O porta-voz Fernando Barrueco afirma que o anúncio da Libra é um avanço gigantesco; segundo ele, as empresas vão começar a olhar com mais interesse para as vantagens de se relacionar com seus públicos sem intermediários
Para o diretor da Bomesp (Bolsa de Moedas Virtuais Empresariais de São Paulo) Fernando Barrueco a criação da Libra, criptomoeda do Facebook anunciada oficialmente nesta terça-feira, 18, vai acelerar a disrupção da economia, fortalecendo o elo de confiança entre empresas e seus consumidores. “É um avanço gigantesco para uma economia distributiva no cenário atual.
Afinal, em um curto espaço de tempo este novo criptoativo será a porta de entrada para 2,6 bilhões de pessoas no mundo — e cerca de 130 milhões de brasileiros — ingressarem imediatamente no mundo do dinheiro digital”, diz Barrueco.
Segundo ele, ao oferecer um meio de pagamento inclusivo, que incorpora os desbancarizados e elimina intermediários para operações financeiras, sem oscilações bruscas em seu sistema, a iniciativa do Facebook vai encorajar outras empresas a investirem também em suas próprias criptomoedas. “Teremos aí um mainstream, um movimento que vai ecoar em todas as demais companhias, que, mais dia ou menos dia, irão se abrir para projetos semelhantes”, afirma Barrueco. “A partir de agora, as empresas como um todo tendem a descobrir as vantagens de se relacionar com seus públicos sem intermediários.”
“A entrada de uma stablecoin, baseada na cadeia econômica de produtos e serviços, é o que defendemos desde o início das operações da Bomesp”, diz ele, referindo-se ao lançamento da Bolsa de Moedas Virtuais Empresariais do Estado de São Paulo no mercado global, em 2017, com o lançamento da Niobiun Coin (NBC). “Nós sempre dissemos que o desenvolvimento de uma economia distributiva não viria com a ascensão do bitcoin, mas com as stablecoins, atrelada a uma moeda estável, portanto não sujeita a volatilidade, agilizando assim pagamentos e trocas”, reforça ele.
“Como consequência, vamos ver mesmo empresas bastante conservadoras passando a entender o blockchain como uma tecnologia segura”, comemora o especialista, que participou do Marco Civil da Internet no Brasil.
O especialista acrescenta que um dos impactos mais importantes, a seu ver, é o empoderamento das pessoas. “Isso ocorre porque, com a entrada das empresas no Blockchain, ocorre a retirada de intermediários, que encarecem todo o sistema financeiro global.
Ao passo que, quando as pessoas assumem o protagonismo frente a seus próprios recursos, com a democratização das formas de pagamento e de troca, elas passam a ter acesso a esse mundo financeiro de forma mais facilitada. Enfim, todos ganham”, avalia ele.
Ele ressalta ainda que, com a Libra, a empresa de Mark Zuckerberg inaugura um novo modelo de negócios, voltado agora prioritariamente para o mercado financeiro. “Para garantir a estabilidade da Libra, ela terá lastro em moedas fiduciárias, como dólar, evitando, com isso, oscilações bruscas”, explica.
“É a segurança que faltava para os empresários, que se afastaram das criptomoedas, pelo receio da volatilidade puxada pelo bitcoin no ano passado, como adoção como forma de pagamento de seus produtos e serviços”, diz ele. “Mas todos vão fazê-lo de forma mais madura e consciente, agora com mais conhecimento”, explica.
A proposta do Facebook foi apresentada como “uma moeda global simples” numa “estrutura financeira que empodera bilhões de pessoas”. Para isso, contará com wallet própria, a Calibra, levando tecnologia blockchain para dentro do Whatsapp, do Messenger e de um aplicativo exclusivo em parceria com um grupo de gigantes como Paypal, MasterdCard, Visa, Uber entre outras, em uma rede organizada através da Libra Association, sem fins lucrativos, com lastro de 1 bilhão de dólares.
De acordo com Barrueco, a Libra se baseia em filosofia e objetivos semelhantes aos da Bomesp e sua moeda de referência, o Niobium Coin (NBC). “A Libra tem tudo para ser um divisor de águas e seus efeitos já se fazem sentir”, completa.
Criptoativos saiba mais clique aqui