Tratamentos considerados mais práticos podem fazer a diferença no sucesso do tratamento da insuficiência cardíaca
Dificuldade para subir poucos lances de escada, falta de ar após 5 minutos de fala e a sensação de fadiga constante são sintomas muito inespecíficos e que podem estar ligados a condições de simples manejo como o sedentarismo. Porém, também podem ser sinais de doenças crônicas como a insuficiência cardíaca (IC), diagnosticada em cerca de 1,7 milhões de brasileiros.1
A IC não tem cura, mas o tratamento adequado pode proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes, além de reduzir a hospitalização e a mortalidade2. Por isso, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) abriu uma Consulta Pública (CP) que visa avaliar a incorporação de uma nova opção farmacológica para tratamento de insuficiência cardíaca em pacientes do SUS, o Sistema Único de Saúde. Qualquer cidadão pode contribuir com a sua opinião sobre a incorporação do medicamento até o dia 25 de abril.
Um dos grandes desafios para tratar pacientes com insuficiência cardíaca no SUS diz respeito ao manejo das medicações — tanto por parte dos profissionais de saúde quanto dos pacientes. Por isso a importância de contar com novas opções de medicamentos e que enderecem estas dificuldades. Pontos como a comodidade posológica e não necessidade de titulação, isto é, uma dosagem fixa e única de administração, e melhor tolerabilidade ao tratamento, podem fazer a diferença para o êxito do processo terapêutico.
Dados do estudo BREATHE (Brazilian Registry of Acute Heart Failure) apontam a má aderência terapêutica como a principal causa de re-hospitalizações, além de conferir ao Brasil uma das maiores taxas de mortalidade intra-hospitalar no mundo ocidental. Nosso país apresenta, ainda, controle inadequado de hipertensão arterial e diabetes, doenças que, quando em descontrole, são causas frequentes da IC.1
Além de todo o impacto direto para o paciente, em 2021, a insuficiência cardíaca foi responsável pela maioria dos custos relacionados à hospitalização por doença cardiovascular no Brasil3. A IC pode, ainda, resultar em aposentadorias precoces, gerando um prejuízo para suas famílias e para a sociedade1.
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Referências
- 1Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda e Crônica. Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539
- 22021 ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failureEuropean Heart Journal (2021) 00, 1_128
- 3Artigo original, Arq. Bras. Cardiol. 118 (1), Jan 2022,