-grid é mais comum no Brasil e tende a ser mais rentável para o consumidor. O sistema conectado à rede funciona como um armazenamento de energia, pois quando há produção de energia excedente a mesma retorna a rede e é revertida em créditos que podem ser utilizados em até 60 meses para abatimento de valores futuros. Já o sistema off-grid (fora da rede) é mais comuns em locais com pouco ou nenhum acesso à energia elétrica pública, e também em veículos que necessitam de energia (moto home). O sistema consiste no uso de baterias para armazenagem de energia.
Dificuldade do setor
Apesar do país apresentar grande potencial para este tipo de energia, ele ainda segue engatinhando. De acordo com o especialista e vendedor técnico Denilson Tinim da multinacional austríaca Fronius, “ o Brasil é um país rico em bases hídricas, diferente de outros países da Europa. Por este motivo, as hidrelétricas são bem exploradas ainda” explica. Outro fator que dificulta é a falta incentivo do governo ao uso de energias alternativas e o aprimoramento do conhecimento geral de toda a população dos benefícios da utilização de energia renovável
Segundo Tinim, o investimento em energia solar depende do tamanho do projeto e a quantidade de energia que será gerada “trata-se de um investimento em que o consumidor será ressarcido entre cinco e sete anos, na maioria dos casos, e o sistemas com os inversores tem vida útil estimada em 25 anos. Além disso, a economia de energiaelétrica é muito grande. Na ponta do lápis, os rendimentos são maiores do que investir o dinheiro em uma conta poupança. ”
Apesar das dificuldades, já existem diferentes tipos de financiamentos em bancos privados e algumas linhas de créditos especiais para energia solar fotovoltaica. “Um dos deles é o PRONAF, criado para pequenos agricultores, que pode financiar sistemas fotovoltaicos de até R$ 300 mil, com uma taxa anual entre 2,5% a 5,5% anuais, o agricultor só começa a pagar após 36 meses da aquisição do crédito” esclarece Denilson.
Energia alternativa pode ser essencial
O Brasil tem muito potencial para ser um dos maiores produtores de energia solar do mundo, inclusive pode estar entre uma das principais fontes de energia do país, entre outras renováveis. “A Fronius tem investido na ideia de mundo sustentável e acredita num mundo totalmente abastecido 100% por energias renováveis” complementa Tinim.