Egresso do varejo tradicional, Odilon Santana Neto comandou as Óticas Carol durante 15 anos, até o grupo ser vendido para um fundo de investimento estrangeiro, em 2012. Ansioso por voltar ao segmento, o empresário decidiu experimentar o mundo virtual em 2015 ao conhecer a QÓculos (www.qoculos.com.br), ótica online que aposta em atendimento de qualidade para fisgar os consumidores. A parceria deu certo: em 2016, a empresa dobrou de tamanho e se prepara para investir em um filão pouco explorado pelo e-commerce brasileiro: os óculos de grau.

“Para mim, foi um passo importante: a novidade casou com minha constante busca por inovação”, diz Neto, que se juntou a Rafael Galdino à frente da QÓculos. Galdino fundou o e-commerce em 2013, quando deixou o mercado financeiro para se aventurar no empreendedorismo. Para tanto, procurou no exterior boas ideias que ainda não haviam sido implementados com sucesso no Brasil.

“Sempre fui atraído pelo varejo”, conta Galdino, economista de formação. “Então quando decidi por um e-commerce, tinha consciência de que, apesar da diferença do suporte prestado, era necessário dar atenção especial aos aspectos logísticos e de atendimento ao cliente”, explica.

Com o know-how acumulado, Neto e Galdino lançaram uma marca própria da QÓculos: a Hip7. O próximo passo é popularizar a venda online de óculos de grau, uma vez que, hoje, os solares são responsáveis por 95% das vendas no site. Para isso, aprimoraram a plataforma que orienta os clientes na escolha do produto certo para o problema na visão. “As variáveis aumentam muito, é preciso saber escolher o tipo de lente, por exemplo”, diz Galdino. Além disso, há uma solução que utiliza a webcam ou câmera do celular para medir o DNP (distância naso-pupilar) dos consumidores, essencial para melhor adaptação às lentes.

Para o futuro, a dupla tem a expectativa de repetir as mesmas taxas de crescimento, ou seja, dobrar de faturamento a cada ano. Com mais de 45 mil clientes e um índice de recorrência de 40%, os empreendedores acreditam que o caminho para atingir essa meta passa por uma mudança nos hábitos dos brasileiros: “Queremos que os óculos de grau passem a ser vistos não como uma necessidade, mas sim como um acessório de moda, ou seja, o ideal é ter vários modelos”, prevê Neto.