Roadsec SP17, maior festival de cultura hacker da América Latina, volta a São Paulo para sua quarta edição, que terá a maior infraestrutura e programação da sua história. Serão quase 24 horas de atividades focadas em promover a troca de conhecimento entre hackers brasileiros e os maiores especialistas do mundo, e desmistificar essa figura tão controversa.
O evento receberá mais de 30 palestras, com as principais novidades desse universo divididas em 5 trilhas: Segurança, Hacking, Tecnologia, Comunidades e Carreira). A figura central do dia será John Draper, o Capitão Crunch, uma das figuras mais icônicas do universo hacker, e Amal Graafstra, o inventor do Biochip que, além de apresentar uma palestra instigante, implantará a tecnologia em 100 participantes do evento, criando a primeira centena de “Hackers Ciborgues” do país.
Hackaflag
Pela primeira vez, o maior campeonato de invasão de sistemas da América Latina será disputado em duas categorias: individual e em grupos. Na primeira, os 18 campeões estaduais eleitos ao longo do ano disputarão a final nacional para levar uma viagem para Las Vegas e participar da DefCon, a maior conferência hacker do mundo.
Nesta segunda edição do Hackaflag, um formato inédito será inaugurado. Times de hackers formarão as equipes de ataque e equipes profissionais de Segurança da Informação de grandes empresas e órgãos governamentais farão o papel da defesa.
Música e cultura
Além da troca de conhecimento, o Roadsec propõe uma imersão na cultura hacker. Para essa edição, o evento trará o dois maiores expoentes do NerdCore (uma espécie de Hip Hop Hacker): Dual Core e YTCracker, que serão acompanhados de DJs e de shows especiais com as bandas Raimundos e Matanza. Em paralelo, um galpão de atividades repleto de inovação, como ringue de batalha de robôs, pilotagem de drones e realidade virtual vai saciar a curiosidade de quem gosta de colocar a mão na massa.
O Roadsec
O Roadsec é um evento itinerante que em 2017 passou por 18 capitais pelo Brasil, recebendo mais de 15 000 participantes. Durante as edições estaduais, o evento apresenta um formato que se divide em três partes: 1 Palestras com as descobertas e novas técnicas apresentadas por especialistas locais e de todo o Brasil; 2 – Atividades que promovem o aprendizado interativo, com o uso de drones, robótica e realidade virtual; 3 – Etapas regionais do Hackaflag, o campeonato de invasão de sistemas que elege os melhores hackers do ano naquela localidade e o traz para São Paulo para a final nacional.
O Capitão Crunch
John Draper foi o precursor do conceito phreaker (phone hackers) ao conseguir fazer ligações gratuitas utilizando um apito de plástico que vinha de brinde em uma caixa de cereal, que reproduzia fielmente o tom de 2600 Hz, usado para acessar diretamente o satélite nas chamadas de longa distância. Assim era possível fazer as chamadas sem pagar pela ligação. Com isto, Draper obrigou os EUA a trocar a sinalização de controle nos seus sistemas de telefonia.
Draper foi preso por fraude em 1972 e condenado a cinco anos de prisão. Em meados dos anos 1970, ele ensinou suas habilidades de phone phreaking a dois jovens, Steve Jobs e Steve Wozniak, que mais tarde fundaram a Apple Computer. Em uma entrevista em 1995, Jobs declarou que uma blue box, hardware de fraude telefônica que usava a técnica de John Draper, foi de fato o primeiro produto da empresa, antes mesmo do famoso Apple I.