Ministério da Saúde declara doença como epidêmica em algumas regiões do Brasil; turista deve tomar cuidados simples
São Paulo, 5 de maio de 2015 – Muitos destinos turísticos estão em alerta por conta do crescente número de casos de dengue. A lista inclui estados do Nordeste, principalmente Pernambuco, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, além de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Paraná. Por conta dos riscos de contágio, a MAPFRE Assistance, que oferece a assistência viagem SEGURVIAJE, faz o alerta para que viajantes redobrem a atenção e os cuidados durante os passeios a esses locais.
“O quadro clínico da dengue é muito variável, de leve a grave, e pode até mesmo levar à morte”, explica dr. José Geraldo Barbosa Jr., médico responsável pelo atendimento do SEGURVIAJE. Depois de um período de incubação, que varia de cinco a seis dias, os sintomas aparecem e podem, facilmente, ser confundidos com gripe forte. “A primeira manifestação é a febre alta [39 a 40 graus], acompanhada de cefaleia [dor de cabeça] e dor retro-orbitária [atrás dos olhos], além de outros sintomas gerais. Portanto, ao apresentar esses sintomas, deve-se procurar assistência médica imediatamente.”
Segundo Barbosa, alguns aspectos clínicos dependem da idade do paciente. “A dor abdominal generalizada, por exemplo, pode ocorrer principalmente em crianças; enquanto os adultos podem apresentar manifestações hemorrágicas, como sangramento pelo nariz ou nas gengivas, além de sangramento nas fezes e na urina”, explica. A doença tem a duração média de cinco a sete dias.
No caso da dengue hemorrágica, os sintomas iniciais são semelhantes aos da doença clássica, porém, evoluem rapidamente para sangramentos graves e queda da pressão arterial, sendo necessário, nesta situação, atendimento médico em caráter de emergência.
Transmissão e Prevenção
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti, que se prolifera em recipientes com água parada, limpa e, de preferência, à sombra. Com as chuvas escassas e o racionamento, muitas pessoas guardam água para uso doméstico e acabam criando o ambiente perfeito para a reprodução do inseto e aumento da transmissão da doença.
De acordo com o médico da MAPFRE Assistance, o mosquito vetor da dengue pode picar durante todo o dia e não somente à noite, como ocorre com outros mosquitos. “Para prevenir a melhor maneira é evitar a propagação do mosquito”, afirma o especialista. Para reduzir o risco de contágio, Barbosa dá algumas dicas:
Para adultos: usar repelentes de boa procedência e reaplicá-lo a cada quatro ou seis horas. Vestir roupas como calças compridas e blusas de manga comprida, quando possível, também funcionam, pois diminui a exposição da pele.
Para crianças: para crianças de 2 a 12 anos, o repelente deve ser adequado à idade. A aplicação não é recomendada em bebês com menos de dois anos, pois o produto contém substâncias nocivas para os pequenos. O método preventivo mais apropriado é o uso de calças e mangas compridas; e para os bebês e pessoas que costumam dormir durante o dia, o uso de mosquiteiros.
Cuidados também em casa
Além de adotar medidas preventivas durante as viagens, é necessário combater a dengue também em casa, na escola e no trabalho, ficando atento a possíveis focos do mosquito vetor. Plantas que estão expostas devem sempre conter areia nos vasos, o mesmo vale para pratos, pneus, calhas e telhados e qualquer recipiente que acumule água. Para armazenar água para uso, o local deve sempre estar bem fechado.
“É muito importante cobrir baldes, bacias, utilizar cloro em piscinas e deixá-las cobertas quando não estiverem em uso. Preencher os pratinhos dos vasos de plantas com areia até a borda, não deixar acumular água e manter os ambientes fechados até o momento do uso são atitudes simples, mas muito importantes”, diz o médico.
A Dengue no Brasil
Segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 460.502 casos de dengue no país de janeiro a 28 de março. O Sudeste teve o maior número de casos notificados (304.251; 66,1%), seguido por Centro-Oeste (59.855 casos; 13%), Nordeste (51.221 casos; 11,1%), Norte (19.402 casos; 4,2%) e Sul (25.773 casos; 5,6%).
No ano, houve aumento dos casos por habitantes em todas as regiões do país, com o Centro-Oeste e o Sudeste apresentando as maiores incidências: 393,3 casos por 100 mil habitantes e 357,5 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Os estados com mais incidência são: Acre (882,5 casos/100 mil hab.), Goiás (702,4 casos/100 mil hab.) e São Paulo (585,5 casos/ 100 mil hab.).
Além disso, apenas no primeiro trimestre do ano, a doença já provocou 132 mortes, um crescimento de 29% em relação ao primeiro trimestre de 2014. “Para auxiliar no combate à doença é muito importante que qualquer suspeita da enfermidade seja comunicada à Vigilância Epidemiológica”, recomenda o médico.