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Filhos expostos bulliyng: Oque fazer?
Psicopedagoga fala sobre o papel da escola e dos pais no combate à prática.
Bullying é o termo utilizado para descrever atos de violência, seja física ou psicológica, praticados por um indivíduo ou grupo em quem sofre com o ato. A prática do Bullying é comum principalmente no meio escolar e, por isso, tem ganhado um olhar específico dos profissionais da educação, com o objetivo de combater e instruir os professores, a equipe pedagógica e, principalmente, pais e responsáveis.
Segundo a psicopedagoga e especialista em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, é importante olhar para os dois lados: o de quem sofre e o de quem pratica o Bullying. “Os olhares estão sempre relacionados a vítima, mas e o agressor? Como é realizado o acompanhamento e até mesmo as orientações? Esse sujeito precisa ser analisado pelo pedagogo, psicólogo e demais profissionais, caso necessário”, explica.
O agressor deve ser visto como uma pessoa que tem em sua maioria, uma satisfação em machucar, denegrir, depreciar e agredir o outro por vários motivos, sejam eles de cunho racial, por alguma deficiência, classe social, religião, etnia, gênero, entre outros. Para Ana Regina, a escola deve agir imediatamente, pois para a instituição não importa o motivo e, sim, como o agressor será tratado. Nesses casos é relevante observar e acompanhar os alunos não só em sala, mas a todo momento dentro do ambiente escolar.
Após identificar o agressor, a orientação combinada entre psicólogos, psicopedagogos e família, devem ser seguidas rigorosamente. “O agressor nem sempre deixa explícito sua vontade ou atitudes em machucar o outro, seja ela verbal ou fisicamente. Os prejuízos psicológicos para a pessoa que pratica o Bullying também devem ser tratados com máxima cautela. Precisamos sempre olhar o dois lados da moeda”, completa.
Meu filho não se interessa por idiomas. O que fazer?
Quatro dicas para estimular o interesse das crianças em aprender um novo idioma
Preocupados com o futuro, muitos pais querem inserir o ensino do inglês na vida dos filhos logo cedo, mas acabam enfrentando como barreira o desinteresse das crianças pelo aprendizado. Afinal, é difícil competir com tantas coisas divertidas e conteúdos interessantes que fazem parte do dia a dia dos pequenos.
Segundo Marianthi Boutsiavaras, diretora do Centro de Idiomas Language Factory, o grande segredo é que a criança encare as aulas de inglês como uma atividade divertida e não como uma obrigação. E para isso, buscar um método de ensino que esteja alinhado com a personalidade da criança é fundamental.
“Os responsáveis precisam se atentar à metodologia da escola ou professor contratado. Quanto maior for a compatibilidade da instituição com o aluno, mais eficaz e atrativo será o aprendizado” afirma.
Marianthi dá quatro dicas de como ajudar seu filho a aprender inglês e tornar o aprendizado mais fácil:
1 – Estabeleça uma rotina de estudos em casa
O Inglês, ou qualquer outro idioma, só se aprende na prática. Portanto, é fundamental que exista um horário fixo de estudo dentro de casa. Estude junto com a criança, crie situações do dia a dia em que ele possa aplicar o idioma. Dessa maneira, o aprendizado vai acontecer de forma natural.
2 – Utilizem jogos para o aprendizado
Os jogos são ótimas opções para estimular e engajar as crianças. Existem algumas versões disponíveis em aplicativos online, e também os tradicionais jogos de tabuleiro, com peças e regras escritas em inglês. Use e abuse da criatividade, essa é uma maneira simples e divertida para treinar em casa.
3 – Não faça cobranças em excessos
Evite fazer cobranças em relação ao desenvolvimento do aluno. Cada criança tem o seu tempo certo de aprender e que deve ser respeitado. Jamais exponha o seu filho diante de outras pessoas pedindo para que eles falem ou formulem frases em inglês. Essas atitudes podem inibir o aluno e bloquear o processo de aprendizagem.
4 – Escolha um profissional ou escola que agrade a criança
E por fim, leve seu filho no momento de fechar contrato com o prestador. Se for uma escola, permita que eles conheçam o espaço e peça uma aula experimental. No caso de ser um professor particular, sugira que ele converse e entenda as aptidões e habilidades da criança.
Mordidas de cachorro em crianças: tratamento e cirurgia
A experiência dos autores destaca algumas características importantes das mordidas complexas de cães em crianças, incluindo a descoberta de que os pitbulls são a raça mais comumente envolvida nas lesões mais graves
As mordidas de cães são lesões comuns e potencialmente graves em crianças. Os cirurgiões plásticos de um centro de trauma pediátrico descrevem a abordagem recomendada para o tratamento adequado e para a cirurgia em crianças vítimas de mordidas complexas de cães em artigo publicado no Plastic and Reconstructive Surgery—Global Open®, jornal médico oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
Segundo os autores, crianças com lesões provocadas por mordidas de cachorros grandes precisam de cuidados mais imediatos, num hospital de trauma pediátrico, a fim de otimizar o curso da hospitalização e o resultado final do tratamento. A experiência dos autores destaca algumas características importantes das mordidas complexas de cães em crianças, incluindo a descoberta de que os pitbulls são a raça mais comumente envolvida nas lesões mais graves.
Características e abordagem de tratamento
O estudo incluiu 108 crianças com mordidas complexas de cães atendidas no Centro de Trauma Pediátrico – Nível 1 (dos autores) durante 2012-14. Os pacientes eram 61 meninos e 47 meninas, com idade entre 5 meses e 18 anos; a maioria estava na faixa etária entre pré-escola e ensino médio. Quase 60% das crianças tiveram lesões na cabeça e no pescoço, enquanto cerca de 30% tiveram lesões nos braços, mãos, pernas ou pés.
“O tratamento incluiu encerramento da ferida na sala de emergência, em cerca de 39% das crianças; na maioria dos casos, a consulta com cirurgiões plásticos e outros especialistas é necessária. Outros 21% dos pacientes necessitam de cirurgia no centro cirúrgico, às vezes, com enxertos de pele ou outros procedimentos reconstrutivos. Cerca de 27% das crianças foram internadas no hospital após o tratamento inicial. Nove pacientes exigiram hospitalização prolongada de quatro dias ou mais, mais comumente por causa da infecção”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, (CRM-SP 62.735), diretor do Centro de Medicina Integrada.
Informações sobre as raças de cães mordazes estavam disponíveis em 56 casos. Os pitbulls eram a raça mais comum, representando 48% das feridas. Outras raças comuns era pastores alemães, e dentre os cachorros pequenos, os terriers.
“A cirurgia foi necessária em cerca de metade das lesões causadas por pit bulls, três vezes maior do que a taxa para outras raças. Das nove crianças que necessitaram de hospitalização prolongada, seis foram mordidas por pit bulls”, explica Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A natureza penetrante e esmagadora dessas mordidas pode levar a deformidades ao longo da vida. Com base na própria experiência de atendimento desses casos, os pesquisadores descreveram um conjunto de diretrizes para o tratamento de mordidas complexas de cães em crianças. Eles dividiram as lesões em quatro grupos, com tratamento orientado pela gravidade da lesão. Nas duas categorias mais graves (lacerações complexas ou perda completa de tecido), recomenda-se admissão hospitalar e cirurgia.
Há algumas limitações no estudo, incluindo a falta de informações sobre a raça de cães em cerca de metade dos casos. Os pesquisadores também observam que seu centro de trauma provavelmente atende mais pacientes com lesões complexas causadas por cachorros maiores.
“Além das lesões potencialmente graves que necessitam de atenção médica, os autores apontam que as crianças correm o risco de sofrer com efeitos psicológicos e emocionais derivados das mordidas de cães. É de extrema importância buscar cuidados em centros médicos que possuam serviços de trauma, cirurgia e apoio psicológico”, destaca o diretor do Centro de Medicina Integrada.
Brincadeiras da sua infância que vão ajudar no desenvolvimento do seu filho
Psicopedagoga especialista em educação fala sobre essas brincadeiras e seus benefícios para os pequenos
O ato de brincar tem um papel fundamental para o crescimento biopsicossocial das crianças. É nesse momento que elas se desenvolvem, exploram características de personalidade, fantasias, medos, desejos, criatividade e elaboram o mundo exterior a partir de seu campo de visão. Para Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista em educação e educação especial, a criança precisa experimentar, ousar, tentar e conviver com as mais diversas situações. Brincar com outras crianças, com adultos, com objetos e com o meio. E para te ajudar nessa tarefa, a especialista separou cinco brincadeiras bem tradicionais que podem ajudar no desenvolvimento dos pequenos.
Stop – Separem canetas e folhas de papel. Agora escolham as categorias, por exemplo, nome, animal, cor e frutas. Façam uma tabela com colunas e coloquem uma categoria em cada uma delas. Todos reunidos é vez de falar “o stop” e cada um coloca a mão com quantos dedos quiser (um, dois, cinco). O número total é a letra do alfabeto da jogada (13 equivale a letra M). Todos escrevem em suas tabelas, o mais rápido possível, palavras que comecem com a letra escolhida e se encaixem naquela categoria. Quem terminar de prenncher primeiro diz “stop” e todos param. Feito isso, é só contabilizar 5 pontos para palavras repetidas e 10 pontos para palavras diferentes. Vence quem tiver o maior número de pontos ao final da tabela. Palavra da especialista: Stop é um clássico. Brincando você trabalha a interação e a comunicação. Você ajuda a criança a desenvolver habilidades como raciocínio, memória, agilidade, espírito de competição e liderança.
Amarelinha – Joga, pula, agacha e pega a pedrinha! Tudo isso sem pisar na linha, é claro. Para brincar de amarelinha, desenhe um caminho no chão e divida-o em casas numeradas de 1 a 10. Jogue a pedrinha em ordem numérica, primeiro o 1, depois o 2 e assim por diante – vale lembrar que a criança não pode pisar na casinha que estiver com a pedrinha – ela deve pular, sem pisar nas linhas, até o final do trajeto. Ao chegar, deve retornar, apanhar a pedrinha e recomeçar, dessa vez, atirando a pedra na segunda casa e depois nas seguintes até passar por todas. O participante não pode pisar, perder o equilíbrio ou jogar a pedra na risca nem atirá-la fora da risca. Se isso acontecer, ele volta para o início. Vence quem completar o caminho primeiro. Palavra da especialista: Com a amarelinha, a criança trabalhada a questão de lateralidade, seu equilíbrio, a matemática, a lógica e a compreensão do que deve ser feito.
Passa Anel – Tudo que você vai precisar aqui é de um anel e um espaço para sentar com os pequenos. Para começar o jogo, uma criança fica com o anel, enquanto as outras do grupo se sentam uma ao lado da outra com os braços apoiados no colo e com a palma das mãos unidas. A criança com o anel, deve passa-lo entre a palma das mãos dos amiguinhos. Quando resolve parar, abre as mãos mostrando que estão vazias e pergunta para um dos participantes: “Com quem está o anel?”. Se ele acertar, será o próximo a passar. Se errar, quem recebeu o anel é quem passa. Palavra da especialista: Com essa brincadeira as crianças desenvolvem o trabalho em equipe, além do respeito ao próximo, já que ele tem que esperar a resposta e a participação de cada colega.
Bolinha de gude – Para brincar de bolinhas de gude, primeiro, cava-se um buraquinho, conhecido como poça. Ao acertar a bolinha dentro do buraco, o participante ganha o direito de lançar sua bolinha contra as dos adversários. As bolinhas atingidas são conquistadas. Se errar, a vez passa para o próximo. O jogo acaba quando um participante conseguir pegar todas as bolinhas do adversário. Palavra da especialista:Aqui a criança aborda questões de lateralidade já que o objetivo do jogo é acertar as bolinhas no buraquinho cavado, envolve um pouco das habilidades matemáticas para somar ou subtrair as bolas. Conhecer o momento em que ganhou e perdeu no jogo.
Pular elástico – Essa brincadeira é clássica, e vai ficando mais difícil com a altura, que começa nos calcanhares e vai até o pescoço. O ideal é que duas crianças fiquem 2 metros afastadas uma da outra, enquanto a outra se posiciona no centro do elástico para fazer todos os movimentos da cantiga. Pode pular com os dois pés em cima do elástico, com os dois pés fora dele, saltar com um pé só e depois com o outro. Se errar, o participante troca de posição com um dos colegas que estão segurando o elástico, vence que conseguir pular mais alto. Palavra da especialista: Essa brincadeira ajuda os pequenos a trabalhar com os movimentos do corpo, mobilidade e flexibilidade, além de servir como um exercício.
Gagueira tratada na infância tem cura
Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência, a gagueira afeta 10 milhões de pessoas no Brasil, um número maior que a população da cidade do Rio de Janeiro
Início precoce
A gagueira costuma aparecer na infância, entre dois e cinco anos. “Os pais geralmente percebem que a criança está com algum problema para falar, porque ela perde a desenvoltura que já possuía. A criança estava se desenvolvendo bem e, de repente, os pais percebem que ela repete várias vezes a sílaba inicial das palavras ou que ela faz força para falar e não sai nenhum som”, explica a especialista.
Como a gagueira ocorre na fala espontânea, nas conversas do dia a dia e na leitura em voz alta, os pais podem ficar confusos e atribuir a uma causa emocional, como ansiedade e timidez, porém isso é um mito. O que é verdade, embora possa parecer estranho, é que em situações como cantar ou até mesmo fazer uma peça de teatro, a gagueira costuma desaparecer.
Sandra explica que isso acontece porque o cérebro não controla os dois tipos de fala da mesma maneira. “A fala espontânea e natural é controlada por uma rota cerebral chamada de pré-motora medial, enquanto modos não-espontâneos de fala, como o canto, são controlados por outra rota cerebral, a pré-motora lateral”.
De onde vem a gagueira?
A gagueira tem várias causas. Uma delas já está comprovada e é genética. “Já foram identificados quatro genes relacionados à gagueira. Esses quatro genes respondem por cerca de 15% dos casos. Ou seja, ainda há muitos outros genes para serem descobertos. Filhos de pais que têm ou tiveram gagueira têm mais chances de gaguejar. A probabilidade aumenta se a criança for do sexo masculino, porque 80% dos casos de gagueira envolvem o sexo masculino”, explica Sandra.
Além da genética, a gagueira pode ocorrer devido a lesões cerebrais, acidente vascular cerebral, traumatismos cranioencefálicos, intercorrências na gravidez, parto e pós-parto, entre outras condições que afetam o funcionamento e a fisiologia do cérebro.
O fator social também é um componente importante na origem da gagueira. Crianças que vivem em um ambiente familiar em que as pessoas falam muito rápido ou usam uma linguagem muito complexa podem ter mais probabilidade de desenvolver a gagueira, desde que exista a predisposição genética.
Diagnóstico
“O diagnóstico é feito pelo fonoaudiólogo especialista em fluência por meio da gravação e análise da fala da criança. Não é um diagnóstico subjetivo. Por exemplo, em um trecho de 300 palavras de fala espontânea, o fonoaudiólogo irá verificar quantas vezes a criança repetiu, prolongou ou bloqueou sílabas. E também se ela apresentou sinais de esforço para falar algumas sílabas”, explica Sandra.
Gagueira tem cura?
De acordo com a especialista, sim. Mas, para a cura é preciso que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos ainda na infância. Além disso, a cura da gagueira também está associada às condições gerais de saúde da criança: distúrbios de sono, distúrbios de respiração e epilepsias, por exemplo, reduzem as chances de cura da gagueira.
“Estima-se que 5% da população é afetada pela gagueira durante o desenvolvimento da fala. Porém, apenas 1% irá apresentar a doença na forma crônica, ou seja, na fase adulta. A gagueira, portanto, tende a ser uma condição tipicamente infantil. Quando tratada pode ser curada”, comenta Sandra.
O tratamento fonoaudiológico é baseado em exercícios para respiração, voz e articulação da fala. Também são realizados exercícios específicos para fluência, envolvendo leitura em voz alta e fala espontânea. No caso de adultos, o treino de fala em público é muito importante. O fonoaudiólogo também avalia se são necessários tratamentos complementares.
Desempenho Escolar e Gagueira
A especialista chama a atenção sobre o desempenho escolar de crianças que apresentam a gagueira. “A criança pode ter dificuldades para responder a chamada, para ler em voz alta, para esclarecer suas dúvidas e para apresentar trabalhos na sala de aula. Crianças com gagueira também estão mais sujeitas a ridicularizações dos colegas por sua forma de falar. Então, se os pais de uma criança com gagueira começam a perceber que ela não quer mais ir para a escola, isso pode ser um sinal de que está havendo bullying e devem procurar a escola para uma conversa”, diz Sandra.
Como vimos, a gagueira não tem graça, tem tratamento. Ela pode trazer enorme sofrimento e prejuízos sociais, assim como escolares se não tratada. Se você desconfia que seu filho está gaguejando, procure um fonoaudiólogo especialista em gagueira.