Pedro Roncato, sócio-fundador da Roncato Advogados, diz que os empresários precisam usar a lei a seu favor e buscar todas as possibilidades para evitar ou diminuir prejuízos nos negócios
O cenário de crise que o Brasil atravessa em 2016 obrigou muitas empresas a buscarem soluções para não quebrar. Uma das saídas foi procurar orientação jurídica para evitar ações trabalhistas, lidar com a inadimplência, administrar passivo tributário, recuperar impostos e outras medidas que impactam na saúde financeira do empreendimento.
O advogado Pedro Roncato, sócio-fundador da Roncato Advogados, indica que 2017 não deve ser diferente. Roncato avalia que a turbulência interna e externa devem persistir no próximo ano. O cenário, segundo ele, justifica o fato de muitos estarem fazendo previsões para 2017, mas evitando falar de 2018.
“Não posso orientar o cliente de que 2018 vai ser melhor. A estimativa é de que o País deve ter um déficit nas contas de 140 bilhões no próximo ano. Por isso, ninguém se atreve a fazer previsões para o biênio. Temos o atual cenário interno e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Precisamos esperar para saber o que vai acontecer, já que qualquer decisão lá tende a afetar o Brasil”, projeta.
Com mais de 40 anos de experiência na área do Direito Empresarial, o advogado comenta que o período atual deve servir de lição para o futuro. Pedro Roncato analisa que o principal legado dos momentos de crise é que as empresas devem se manter atentas no que se refere a gestão.
“O empresário não pode deixar o problema se agravar. Ao primeiro sinal de complicação, a dica é procurar uma orientação jurídica. É preciso abrir os livros fiscais, fazer um levantamento completo para descobrir o que está errado, vasculhar tudo e ver tudo que foi pago. O objetivo é encontrar porque está inadimplente, porque vai ficar”, recomenda.
Roncato explica que, ao longo do ano, a banca de advogados buscou oferecer serviços preventivos aos clientes. Ele argumenta que o objetivo no atual cenário é fazer a empresa usar os diplomas legais a seu favor e buscar todas as possibilidades para evitar ou diminuir prejuízos.
“A nossa atuação foi trabalhar na prevenção para garantir menos custos para as empresas. Contornar ações trabalhistas, propor acordos e antecipar causas que podem levar a empresa a ficar inadimplente, dar um tratamento administrativo ou judicial para cada caso. Identificar onde o empresário pode ter o maior problema com tributos. Assim, a orientação básica é: não fique inadimplente com o Estado”, aponta.
Pedro Roncato cita ainda a necessidade de as empresas buscarem a revisão de contratos. Ele aponta o tema como uma referência para 2017.
“Dentro do trabalho preventivo voltado para a redução de custos nas empresas está a auditoria das contas. As empresas se acomodam com fornecedores e vão renovando a prestação de serviços automaticamente. O procedimento precisa ser revisto para saber se segue vantajoso. A gestão, para ser eficiente, precisa ser completa. A prestação de serviços precisa funcionar e também ter um valor compatível com o mercado. Não pode ter preços desatualizados e fora do cenário”, analisa.